Vários amigos meus de infância, familiares e colegas de escola morreram em acidentes de condução. As mortes na estrada arrasam muitas famílias. Nunca tinha ouvido falar do nome dos dois jovens que morreram esta semana (futebol não é um tema que siga). Era bom que a atenção mediática dada à morte destes jovens irmãos tivesse o efeito de se pensar sobre as causas dos acidentes e de como evitá-los.
Era bom também, se parássemos para pensar porque é que valorizamos tanto algumas vidas, e damos tanta atenção quando se perdem, enquanto desprezamos outras, ceifadas às dezenas, todos os dias, e de cujas causas somos cúmplices, se nada fizermos para protestar e as assinalar.
Porque quem ignora, quem cala, quem desvaloriza, quem não denuncia, consente. Malik, Farah, Fatima, Omar, Diogo e André morreram esta semana. Não tinha ouvido falar de nenhum deles até morrerem. Os primeiros foram assassinados na Palestina com armas fornecidas pela Europa. Os últimos tiveram um acidente de carro e morreram no país vizinho. O sofrimento das suas famílias? O mesmo. Só o grau de compaixão colectiva, de atenção mediática e da nossa responsabilidade diferem.
À família do jovem futebolista e do seu irmão as minhas condolências. Às famílias das vítimas do genocídio na Palestina os meus sentimentos, a minha indignação e condenação dos assassinos. Infelizmente o genocídio continuará, hoje, amanhã.
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