500 MORTOS NA ESTRADA: É preciso fazer mais para travar este drama!
A independência é cada vez mais difícil de alcançar para os jovens portugueses e a esmagadora maioria, entre os 15 e os 24 anos, ainda vive em casa dos pais e não consegue sair de lá até aos 30, apesar dos crescentes níveis de qualificação no país.
Em Portugal, 95% dos jovens entre os 15 e os 24 anos ainda vivia com os pais, no ano passado.
É o quarto valor mais elevado na União Europeia (UE), e quando comparado com a realidade no país há duas décadas (em 2004, eram apenas 86%) traduz “uma mais difícil independência”.
As conclusões constam de um relatório da Pordata divulgado esta segunda-feira e que traça um retrato dos jovens, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre entre terça-feira e domingo, em Portugal.
Em média, os jovens não conseguem sair de casa dos pais até aos 30 anos.
“Há vários fatores que explicam isso”, disse, à Lusa, Gonçalo Saraiva Matias, presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), referindo, como exemplo, as condições de trabalho dos jovens em Portugal.
De acordo com os dados, seis em cada 10 jovens empregados têm vínculos de trabalho precário – uma realidade que afeta 14% dos trabalhadores entre os 25 e 64 anos – e cerca de metade diz estar nessa situação por não conseguir encontrar trabalho permanente.
Portugal é o 5.º país da União Europeia com maior proporção de jovens com vínculos de trabalho precários e posiciona-se em 7.º no que respeita às maiores taxas de desemprego jovem, que afeta um em cada cinco.
O relatório identifica ainda um número significativo de jovens – quase 25% – em situação de pobreza ou exclusão social.
Por outro lado, Gonçalo Saraiva Matias refere a questão da habitação como fator explicativo e recorda um estudo divulgado na quinta-feira pela FFMS, e que confirma a subida do preço das casas.
“Na ultima década, houve o aumento muito grande dos preços da habitação e uma diminuição da oferta. Perante um cenário de empregos precários, empregos mal pagos, e do aumento muito grande do preço da habitação, é evidente que o número de jovens a viverem com os pais aumenta e a capacidade de os jovens saírem de casa cedo diminui”, explicou.
No entanto, estes indicadores contrastam com os crescentes níveis de qualificação, acima da média europeia.
A esmagadora maioria dos jovens entre os 20 e os 24 anos têm, no mínimo, o ensino secundário e 30% concluíram o ensino superior.
“De acordo com a avaliação das competências digitais, a partir de um conjunto de atividades realizadas nos diferentes dispositivos eletrónicos, Portugal encontrava-se em 5.º lugar entre os países da União Europeia em que os jovens, entre os 16 e os 24 anos, apresentam competências digitais básicas ou acima do básico”, acrescenta o relatório.
Ainda assim, Gonçalo Saraiva Matias não considera que a melhoria das qualificações dos jovens e a cada vez maior dificuldade em serem independentes representem cenários contraditórios e entende que explicam o motivo para a emigração de muitos jovens.
“O país ofereceu aos jovens oportunidades de formação que aproveitaram, mas depois não lhes oferece oportunidades no mercado de trabalho e por isso eles saem”, sustentou.
Inverter essa tendência implicaria, por exemplo, “criar condições para os jovens terem bons empregos e bons salários em Portugal” e políticas públicas de habitação sobretudo direcionada aos jovens, defendeu o presidente do Conselho de Administração da FFMS.
Quanto a outros indicadores, o retrato da Pordata aponta melhorias nos hábitos de saúde dos jovens em Portugal, com a diminuição a percentagem de jovens que afirma nunca praticar desporto (um em cada 3) ou que fuma diariamente (9%).
No que respeita à religião, sete em cada 10 jovens dizem ser católicos, enquanto cerca de 22% dizem não ter religião.
80
Crédito à habitação subiu 80% para dois milhões de famílias. Novo aumento das taxas de juro vai estrangular mais agregados.
https://pplware.sapo.pt/motores/combustiveis-gasoleo-e-gasolina-vao-subir-saiba-quanto/
· MOTORES/ENERGIA15 COMENTÁRIOS
Mais uma sexta-feira e já são conhecidas as previsões dos preços dos combustíveis (gasóleo e gasolina) para a próxima semana. As notícias não são boas, isto porque os preços do gasóleo e gasolina por litro vão subir já na próxima segunda-feira. É melhor atestar o depósito até domingo.
