terça-feira, 31 de outubro de 2023
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
OPINIÃO: Denunciando a caramunha sobre a mobilidade nos territórios de baixa densidade
https://www.abrilabril.pt/nacional/denunciando-caramunha-sobre-mobilidade-nos-territorios-de-baixa-densidade
Denunciando a caramunha sobre a mobilidade nos territórios de baixa densidade
Com pompa e circunstância realizou-se no passado dia 24 de Outubro uma Conferência sobre a mobilidade nos territórios de baixa densidade. Nele, a Autoridade de Mobilidade e Transportes (AMT) publicou um Estudo sobre o tema onde descobre que «a oferta de Transportes Públicos é mais pronunciada nos municípios que não são de baixa densidade.» Como se houvesse algum recanto do universo onde acontecesse o contrário. É que, seja qual for o grau de mercantilização ou de socialização da economia, os municípios de baixa densidade populacional terão sempre uma menor oferta de transportes públicos. A questão não é se a oferta é ou não menor. A questão é o quase abandono dessas regiões, e uma oferta tão baixa que ela própria contribui para o processo de despovoamento. E principalmente, porquê? Só por serem «de baixa densidade» ou por causa de um conjunto de opções políticas que prejudicaram, que agravaram a situação nos municípios «de baixa densidade»? Mas falar de porquês questiona a política que tem sido seguida, que é exactamente a mesma que se quer continuar a seguir.
Assim, a quantificação de meia dúzia de realidades por todos conhecida tenta disfarçar o que a AMT não estudou e não quer estudar. E à cabeça é preciso dizer porque é que não quer. Porque quer manter o caminho que está a ser seguido há – grosso modo – 30 anos: o da liberalização dos transportes públicos. Que nunca é avaliado, que nunca é questionado. E é assim que conseguem alimentar a triturante mecânica onde para resolver as consequências dos processos de liberalização a solução é sempre mais liberalização.
O estudo «descobre» que os municípios de baixa densidade têm muito menos presença da ferrovia. Mais uma vez, qual a surpresa? Mas já agora... no quadro do processo de liberalização da ferrovia, o país não passou 30 anos a encerrar linhas, ramais e estações? O número de Municípios de Baixa Densidade ligados à rede ferroviária não era maior antes do encerramento – entre 1985 e 2013 – de 289 estações e 1255 quilómetros de via em 30 linhas e ramais? Não teria muito mais interesse estudar porque se encerrou? No quadro de que processo? Sobre a responsabilidade de quem? Com que objectivos? Não foram estes encerramentos uma consequência directa e inevitável do processo de liberalização da ferrovia? Não são uma consequência directa e inevitável de todos os processos de liberalização, que comprimem a oferta até à procura solvente? E depois – mas só depois – exigem apoios públicos para a procura não solvente?
Outro exemplo: o transporte rodoviário de passageiros, que é praticamente inexistente nos municípios de baixa densidade. Ficámos a saber, pelo estudo, que «em relação à oferta de transporte regular, os valores médios são de 691 Veículo Km/km2 nos municípios de baixa densidade e de 11667 Veículo Km/km2 nos restantes.» Importante precisão sobre uma realidade que todos conhecíamos ou intuíamos. Mas, mais importante: qual a relação destes dados com as diferentes fases do processo de liberalização do transporte rodoviário de passageiros? Esta realidade – repetimos, em parte natural devido à diferença de densidade populacional – agravou-se ou melhorou com a destruição da Rodoviária Nacional? E agora com a contratualização do serviço público1?
Nas rondas de propaganda motivadas pela realização da dita Conferência, Ana Paulo Vitorino afirmou que «há uma fraca atractividade financeira por parte dos operadores para este tipo de linhas porque a procura é muito baixa». Mas isso não era um dado de partida? Foi preciso privatizar e liberalizar o sector para o descobrir? Não era essa «fraca atractividade» que explicava os resultados da Rodoviária Nacional e explica hoje os resultados da CP Regional? Não foi essa «fraca atractividade» usada para privatizar? Claro, agora que o sector, nestas regiões de baixa densidade, está privatizado no essencial, passamos à fase do depois, o que implica que agora é preciso que o Estado abra os cordões à bolsa e atribua «naturais» e maiores apoios públicos para compensar a fraca atratividade.
«Não era essa "fraca atractividade" que explicava os resultados da Rodoviária Nacional e explica hoje os resultados da CP Regional? Não foi essa "fraca atractividade" usada para privatizar?»
A mecânica da liberalização é sempre a mesma: onde a oferta pode gerar lucros, ela é colocada a gerar lucros; onde a oferta não tem a possibilidade de gerar lucros, ela é abandonada e o Estado é chamado a subsidiar essa oferta até ela poder gerar lucros.
