TOMAR – Afinal, não houve votação relativamente à petição
António Filipe (PCP) - Depois de Carina João Oliveira, saliência para a intervenção de António Filipe, da bancada do Partido Comunista, nome que sempre acompanhou, bem de perto, todo este processo. O deputado fez questão de alertar para os gastos que as pessoas têm que fazer perante a instalação de portagens: «O processo de reorganização do Centro Hospitalar do Médio Tejo traduziu-se, afinal, no processo de desorganização da vida as pessoas abrangidas por este centro. Os utentes, em vez de serem atendidos nos serviços a que sempre recorreram, agora têm de andar de trás para a frente na A23, com as portagens recentemente colocadas. A população de Tomar está entre as mais sacrificadas, mas não são as únicas. Todos os utentes do Médio Tejo foram negativamente afectados por estas mexidas. O grupo parlamentar do PCP acompanhou de perto este processo e sempre manifestou grande preocupação quanto às consequências em relação ao acesso à saúde».
João Semedo (BE) - Registo, depois, para as restantes intervenções das diferentes bancadas. Em declarações reproduzidas pela Assembleia da República TV, João Semedo, do Bloco de Esquerda, disse que a reestruturação não teve por objectivo melhorar os cuidados de saúde: «Esta reestruturação não teve por objectivo melhorar os cuidados de saúde, mas sim resolver a situação deficitária em que o hospital se encontrava. Aliás, a senhora deputada, na sua intervenção, não foi capaz de elencar um aspecto positivo da reestruturação. O que a senhora deputada disse é que se pouparam 16 milhões de euros. Eu ainda não avalio as unidades de saúde pela poupança mas sim pela qualidade dos serviços prestados. Os peticionários deste documento têm toda a razão. Era necessário parar para pensar. E mudar para melhor».
Idália Serrão (PS) - Seguiu-se Idália Serrão, do Partido Socialista. A deputada, eleita por Santarém, saudou a comitiva tomarense, como aliás fizeram todas as bancadas, e não deixou de dar uma alfinetada a Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares e ainda presidente da Assembleia Municipal de Tomar, assinalando a ausência do governante na delegação nabantina. Relativamente à petição propriamente dita, Idália Serrão disse que o PS respeita a pretensão dos aderentes mas alertou que a interrupção da suspensão iria colocar em causa a prestação de cuidados no Médio Tejo: «O Partido Socialista respeita a pretensão dos eleitos da Assembleia Municipal de Tomar para que se suspenda, de imediato, o processo de reorganização do Centro Hospitalar do Médio Tejo, alterando igualmente e de imediato a classificação referente ao serviço de urgência no Hospital Distrital de Tomar, passando a adoptar a classificação de serviço de urgência médico-cirúrgica. Manifestamos, por conseguinte, nesta fase, a interrupção proposta possa vir a colocar em causa uma prestação de cuidados de saúde de qualidade e uma distribuição equilibrada dos recursos nos concelhos de Abrantes, Torres Novas e Tomar. Mas não ignoramos aqueles que são os problemas do Hospital de Tomar. Por isso dizemos que este processo não poderá colocar em causa a qualidade dos serviços prestados à população do concelho de Tomar».
Margarida Netto (CDS) - Do lado do CDS/PP, como se esperava, surgiu total concordância em relação à reestruturação, sendo que a deputada Margarida Netto, do distrito de Santarém, fez ainda questão de dizer que a sua bancada compreendeu os transtornos causados: «O CDS não deixa de compreender os transtornos que a reestruturação possa ter causado. No entanto, a manutenção desgarrada da anterior situação teria custos muito significativos. Manter a duplicação de serviços seria ofensivo numa altura em que se podem tantos esforços aos portugueses».
José Luís Ferreira (Verdes) - A última intervenção da noite foi da autoria de José Luís Ferreira, dos Verdes, que chamou a atenção para as gravosas consequências que a reestruturação provoca nas populações: «Chamámos a atenção para as gravosas consequências que as alterações iriam provocar nas populações. A medicina interna foi retirada, houve redução na urgência, houve extinção de metade das camas no hospital de Tomar, houve a extinção de cerca de uma centena de postos de trabalho... O Governo virou as costas às pessoas. É inaceitável».
2012-10-12 18:28:11(Rádio Hertz)
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