segunda-feira, 13 de maio de 2013

Todas as lutas contam (362) - CALDAS DA RAINHA

Notícia "Gazeta das Caldas" 

 

Assembleia Municipal vota demissão de Carlos Sá

 

A Assembleia Municipal pede a “urgente demissão” do presidente do Conselho de Administração do CHO, Carlos Sá, de modo a não se prolongar uma situação que consideram “contrária ao interesse público e local”
A moção, apresentada pelo PS na passada terça-feira, foi aprovada com nove votos a favor, quatro votos contra e 15 abstenções e vai ser entregue ao ministro da Saúde.
No documento é apontado a Carlos Sá “falta de transparência durante as reuniões de trabalho e má gestão do processo de reorganização hospitalar do Oeste”. A “incompetência” de Carlos Sá é lesiva da saúde dos utentes do Hospital Distrital das Caldas e responsável pelo “aniquilamento prolongado” do Hospital Termal.
A Câmara das Caldas desistiu da ideia de cancelar as Festas da Cidade por causa do Hospital Termal estar encerrado, mas a comissão “Juntos Pelo Nosso Hospital” organizou para a tarde de 15 de Maio uma manifestação onde serão largados balões negros em forma de protesto.
Depois de uma reunião com o secretário da Saúde, Manuel Teixeira, a 2 de Maio, Fernando Costa entendeu que era uma boa notícia o governo ter aceitado que a Câmara pague as obras necessárias para a reabertura do Hospital Termal. Razão suficiente para que toda a indignação expressa pelo PSD na reunião da Assembleia Municipal de 30 de Abril, em que apresentaram uma moção a exigir a demissão do presidente da ARS-LVT, desaparecesse e fosse cancelado o “luto” anunciado para as Festas da Cidade.
Outra opinião tem a Comissão de Utentes que quer mobilizar a população das Caldas em torno do futuro do Hospital Termal. Os manifestantes são convidados a empunhar cartazes defendendo a continuidade de funcionamento do Hospital Termal, o relançamento do termalismo e a preservação do património histórico da cidade, do parque e da mata.
A manifestação está marcada para as 16h00, com concentração na praça 5 de Outubro seguindo-se desfile até ao Largo da Copa onde irão encontrar as individualidades que tiverem optado por seguir o tradicional percurso das Festas da Cidade com a cerimónia no Hospital Termal.
Hospital Termal: Câmara regozija-se e Comissão de Utentes manifesta-se
O presidente da Câmara das Caldas saiu satisfeito da reunião, no passado dia 2 de Maio, com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, o presidente da ARS-LVT, Luís Cunha Ribeiro, e o Delegado Regional de Saúde, António Tavares, depois do governo ter aceite a disponibilidade da autarquia em pagar o diagnóstico pedido pelas autoridades de saúde ao sistema de adução e canalização do Hospital Termal e das obras necessárias para a sua reabertura.
“Perante a insuficiência de meios do Ministério da Saúde, será a Câmara a custear essas obras, que deverão avançar o mais urgentemente possível”, revelou Fernando Costa à Gazeta das Caldas. Na semana anterior o edil caldense já tinha anunciado na Assembleia Municipal a disponibilidade da Câmara em avançar com a verba necessária.
“O diagnóstico tem que ser feito quanto antes e depois serão feitas as obras necessárias”, disse ainda Fernando Costa.
Num comunicado conjunto da Câmara e do Centro Hospitalar do Oeste foi anunciado que o “rigoroso levantamento prévio” para apurar as obras necessárias será efectuado sob orientação destas duas entidades.
Ao contrário do que tinha sido anunciado por Fernando Costa, na reunião não estiveram presentes os representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal das Caldas, mas apenas representantes da coligação do governo pois o edil foi acompanhado pelo presidente da Assembleia, Luís Ribeiro, e pelo deputado do CDS/PP, Manuel Isaac.
No final de Abril o CHO recebeu uma notificação do delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo a informar que os tratamentos de hidrobalneoterapia só poderão ser reactivados depois de ser feito um diagnóstico sobre os problemas das termas e as suas causas, e realizadas as obras de correcção necessárias.
A notificação não tinha sido divulgada publicamente e o grupo parlamentar do BE fez um requerimento ao governo para o obter, mas na reunião com o presidente da Câmara foi entregue uma cópia do documento. A notificação foi fotocopiada e entregue aos deputados municipais que participaram numa reunião realizada no mesmo dia, com o presidente da Assembleia, na Câmara das Caldas.
Entretanto, a Câmara continua a aguardar o protocolo conjunto para a cedência da gestão do Hospital Termal e do seu património, incluindo o Parque D. Carlos I e a Mata Rainha D. Leonor. Segundo o autarca, esse protocolo seria enviado ainda durante esta semana.
Ambos os assuntos foram discutidos na reunião da Assembleia Municipal desta terça-feira, 7 de Maio.

Manifestação a 15 de Maio pelo Hospital Termal

Ao contrário do que chegou a ser previsto, a Câmara entendeu que deveria avançar com as comemorações do Dia da Cidade e no anúncio enviado para os jornais locais refere não só o concerto de 14 de Maio, mas também a homenagem à Rainha D. Leonor e a tradicional sessão no salão nobre do Hospital Termal.
A Comissão de Utentes “Juntos Pelo Nosso Hospital” é que tem outra opinião e convocou para 15 de Maio, às 16h00 na praça 5 de Outubro, uma manifestação“contra o encerramento indefinido do Hospital Termal”. O protesto seguirá em marcha até ao largo do Hospital Termal, onde será feita uma largada de balões negros, à mesma hora em que as individualidades locais estarão na cerimónia oficinal no interior daquela unidade de saúde.
Os manifestantes são convidados a empunhar cartazes defendendo a continuidade de funcionamento do Hospital Termal, a procura rápida de soluções para o Hospital e para o relançamento do Termalismo, assim como a preservação do património histórico da Cidade, do Parque e da Mata. A sugestão é que todos usem roupa preta.
Em comunicado, referem que consideram “absolutamente inaceitável que os responsáveis pela gestão danosa do Hospital Termal nos últimos quatro anos sejam agora aqueles que exercem uma chantagem inadmissível sobre as Caldas da Rainha para que aceite os termos da sua cedência precária por um prazo de 25 anos”.
A comissão defende que o futuro do Hospital Termal deve passar por uma solução aberta, participada e sustentada nas responsabilidades partilhadas pelas autoridades democraticamente eleitas, tendo como objectivo a sua valorização e requalificação, assim como de todo o seu património.
Para Jaime Neto, porta-voz da comissão, “é fundamental saber o que é que se vai fazer no primeiro, no segundo e no terceiro ano, pelo menos, com um plano para a construção de um projecto de valorização e requalificação para os próximos oito anos”.
Na sua opinião, é também necessário perspectivar o lançamento da oferta de outros serviços termais, que não sejam apenas para pessoas doentes e a necessitar de tratamento: termas de lazer, concessão de espaços para uma unidade hoteleira, parcerias com outras instituições de saúde e bem-estar.
O arquitecto entende que “não podemos continuar a aceitar esta navegação à vista, sem rumo definido”.
Pedro Antunes

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