Se precisa de atestar o depósito do seu veículo então faça-o até domingo. Segundo informações do setor a evolução das cotações em euros aponta para uma valorização do preço da gasolina 95 e do gasóleo em 6,5 cêntimos e 7 cêntimos, respetivamente. Atestar o depósito na próxima semana fica quase 5 euros mais caro.
Ainda assim, é importante salientar que os valores podem variar nos postos de abastecimento, já que o preço fixado na rede tem ainda em conta o nível de concorrência, da oferta e da procura em cada mercado e o nível de custos fixos de cada posto.
Os dados da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) mostram que o preço médio do litro de gasolina em Portugal custa atualmente 1,723 euros enquanto o do gasóleo vale 1,539 euros. De relembrar que o Governo vai manter o desconto de 0,13€ no gasóleo e 0,15€ na gasolina em agosto - saber mais aqui.
Artigo 64.º - (Saúde)
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.
3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;
d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;
e) Disciplinar e controlar a produção, a distribuição, a comercialização e o uso dos produtos químicos, biológicos e farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnóstico;
f) Estabelecer políticas de prevenção e tratamento da toxicodependência.
4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.
Exmo.
Senhor
Presidente
do Secretariado Nacional
da
União das Misericórdias Portuguesas
ASSUNTO:
Prestação de cuidados médicos de proximidade na Freguesia de ASSENTIS / TORRES
NOVAS
Nos
últimos dias surgiram informações públicas prestadas pelo vice-presidente da UMP, Manuel Caldas de
Almeida, de que o projecto Bata Branca se estenderia ao Concelho de
Torres Novas. Refere-se que este assunto foi referido pelo Presidente da Câmara
Municipal de Torres Novas em sessão da Assembleia Municipal de 27 de Junho
passado, como uma via transitória para a colocação de médico na Extensão de
Saúde de Assentis.
Atendendo a que muitas centenas de utentes
estão privados, há meses, de cuidados médicos de proximidade, solicitamos
informação sobre a previsível entrada ao serviço, na Extensão de Assentis, do
médico e/ou médicos.
Agradecendo
uma resposta, tão breve quanto possível, enviamos os nossos melhores
cumprimentos
A
CUSMT – Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo
https://www.fnam.pt/seccoes/comunicados/809-concentra%C3%A7%C3%A3o-nacional-de-m%C3%A9dicos-entrega-contraproposta-ao-minist%C3%A9rio-da-sa%C3%BAde
A reunião no Ministério da Saúde (MS) serviu para deixar claro ao governo que a FNAM irá analisar a proposta que foi entregue às 02h59m, na madrugada do dia 27, e que entregará a sua contraproposta no dia 1, no Ministério da Saúde, onde, a partir das 15h00, terá lugar uma Concentração Nacional de Médicos. Na reunião, a FNAM solicitou que se recorra a um mediador independente para tentar um acordo capaz de salvar o SNS.
Depois de 462 dias de negociações faremos uma avaliação da proposta tão responsável como exigente, e apresentaremos uma contraproposta que sirva os médicos e o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no próximo dia 1 de agosto, às 15h00, numa Concentração Nacional de Médicos, em Lisboa, à porta do Ministério da Saúde, na Av. João Crisóstomo, n.º 9, Lisboa.
No arranque da greve dos médicos de 1 e 2 de agosto, com jornalistas nacionais e internacionais, prestaremos todos os esclarecimentos sobre a luta dos médicos e o impacto da greve na Jornada Mundial da Juventude 2023 (JMJ), no decorrer da Concentração Nacional, em frente ao Ministério da Saúde.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) convocou uma greve nacional para os dias 1 e 2 de agosto, coincidindo com a visita do Papa Francisco a Portugal, durante a JMJ, como resposta à falta de diligência e competência do Ministério da Saúde em negociar salários justos e condições de trabalho dignas para os médicos, e travar a deterioração do SNS.
A todos, além da justiça da nossa contraproposta, queremos explicar as razões da luta dos médicos na defesa da carreira médica e do futuro do SNS, tranquilizar os peregrinos em caso de necessidade de recurso a serviços de urgência, e garantir o cumprimento escrupuloso dos serviços mínimos nos dias da greve, assim como prestaremos todos os esclarecimentos adicionais que se imponham.