Outra das novidades da Conferência foi a de identificar as potencialidades da intermodalidade, e de como a resposta tem que ser intermodal. Mas, mais uma vez, isso sempre foi assim e não se aplica apenas às regiões de baixa densidade. Já o velhinho passe L123 se chamava intermodal por alguma razão. Claro que é preciso encontrar soluções mais dinâmicas e flexíveis para as tais regiões onde a oferta regular de meios pesados é naturalmente menor. Mais uma vez, qual o balanço dos passos dados? Por que razão a maioria das soluções de passes regionais não são plenamente intermodais no plano do transporte colectivo de passageiros? Qual o maior obstáculo a uma maior intermodalidade entre os diferentes modos de transporte? Não será a diferente propriedade de muitos deles? Somos informados – mas não surpreendidos – que o TVDE não opera em quase metade dos territórios de baixa densidade, e que os táxis têm um número de licenças por habitante superior nos municípios de baixa densidade que no resto do país.
Mas nada se reflecte sobre o impacto da introdução do TVDE na oferta global, que em muitas zonas e períodos se reduziu. Nem sobre a evolução do táxi e as políticas que impactaram nessa evolução (por exemplo, a retirada do transporte de doentes não acamados).
«Qual o maior obstáculo a uma maior intermodalidade entre os diferentes modos de transporte? Não será a diferente propriedade de muitos deles?»
Acenam-nos com as potencialidades da agregação dos diferentes modos de transporte em plataformas de transporte. Que são inegáveis. Mas se o plano é encaixar no projecto da Uber, essas vantagens desaparecem. Só o Estado tem os meios e o capital para avançar com uma plataforma que não agrave as taras do actual sistema e não o coloque a pagar o dízimo a uma multinacional. Porque não avança, começando por integrar os sistemas públicos ou com contratação pública, e depois ligando ao serviço público de táxi?
Por fim, todo o problema é tratado como se dois terços do território nacional fossem um deserto, onde naturalmente vive muito pouca gente, e como vive pouca gente é preciso montar um serviço de transportes adequado a essa realidade. Ora, Portugal não é um deserto, apesar de ter o seu interior a perder população. Que razões existem para esse despovoamento? Não há um conjunto de políticas que directamente contribuem para esse resultado? Desde a política agrícola ao encerramento de serviços essenciais, não assistimos a políticas conduzidas por critérios liberalizantes, todas produzindo o mesmo resultado um pouco por todo o lado? Todas agravando o processo de despovoamento em vez de o reverterem? E não têm sido os transportes públicos uma dessas políticas?
A tudo isto, ao essencial da Conferência sobre a mobilidade nas regiões de baixa densidade, chama-se fazer o mal e a caramunha. É um truque antigo para eternizar a velha política. Temos de recusar ir a este jogo com as regras que nos querem impor e antes tratar do que tem que ser questionado, travado e revertido: o processo de liberalização dos transportes.
- 1.O processo de contratualização arrasta-se, prometendo agora Ana Paulo Vitorino que todos os processos «possam ser concluídos em 2024, estando todos em curso». E porque se atrasou o processo? Porque em muitos locais os privados deixaram os concursos desertos porque queriam ser mais bem pagos. Que Ana Paula Vitorino caracteriza desta forma: «o mercado não correspondeu às condições submetidas à concorrência, o que implicou o relançamento de procedimentos ou a sua reformulação». E é sabido que em muitas outras regiões os privados ameaçam abandonar as concessões se as CIM/AM não lhes pagarem mais.
Por este Portugal fora... (138) - Chaves
https://tvi.iol.pt/noticias/videos/centenas-de-utentes-do-hospital-de-chaves-contra-encerramento-de-servicos-alternativa-fica-em-vila-real-a-70-quilometros/653e5ddc0cf23250d70dc3e6
Centenas de utentes do Hospital de Chaves contra encerramento de serviços. Alternativa fica em Vila Real, a 70 quilómetros
Centenas de utentes estiveram este sábado numa vigília, em Chaves, contra o fecho de serviços no hospital, entre os quais a urgência pediátrica e a médico-cirúrgica.
Esta unidade serve seis concelhos, aproximadamente 80 mil pessoas e, caso encerre, a solução fica a 70 quilómetros.
Acresce um outro problema: a maioria da população é idosa, com várias doenças associadas e sem condições de se deslocar.
