Mais de metade das pessoas com 85 anos ou mais já se vacinaram contra a gripe
Os resultados da segunda vaga do vacinómetro, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), indicam que a cobertura vacinal face ao ano anterior aumentou nos grupos com recomendação para a vacina, passando de 39,7 % para 43,6 %. O presidente da APMGF, Nuno Jacinto, considera assinaláveis os resultados na segunda vaga do vacinómetro, destacando o aumento da vacinação relativamente ao ano anterior, sobretudo tendo em conta que na época passada estes dados foram recolhidos já em novembro, “o que se traduz num aumento do ritmo de vacinação”.
A exceção é a população entre os 60 e os 64 anos, cuja taxa de vacinação está nos 21,6 %, abaixo do que se verificava na época 2023/24 (-4 %).
As estimativas do vacinómetro mostram que 57 % das grávidas já se vacinaram, sendo que metade diz que o fez por recomendação do médico.
Cerca de 40,1 % dos profissionais de saúde em contacto com doentes também já tomaram a vacina da gripe, o mesmo acontecendo a mais de metade (53,7) dos inquiridos com doença crónica.
No grupo dos doentes crónicos, mais de metade (55,7 %) da população com doença cardiovascular já terá sido vacinada, o mesmo acontecendo a 49, 3% das pessoas com diabetes.
A cobertura nas pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ronda os 42,1 %.
Do total do grupo de vacinados, na amostra estudada, os principais motivos que os levaram a vacinar-se foram a recomendação do médico (33,9%), iniciativa própria para estar sempre protegido (33,5 %), no contexto de uma iniciativa laboral (17,0 %), por ter recebido notificação de agendamento pelo Serviço Nacional de Saúde (8 %) e por saber que faz parte de um grupo de risco (7 %).
Citado em comunicado, o presidente da APMGF, Nuno Jacinto, considera assinaláveis os resultados na segunda vaga do vacinómetro, destacando o aumento da vacinação relativamente ao ano anterior, sobretudo tendo em conta que na época passada estes dados foram recolhidos já em novembro, “o que se traduz num aumento do ritmo de vacinação”.
“Outro dado que se mostra bastante consistente, não só com a vaga passada, mas também com os dados da época passada diz respeito ao peso que a recomendação do médico tem nos motivos pelos quais os grupos com recomendação se vacinam”, acrescenta.
Em relação à vacina de dose elevada, que é administrada gratuitamente nas pessoas com 85 ou mais anos de idade nos centros de saúde, na amostra total estudada no vacinómetro, 52,9% não sabe que está disponível uma vacina com estas características para esta população.
Quanto ao local de aquisição/administração da vacina, 39,7% foi na farmácia, 26,9% nos centros de saúde, percentagem idêntica aos que se vacinaram em contexto de uma iniciativa laboral.
Já entre os que ainda não se vacinaram, o principal motivo apresentado para a não vacinação foi o facto de não ser hábito (37,8%).
Relativamente à coadministração das vacinas contra a gripe e contra a COVID-19, e tendo por referência os dados da vaga anterior, a taxa nos grupos com recomendação diminuiu (passou de 82,9 % para 76,6 %), ainda que o principal motivo para receber ambas as vacinas ao mesmo tempo se mantenha o mesmo (Quero estar protegido| Considero que ambas são importantes para a minha saúde).
Ainda em relação à coadministração, mas tendo por base os inquiridos que ainda não se vacinaram, mantém-se a tendência da vaga passada em que a maioria pretende vacinar-se levando as duas vacinas ao mesmo tempo (57,7 %), em linha com os resultados do ano passado, ainda que com valores menos expressivos (85,3 % vs 57,7 %).
O vacinómetro foi lançado em 2009 e os dados da segunda vaga foram recolhidos entre 23 e 28 de outubro.
A iniciativa permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da saúde.
A campanha de vacinação sazonal contra a gripe e a COVID-19 iniciou-se em 20 de setembro e está a decorrer, em simultâneo, em milhares de farmácias de todo o país e nas unidades do SNS.
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