Em síntese,
Estamos igualmente em contacto com a organização da JMJ, a quem nos dirigimos especialmente, saudando a coragem e a maturidade democrática das declarações do Bispo D. Américo Aguiar, Presidente da Fundação JMJ2023, por compreender que quem luta aproveite para «tornar público as suas manifestações e as suas exigências», fazendo votos e afirmando, a viva-voz, que «é excelente, magnífico» que «alguns possam dizer, em razão da Jornada, que melhoraram as suas condições de trabalho e remuneração».
4 d ·
AS MENTIRAS DE PIZARRO NA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA- No dia 20/7/2023, durante o debate sobre o "Estado da Nação", o ministro da Saúde afirmou que o governo está fazer investimentos muito elevados no SNS para que ele responda às necessidades dos portugueses. Isto é mentira. O que está a acontecer é que o governo inscreveu no orçamento do SNS de 2023 valores elevados de investimentos, para enganar os portugueses, que depois não executa como mostram os próprios dados da Direção Geral do Orçamento do Ministério das Finanças como consta da "Síntese da execução do Orçamento do Estado de junho de 2023" . Assim, no orçamento do SNS aprovado pela Assembleia da Republica estão inscritos 753,4 milhões € para investimento no SNS em 2023, mas até maio/2023 só foram executados 66,7 milhões € (8,9%). É evidente que a maioria dos investimentos ficarão no papel, e a situação do SNS continuará a se degradar por falta investimento com consequências dramáticas para a população. Mas é desta forma que Pizarro e governo esperam enganar o povo. Quem pode acreditar que vai fazer o que promete?
Na inauguração do novo centro de Saúde de Carcavelos o ministro da Saúde foi recebido com um protesto organizado pela Comissão de Utentes do Concelho de Cascais. Apesar da «melhoria das condições», no concelho de Cascaos existem mais de 40 000 utentes sem equipa de saúde familiar e só o novo Pólo de Saúde de Carcavelos vai abranger uma população de cerca de 25 mil pessoas.
https://tek.sapo.pt/opiniao/artigos/opiniao-portugal-inova-ia-nos-servicos-publicos-para-o-cidadao
A utilização de soluções de Inteligência Artificial nos serviços públicos é o tema escolhido por João Dias, presidente da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), para o seu primeiro artigo de opinião no SAPO TEK.
Por João Dias (*)
Ãpostar na transformação digital e estarmos aptos a utilizar, de forma ética, as novas soluções tecnológicas que possam melhorar e simplificar o atendimento público é a missão que levo a cabo diariamente na AMA – Agência para a Modernização Administrativa.
Na AMA trabalhamos diariamente para simplificar a vida dos portugueses e estamos atentos a todas as inovações tecnológicas que surgem no mercado. Acreditamos, por exemplo, que os chatbots podem revolucionar o serviço de atendimento ao cidadão.
Uma vez implementados, os chatbots são uma opção de atendimento acessível e confiável para qualquer número de serviços. Soluções de IA como o ChatGPT abrem um mundo de oportunidades que, se forem bem utilizadas, podem ter um potencial de revolucionar o setor público.
Como?
Por exemplo, o ChatGPT pode ser usado para responder a perguntas frequentes do público, fornecer informações e suporte personalizados e facilitar conversas online entre as partes interessadas.
Vamos supor que um cidadão chega ao eportugal com um desafio particularmente complexo. Um chatbot pode facilmente orientar este usuário, ajudando-o a navegar por informações complexas no processo. Este chatbot pode trabalhar incansavelmente em nome de cada um desses cidadãos e pode atender centenas de cidadãos simultaneamente
Esta situação futura, irá permitir que, enquanto o chatbot está a ajudar alguém com um pedido de informação, um membro da equipa, que agora está disponível, pode passar mais tempo ajudar alguém com uma situação que requer a atenção de um humano.
Esta foi uma das premissas quando recentemente lançamos o assistente virtual da AMA, um projeto-piloto para ajudar a resolver questões relacionadas com a Chave Móvel Digital que tem a particularidade de ter um modelo de voz otimizado para a língua portuguesa com um processamento de linguagem natural.
