quarta-feira, 15 de maio de 2024

Quase 900 mil consultas desperdiçadas no SNS por faltas dos doentes nos últimos cinco anos

 

Problema que também afecta a prestação de cuidados na ULSMT

(informação confirmada pelo CA ULSMT)

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Os doentes desperdiçaram quase 900 mil consultas nos últimos cinco anos, sendo que para tentar combater as faltas, o Ministério da Saúde tem enviado avisos por mensagem para os utentes, mas este serviço ainda não chegou a todo o país.

É em oftalmologia que o impacto é mais visível, onde só no ano passado, faltaram quase 30 mil utente à primeira consulta no hospital. Ortopedia, cirurgia geral e otorrinolaringologia completam o top de especialidades que concentraram o maior número de faltas.

Quando se olha à lupa sobressai um detalhe: estas são também as especialidades que têm maiores listas de espera.

Os dados disponibilizados pela Direção Executiva do SNS ao jornal Público, mostram que nos últimos cinco anos foram desperdiçadas quase 900 mil primeiras consultas nos hospitais o que corresponde a 16% das que foram referenciadas pelos centros de saúde.

O tempo que os utentes aguardam pela consulta no SNS, o esquecimento e o facto das queixas terem desaparecido estão entre as justificações para a falta de comparência, mas os médicos admitem que os utentes também procuram um plano, optando pelo privado.

Outro entrave apontado é a dificuldade em contactar o centro de saúde e o hospital.

 

"Há doentes que pretendem avisar que já não precisam daquela consulta, mas telefonar é inconcebível nos dias de hoje", garante Rui Nogueira, médico de família.

Quando falta a uma consulta, o utente tem de regressar ao médico de família para seja feito um novo pedido, e caso a situação clínica não se tenha agravado volta ao início da lista de espera.

Também nos centros de saúde quando há consultas programadas de um ano para o outro por vezes o utente não aparece.

"O que antes acontecia esporadicamente - faltar um ou dois doentes - agora há dias que faltam dois ou três", acrescentou Rui Nogueira.

Para evitar que os utentes faltem às consultas nos hospitais e aos rastreios nos centros de saúde, desde 2022, já foram enviadas por telemóvel mais de 26 milhões de SMS. No entanto, este lembrete ainda não está disponível em todo o país.

in EXPRESSO 13.5.2024

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