terça-feira, 1 de agosto de 2023

Nada justifica a violência sobre os profissionais de saúde

 

Nada justifica a violência sobre os profissionais de saúde

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"Pedro Gomes da Costa será dos poucos, senão o primeiro médico em Portugal, a denunciar uma situação de racismo numa consulta, a ir a tribunal e a ganhar o processo contra a mãe de uma criança que o ofendeu em plena consulta.
Na noite de 29 de Julho de 2018 o médico de 53 anos estava a fazer o serviço de urgência no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, onde trabalha no serviço de pediatria, quando entrou uma criança de 20 meses com febre e aftas na boca, acompanhada pela mãe, Daniela Domingos. Como habitual para aquelas situações, usou uma espátula para a observar, baixou a língua da criança. Ela deu um grito. “A mãe pega-me no braço, puxa com uma violência e a partir daí começaram as ofensas: ‘preto de merda, seu macaco, você pensa que está a observar um animal? Animal é você! Isso é que era bom, a minha filha ser observada por um preto, exijo que seja observada por um médico branco!”, disse-lhe a mulher aos gritos continuando-os pelo corredor e depois na sala de espera, com a secretária, a enfermeira, o segurança e outros pacientes a ouvirem.
Três anos depois, em Julho de 2021, Daniela Domingos, hoje com 26 anos, seria condenada no Tribunal de Loures por dois crimes de injúria e difamação, ambas agravadas, tendo de pagar uma multa de 1300 euros e uma indemnização de 1500 euros. O tribunal deu como provado “que utilizou expressões de carácter racista” para insultar o médico. Pedro Gomes da Costa tinha pedido 15 mil euros mas o tribunal teve em conta que Daniela Domingos tem uma situação económica precária. Funcionária numa cantina escolar e a receber 295 euros mensais, esta mãe de três filhos reportou viver com a avó." (Jornal "Público", de 1agosto23))

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