Esta aplicação representa um marco significativo na transformação digital dos serviços públicos em Portugal e é o primeiro passo de uma estratégia de transformação do serviço ao cidadão, tirando partido de tecnologia inovadora, que começou com um serviço instrumental como é a Chave Móvel Digital mas que a ideia é alargar, a seu tempo, para todos os serviços ao cidadão. No futuro, para além de ser alargado o catálogo de serviços a que esta Assistente apoia, também será oferecido o serviço em inglês e, ainda, será evoluída a imagem do avatar.
Nesta fase piloto, a AMA está empenhada em monitorizar e analisar de forma contínua a resposta deste serviço e a interação com os cidadãos, com o objetivo de implementar melhorias com a máxima agilidade. Além disso, neste momento os próprios utilizadores já podem avaliar o seu grau de satisfação e no futuro, este feedback vai conter sugestões para aprimoramento.Na AMA, consideramos essencial conhecer e receber o feedback dos cidadãos, pois é para eles que direcionamos os nossos esforços, colocando-os no centro das nossas ações.
Por último, gostaria de realçar que o exemplo do uso de inteligência artificial nos nossos serviços públicos é apenas o começo. Estamos a dar os primeiros passos em direção ao atendimento do futuro. O nosso objetivo é proporcionar um atendimento omnicanal, abrangente em todas as direções, com o cidadão como centro das nossas ações. Estamos empenhados em oferecer um serviço acessível e conveniente em todas as plataformas, garantindo uma experiência completa e integrada para o cidadão.
Acreditamos que a inteligência artificial é uma aliada fundamental na construção de um atendimento público mais inclusivo, ágil e eficiente. Ela pode ajudar a otimizar processos, fornecer respostas rápidas e precisas, personalizar serviços de acordo com as necessidades individuais e melhorar a qualidade geral do atendimento. Estamos comprometidos em aproveitar ao máximo o potencial da inteligência artificial para beneficiar os cidadãos e melhorar continuamente os nossos serviços públicos.
Com a combinação adequada de tecnologia e um enfoque centrado no cidadão, podemos construir um sistema de atendimento público mais eficaz, transparente e capaz de atender as necessidades em constante evolução da nossa sociedade. Estamos entusiasmados com as possibilidades que a inteligência artificial nos oferece e continuaremos a explorar novas maneiras de aprimorar o atendimento aos cidadãos por meio destas soluções.
(*) Presidente da Agência para a Modernização Administrativa (AMA)
Em junho de 2023, os preços das telecomunicações, medidos através do respetivo grupo do Índice de Preços do Consumidor (IPC), diminuíram 0,4% face ao mês anterior.
Em comparação com o mês homólogo do ano anterior, os preços aumentaram 3,9%. Esta variação dos preços das telecomunicações foi 0,5 pontos percentuais (p.p.) superior ao verificado pelo IPC (3,4%).
Nos últimos doze meses, a taxa de variação média dos preços das telecomunicações foi de 2,4%, ou seja, 5,4 p.p. abaixo da registada pelo IPC (7,8%).
Por subgrupo, de acordo com o Eurostat, as taxas de variação média dos últimos doze meses em Portugal foram de 3,9% e 0,9% nos serviços em pacote e nos serviços telefónicos móveis, respetivamente.
Em junho de 2023, a taxa de variação média dos últimos doze meses dos preços das telecomunicações em Portugal foi superior à verificada na União Europeia (+1,8 p.p.). Portugal registou a 9.ª variação de preços mais elevada (19.ª mais baixa) entre os países da UE. O país onde ocorreu o maior aumento de preços foi a Polónia (+6,8%) enquanto a maior diminuição ocorreu nos Países Baixos (-3,5%). Em média, os preços das telecomunicações na UE aumentaram 0,6%.
Por subgrupo, as taxas de variação média dos últimos doze meses dos preços dos serviços em pacote e dos serviços telefónicos móveis em Portugal foram 4,1 p.p. e 1,2 p.p. superiores à média da UE, respetivamente.
Numa perspetiva de longo prazo e em termos acumulados, os preços das telecomunicações cresceram 16,7% desde o final de 2010 enquanto o IPC cresceu 24,6%. Entre 2015 e 2019, a variação acumulada dos preços das telecomunicações foi superior à variação acumulada do IPC devido aos “ajustamentos de preços” efetuados pelos principais prestadores. Em 2019, a diminuição da divergência entre os dois índices deveu-se, sobretudo, à entrada em vigor do Regulamento (UE) 2018/1971 do Parlamento Europeu e do Conselho que impôs um preço máximo às chamadas e SMS internacionais intra-UE.
