Sobre o atraso da vacinação contra a gripe / VACINAÇÃO NAS FARMÁCIAS FICOU LONGE DOS OBJECTIVOS
Mais de 50% da população do Médio Tejo ainda não foi vacinada contra a gripe – Utentes (c/áudio)
Para Manuel Soares, esta informação, obtida na sequência de uma reunião de trabalho que incidiu na futura Unidade Local de Saúde (ULS) Médio Tejo e no plano de contingencia para o inverno, ”implica que os serviços do ACES tenham, de, nas próximas semanas, tentar vacinar umas dezenas de milhares de utentes que [já] deveriam estar vacinados”, tendo dado conta que “os primeiros focos de gripe nas crianças começaram a aparecer” e que “um conjunto de pessoas idosas, que não foram vacinadas, alguma com comorbilidades, terão de ser chamadas aos centros de saúde”, para evitar focos gripais típicos desta época.
O porta-voz da CUSMT indicou que cerca de “50 mil utentes não foram vacinados”, correspondendo a um total de “50% a 60% das pessoas que já deveria estar vacinada”, comparativamente ao ano anterior.
“Atendendo a que se aproxima uma época de convivência social, mas também de chuva e frio, altamente propícias ao aparecimento de focos de gripe, e sabendo nós da debilidade em que um conjunto de serviços do SNS estão, com urgências hospitalares no fio da navalha e os recursos humanos, nomeadamente médicos, no ACES, que não abundam, o SNS vai ter de resolver um problema que não estava à espera”, afirmou Manuel Soares.
A vacinação contra a gripe, que este ano decorre em simultâneo com a da covid-19, acontece preferencialmente nas farmácias comunitárias para os maiores de 60 anos.
Portugal administrou mais de 3,4 milhões de vacinas contra a gripe e contra a covid-19 no último mês, a maioria (71,5%) nas farmácias, de acordo com os dados oficiais do mais recente Relatório Semanal de Vacinação Sazonal, divulgado a 22 de novembro.
Relativamente à criação da ULS Médio Tejo, Manuel Soares disse ter recebido a informação que “o plano estabelecido está a ser cumprido para tudo estar a postos no dia 01 de janeiro” de 2024, tendo manifestado a “preocupação com a falta de clínicos” no Médio Tejo, onde “cerca de 71 mil utentes não tem médico de família atribuído”, num universo de 226 mil utentes, e a “expectativa que a ULS confira uma cobertura de cuidados médicos a 100% e com características de proximidade” à população das freguesias rurais.
O porta-voz da CUSMT defendeu o “reforço do acesso a cuidados de saúde de proximidade e de ações de prevenção” da doença, “investimentos em equipamentos e recursos humanos”, em “mais Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC)”, em “unidades móveis de saúde”, e na “manutenção das extensões de saúde abertas”, a par de uma “maior articulação entre cuidados primários e hospitalares, com os respetivos meios complementares de diagnóstico”.
A ULS do Médio Tejo vai integrar os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Torres Novas, Tomar e Vila Nova da Barquinha, todos do distrito de Santarém e atualmente integrados no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Médio Tejo e Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT), agregando ainda Vila de Rei, atualmente integrado na Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.
c/LUSA
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