sexta-feira, 6 de junho de 2025

UTENTES em defesa dos serviços públicos (75) - BARREIRO

 

 

Comissão Utentes do Barreiro


Verão quente, SNS em colapso: a saúde pública avisa, mas ninguém quer ouvir
Não é surpresa. Mais uma vez, o verão será sinónimo de caos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). O diretor executivo do SNS, Álvaro Santos Almeida, já o admitiu: vamos ter concentração de serviços, nomeadamente nas urgências de obstetrícia na Península de Setúbal. Em palavras mais diretas: vai haver fechos, faltas e sofrimento evitável.
📍 Setúbal: um retrato da falência anunciada
O problema na Península de Setúbal não é novo. Já há muito que a falta de recursos humanos mina o funcionamento regular das urgências. Agora, perante a chegada do verão, período tradicionalmente crítico, a resposta da tutela é… concentrar serviços. Ou seja, fechar umas portas para sobrecarregar as outras. Em vez de reforçar, desistem.
Mas concentrar não é gerir melhor. Concentrar é camuflar o colapso, é reconhecer que não há médicos nem meios, e encolher os ombros com a promessa de que “pelo menos uma unidade estará aberta em cada período”. Isto não é planeamento — é sobrevivência.
💬 “As escalas estão feitas… mas incompletas”
O próprio diretor executivo admite que as escalas de verão já estão feitas — mas “têm períodos que não estão completos”. Isto é uma confissão grave: o SNS vai entrar no verão com falhas previsíveis e assumidas na resposta à população. Sabemos o que vai falhar, mas não se faz nada para impedir. Onde está o reforço de emergência? Onde está o investimento real?
⚠️ Reforçar, não concentrar
É fundamental que se diga: a solução não é concentrar. A solução é reforçar.
Concentrar serviços é uma resposta de desespero, não de visão.
O que o SNS precisa é:
De mais postos de atendimento, próximos das populações.
De mais profissionais, bem pagos, respeitados e com carreiras dignas.
De melhores condições de trabalho, que fixem médicos e enfermeiros no setor público.
De um investimento claro e corajoso, que priorize a saúde pública em vez de empurrar os doentes para os privados.
🏥 A saúde não espera
Quando uma grávida dá entrada nas urgências, não espera.
Quando um idoso sofre um AVC, não espera.
Quando uma criança precisa de cuidados imediatos, não espera.
O SNS também não devia esperar por mais um verão de colapsos anunciados, de camas que faltam, de médicos em stress e utentes desesperados.
Mas enquanto os governos se limitarem a fazer gestão de danos, e não política de saúde pública, vamos continuar a falhar.
E quem paga esse falhanço não são os ministros.
São as pessoas.
Por acaso é em post do canal#moritz mas concordamos em pleno.
Temos de ir a luta


Sem comentários:

Enviar um comentário