Caso não tivesse ocorrido a redução de preço das chamadas intra-UE, estima-se que os preços das telecomunicações teriam crescido 20,6% desde o final de 2010, encontrando-se, em termos acumulados, 4,1 p.p. abaixo da variação do IPC neste período.
A partir do final de 2021, o IPC passou a crescer a um ritmo superior aos preços das telecomunicações.
Entre o final de 2009 e junho de 2023, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 14,6%, enquanto na UE diminuíram 8,4%. Uma análise comparativa mais pormenorizada permite constatar que, entre o final de 2009 e junho de 2023, os preços das telecomunicações aumentaram 14,4% na Eslováquia e diminuíram 20,5% e 4,7% na Chéquia e Grécia, respetivamente.
As mensalidades mínimas são oferecidas pela NOWO em oito casos, de um leque de 13 serviços/ofertas, enquanto a MEO e a Vodafone apresentaram as mensalidades mais baixas para quatro e dois tipos de serviço/ofertas, respetivamente. A NOS apresentava a mensalidade mais baixa em um serviço/oferta.
Em termos homólogos, verificaram-se 33 serviços/ofertas com aumentos de preços e seis com diminuição. Sobressaem as seguintes variações de preços:
Em relação ao mês homólogo do ano anterior, por prestador, a MEO aumentou a mensalidade de oito serviços/ofertas enquanto a NOS aumentou a mensalidade de dez serviços/ofertas. Por sua vez, a Vodafone aumentou a mensalidade mínima em todos os 13 serviços/ofertas considerados. A NOWO diminuiu a mensalidade de seis serviços/ofertas (aumento do valor do desconto, durante os primeiros 6 meses, da oferta da NOWO) e aumentou a mensalidade em dois serviços/ofertas.
Intervenção do MUSP no Fórum Liberdade
e Pensamento Critico Lisboa, Liceu Camões, 15 de Julho
de 2023
Amigas e amigos a todos cumprimentamos:
Começo por
agradecer em nome do MUSP a oportunidade de intervir no tema dedicado ao Serviço Nacional de Saúde, um
serviço público decisivo para a nossa qualidade de vida.
O MUSP, como
Movimento de Defesa dos Serviços Públicos, nesta sua intervenção não pode
deixar de realçar a importância e necessária articulação do SNS no conjunto dos
restantes Serviços Públicos.
Neste sentido
salientamos a importância da Segurança Social Pública e Universal, dos
Transportes, da Protecção Civil e Corpos de Bombeiros, das Telecomunicações e
Correios, da Escola Pública, para referir só os mais óbvios e correntes para a
concretização da meritória missão do SNS.
Se, para além da
sua intervenção no nosso quotidiano colectivo, outro argumento fosse necessário para o comprovar, tal ficou evidente
no combate à recente Pandemia, revelando à saciedade a sua
valia, centralidade e importância para Portugal, e o valor, dedicação e
excelência dos seus profissionais, os quais daqui de novo saudamos.
Fomos assistindo
com preocupação anos consecutivos às vagas nos cursos para a especialidade
médica de Saúde Pública ficarem desertas, e algumas das preenchidas serem
somente um “trampolim” para acesso a outras especialidades médicas mais
apelativas, ou mesmo ao assalto por parte do negócio privado da saúde, deixando
os municípios e as suas comunidades, desguarnecidos desta importante
especialidade médica.
Embora a missão
da Saúde Pública não incida em utentes individuais, mas sim nas comunidades,
têm uma função muito importante no estudo e acompanhamento das patologias mais
incidentes sobre as Comunidades onde exercem; detectando as prevalentes, e
levando, das formas permitidas pela lei, as autoridades competentes a adoptarem
medidas correctivas, no plano alimentar, no exercício físico, na eliminação
de focos de
contágio, etc., etc., de modo a diminuir as suas incidências, a melhorar o
nível de saúde das comunidades actuando preventivamente, e diminuindo as
despesas e o sofrimento devidos às doenças: talvez por isso um desinvestimento
tão grande nas carreiras desta especialidade médica, pois, actuando
preventivamente, prejudica o negócio da Doença.
