
Dezassete entidades, entre museus, fundações e autarquias, formalizaram hoje, na Fortaleza de Peniche, a criação da Rede de Lugares da Resistência à Ditadura – RESIST, uma plataforma colaborativa dedicada ao estudo, preservação e valorização da memória da resistência à ditadura em Portugal.
A cerimónia contou com a presença do secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos, que salientou “a pertinência da rede que agrega vários polos do conhecimento sobre a resistência para tornar possível uma visão mais alargada da memória” e, assim, promover uma cidadania ativa.
Meio século após a Revolução dos Cravos, os subscritores da carta de compromisso agora assinada consideram “urgente reconhecer e promover o património material e imaterial da resistência e da luta pela liberdade em Portugal e nos antigos territórios coloniais”.
A nova rede, de caráter informal, assume como missão a promoção de um espaço de reflexão, partilha e estímulo à preservação das memórias da oposição à ditadura. Sob a designação RESIST – acrónimo em inglês que visa facilitar a articulação com redes internacionais –, pretende-se mapear os lugares da resistência, dinamizar os territórios através da valorização das suas memórias locais e promover os valores democráticos.
Entre as instituições fundadoras contam-se os municípios de Beja, Grândola, Odivelas e Santarém, o Museu do Aljube Resistência e Liberdade (Lisboa), o Museu Nacional de Resistência e Liberdade (Peniche), o Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira), o Centro Humberto Delgado (Torres Novas), o Museu de Angra do Heroísmo, o Museu de Aristides Sousa Mendes, a Fundação Mário Soares e Maria Barroso, a Fundação José Saramago, o Roteiro Literário Levantado do Chão (Montemor-o-Novo), a União de Resistentes Antifascistas Portugueses, o Museu do Campo de Concentração do Tarrafal, bem como a Associação do Fundo Superfície e o movimento cívico Não Apaguem a Memória.
O município de Santarém, representado neste consórcio, reforça assim o seu compromisso com a salvaguarda da memória democrática, num ano em que se assinalam os 50 anos da democracia portuguesa.
A rede RESIST projeta-se como um instrumento essencial para a construção de uma memória coletiva mais abrangente e inclusiva, tendo como pano de fundo o dever cívico de não esquecer os que lutaram pela liberdade.
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