Privando
comunidades como a Escolar e a Geriátrica, cujas, tendo patologias tipificadas e outras emergentes, carecem
de um acompanhamento mais próximo e incisivo,
tendo um acompanhamento insuficiente pioram os seus indicadores da saúde, aumenta o
sofrimento dos cidadãos e os custos para os próprios e para o SNS.
Mas também a
Medicina do e no Trabalho, onde ocorrem danos físicos para toda a vida, podendo
ser evitados e, ou prevenidos com um acompanhamento próximo e atempado das
Unidades de Saúde Pública assumindo a função inspectiva e correctiva.
A partir do 25
de Abril de 1974 o Poder Local passou a ter uma forte participação dos cidadãos na gestão da coisa pública
através dos seus eleitos, membros
dessas mesmas comunidades,
sujeitos a escrutínio diário e a uma partilha de preocupações com os seus
eleitores e concidadãos; e, com a publicação da CRP em Abril de 1976, foi o
embrião da organização democrática do Estado compreendendo a existência de
Autarquias Locais como pessoas colectivas territoriais visando a prossecução de
interesses próprios das populações.
Graças a esta
importante Conquista da Revolução de Abril, as autarquias tomaram em mãos dotar
as urbes de: água canalizada controlada analiticamente; de redes de esgotos dos
efluentes domésticos e de Estações para tratamento dessas águas e resíduos; da recolha dos lixos urbanos
e limpeza das ruas; no ajardinamento das áreas
exteriores de lazer; de colocação de Parques Infantis e de motricidade com
sparelhos de exercício físico para todos os que o desejem; de programas de
educação física etc., tudo contribuindo para um ambiente mais saudável, numa
melhor qualidade de vida, com consequências benéficas na manutenção de
comunidades saudáveis e na melhoria
dos indicadores da Saúde no novo Portugal de Abril.
Anos a fio de
degradação das carreiras e remunerações dos profissionais de Saúde, e de
carência de medidas para as tornarem atractivas e os fixarem no sector público
em exclusividade, agravou a situação de carência de profissionais no SNS, com
relevância nas especialidades de Saúde Pública, Medicina Geral e Familiar,
Obstetrícia, Saúde mental e muitas outras.
Faltam médicos e
outros profissionais de Saúde principalmente nos cuidados primários e hospitalares na Região Lisboa e Vale do Tejo, no Alentejo,
no Interior Centro e
Norte,
e no Algarve. Continuam por concretizar a construção há muito anunciada de
Centros de Saúde e de Hospitais como os Évora, Seixal, Sintra, etc., etc.; a
melhoria de instalações e
equipamentos noutros concelhos, a reabertura das unidades encerradas, e a promessa eleitoral sempre repetida e
sempre incumprida de todos os portugueses terem um médico e enfermeiro de
família.
Mantém-se a
intenção de encerar novas maternidades e de concentrar os serviços hospitalares
em grandes Unidades encerrando as restantes; afastando estes serviços vitais dos utentes, ampliando
o espaço desguarnecido e favorecendo a intervenção dos grupos privados de saúde, com todos os
custos materiais e de sofrimento para as populações.
Um exemplo
flagrante desse facto, são as medidas transferindo verbas avultadas para o
sector privado da Saúde, afectando a estabilidade e a vida das grávidas como é
do encerramento definitivo ou intermitente de maternidades públicas no concelho
de Lisboa. Neste caso, consequência das medidas relativas à habitação e às
elevadas rendas de casa afastou do concelho para as periferias milhares de
casais jovens em idade fértil, logo as maternidades privadas ali construídas,
ficaram sem a quantidade mínima de utentes para manter a sua rentabilidade.
Então,
unilateralmente o ministério decidiu-se pelo enceramento de maternidades
públicas, primeiro nos concelhos da periferia – como foi o caso do Hospital de
Vila Franca de Xira, sem a administração ter sequer sido consultada acerca das
medidas relativas à maternidade, e às urgências de pediatria e obstetrícia – e
agora mesmo a do Hospital de Santa Maria aumentando os custos para o SNS, e o
sofrimento para as utentes e suas famílias.
Descentralizar
a Saúde para as autarquias locais e regionais ao invés de constituir um passo
no almejado processo de regionalização mais não será, do que abrir mais o
caminho para pôr em causa a universalidade deste direito e abrir mais o caminho
à entrega dos Cuidados Primários de Saúde ao sector privado, social ou não.
O MUSP não aceita esta medida nem
qualquer outra que não seja de valorizar o SNS e as suas Unidades de Saúde, criando
as condições para a medicina geral e familiar seja de proximidade, universal e
volte a ser gratuita para todos e em todo o País.
As medidas
recentes, com a criação de diversas unidades locais de saúde, ou modificando a
estrutura do SNS não passam de mais um logro, não só resolvem os problemas de
fundo, como alimentam o caldo de cultura de ataque ao SNS. Ao invés
do caminho
seguido o que se impõe
é mais e melhor
investimento, medidas de fixação
dos profissionais de saúde em regime de exclusividade de funções, com melhores
carreiras e vencimentos, condições de trabalho e de investigação, medidas para
eliminar a transferência de verbas do erário público para o sector privado da
saúde, criar de facto os mecanismos de participação dos utentes na gestão do
SNS e não arremedos de falsa participação condicionando o associativismo
popular como está consignado na CRP.
A nosso ver, será
importante:
– Valorizar
as carreiras e os vencimentos dos profissionais de saúde remunerando
adequadamente a dedicação exclusiva ao SNS;
– Investir
mais em estruturas de saúde pública, aumentando a oferta pública e melhorando
as condições de atendimento e de trabalho, e a reabertura dos Centros e
Extensões de Saúde encerrados;
–
Aumentar o número de vagas nos cursos de medicina;
– O Governo
use o poder da República para desbloquear a Certificação de centenas de médicos
estrangeiros ou nacionais formados no estrangeiro;
– Adoptar um
tempo mínimo de exercício profissional no SNS aos recém formados para assegurar
o retorno do investimento feito na sua formação, como sucede já noutras
profissões em Portugal, e na Saúde em países da UE;
– O Orçamento
de Estado para 2024 (OE24) deve contemplar verbas suficientes para o SNS recuperar e retomar as capacidades
no acompanhamento e tratamento a todos os níveis do nosso Povo.
– O OE24 deve
também contemplar medidas para reduzir ou mesmo eliminar a transferência de
verbas para o sector privado de Saúde;
– Criar uma
rede pública de Unidades de Cuidados Continuados e Paliativos acessíveis a
todos os utentes;
– Criar,
ampliar e dinamizar os Laboratórios públicos para produção de medicamentos e
investigação de novos fármacos adequados às patologias prevalentes e
emergentes, num trabalho integrado com as Unidades de Saúde Pública,
Hospitalares e de Cuidados Primários
de Saúde, assegurando a Soberania Nacional na produção de medicamentos;
–
Fornecer gratuitamente os medicamentos aos doentes crónicos
e aos pensionistas;
–
Acabar com as Taxas Moderadoras;
Populações com formação académica,
acesso à Cultura e informação, só por si não tem correspondência na aquisição
da consciência do problemas da Saúde e dos Serviços Públicos nem de uma
cidadania, critica, activa e participativa!
Este é um
problema estrutural e multidisciplinar da nossa sociedade afectando a cidadania
activa, o pensamento critico e, por tudo isso a Liberdade.
Um bom exemplo
está no facto de havendo no País mais de 1.700.000 Utentes sem médico de
família, cerca de 80% desses residem na área da ARS LVT, onde se encontram a
maioria dos quadros superiores e médios do País, onde há mais acesso à cultura,
à formação académica, à informação e à mobilidade para concretizar aqueles
outros acessos; apesar de tudo isso, no concelho de Lisboa, são escassas as Comissões de Utentes activas na Saúde –
actualmente com evolução muito positiva –, embora hajam outras organizações intervenientes
as quais o MUSP integra.
Também é na
capital onde os salários e nível de vida são mais elevados, o acesso aos
subsistemas de saúde é mais facilitado; mas também onde as seguradoras fizeram
o seu trabalho, aproveitando o desinvestimento do Estado nos cuidados primários
de Saúde, oferecendo cuidados ao domicílio e noutras modalidades servindo de
amortecedor àquela aquisição de consciência: muitos não têm médico de família e nem sabem disso até ao dia em a doença os
encontra e aqueles expedientes alternativos sucumbem e os desiludem não
satisfazendo as expectativas criadas.
O
alargamento da consciência social e cívica
é um desafio colocado ao MUSP e a
todos nós, para o qual teremos
colectivamente de encontrar as formas de contribuir.