TOMAR – ... sucessivas avarias na rede de abastecimento de água
https://radiohertz.pt/tomar-cidade-continua-a-sofrer-evidentes-transtornos-devido-as-sucessivas-avarias-na-rede-de-abastecimento/
TOMAR – Cidade continua a sofrer evidentes transtornos devido às sucessivas avarias na rede de abastecimento
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A cidade de Tomar continua a sofrer com sucessivas avarias na rede de abastecimento: nesta quarta-feira, dia 25 de Outubro, houve registo para transtornos em diversas zonas urbanas, casos da estrada de Paialvo/rua Conde de Tomar/Casal Mouzinho e Bairro Senhora dos Anjos, em que os residentes não tiveram acesso a água, precisamente entre as 14h45 e as 17 horas, adianta a Tejo Ambiente em relatório de ocorrência. Já na terça-feira, por sua vez, os problemas ocorreram na rua de Leiria, curiosamente entre o mesmo período temporal (14h45 e as 17 horas), algo que não deixa de ser uma grande coincidência. Ainda no decurso dos últimos dias, no último sábado, 21 de Outubro, foi o Bairro 1.º de Maio a ser afetado, entre as 11 e as 15h30, adianta aquela empresa intermunicipal.
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
TOMAR – População de São Pedro manifestou-se contra o estado das estradas… e plantou couves e tomateiros nos buracos
https://radiohertz.pt/tomar-populacao-de-sao-pedro-manifestou-se-com-o-estado-das-estradas-e-plantou-couves-e-tomateiros-nos-buracos/
TOMAR – População de São Pedro manifestou-se contra o estado das estradas… e plantou couves e tomateiros nos buracos
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Um protesto, no mínimo, original. Continuam os lamentos da população da freguesia de São Pedro, concelho de Tomar, em torno do mau estado das estradas, na sequência das obras de saneamento a cargo da Tejo Ambiente, intervenções essas que deixaram parte das vias em muito mau estado, agora ainda pior com a queda de precipitação intensa. Nesse sentido, no decurso das últimas horas, na localidade de Portela, houve alguém que plantou couves e tomateiros – entre outras espécies – nos buracos que tinham sido deixados. Importa, então, recuar até à recente sessão da Assembleia Municipal de Tomar, altura em que António Vicente, presidente da Junta de São Pedro, deu ‘voz’ à sua freguesia para falar de «discriminação»:
E a quem foram dados os benefícios fiscais?
2 879 900 000
A despesa fiscal com benefícios fiscais totalizou 2.879,9 milhões de euros em 2022, uma subida da 16% face ao valor observado um ano antes, segundo as estatísticas divulgadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira.
Por este Portugal fora... (137) - Loures
https://www.abrilabril.pt/local/utentes-querem-manter-circulacao-de-autocarros-no-hospital-beatriz-angelo
Utentes querem manter circulação de autocarros no Hospital Beatriz Ângelo
Surpreendidos com a proibição de autocarros maiores no Beatriz Ângelo, os utentes apelam à tutela que encontre uma solução que minimize eventuais impactos da circulação das carreiras dentro do hospital.
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A informação da Carris Metropolitana foi divulgada esta terça-feira na página do Facebook do Município de Loures. A partir de 1 de Novembro, segundo a nota, «apenas os autocarros da tipologia Mini terão permissão para circular no interior do recinto do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), em Loures». Os autocarros maiores, «de tipologia Midi», que antes entravam no recinto do HBA, passarão a circular apenas até à entrada do mesmo, obrigando os utentes a realizar um transbordo ou efectuar o percurso a pé.
Num comunicado, a Comissão de Utentes do HBA diz-se surpreendida com o anúncio da proibição, salientando que se trata de um «claro retrocesso». «Este retrocesso significa que os utentes que se dirigem ao hospital terão de fazer um transbordo nas imediações do mesmo ou ir a pé desde a entrada, o que é claramente uma dificuldade para quem tem dificuldades de locomoção, pessoas com crianças, idosos e todos que aí se dirigem», alerta.
A estrutura não aceita que, «mais uma vez», sejam os utentes os prejudicados por «um erro de concepção e construção» daquela unidade de saúde. Recorda que, desde a construção do hospital, «foi dado como pretexto a esta não circulação a não conformidade do pavimento à mesma, já que não suportaria o peso dos autocarros». Acrescenta que «a solução encontrada na altura foi a de circulação de um autocarro mais pequeno de uma das carreiras que servia o hospital», embora mais tarde tenha sido permitida a circulação de diversas carreiras, «independentemente do tamanho do veículo».
A Comissão de Utentes apela à direcção do hospital e aos municípios por ele servidos que, em conjunto com o Conselho de Administração do HBA, Administração Regional de Saúde (ARS) e Ministério da Saúde, «encontrem uma forma de minimizar os eventuais impactos da circulação das carreiras rodoviárias dentro do Hospital».
Reformados e pensionistas saem à rua esta sexta-feira
https://www.abrilabril.pt/nacional/reformados-e-pensionistas-saem-rua-esta-sexta-feira
É uma jornada nacional de luta, com concentrações e desfiles em Lisboa e no Porto, para exigir a necessária reposição do poder de compra das pensões e um travão ao aumento do custo de vida.
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Decidida numa reunião da Direcção da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI, no passado dia 27 de Setembro, a iniciativa encerra as comemorações do Dia do Idoso, celebrado este mês. As reivindicações integram o caderno reivindicativo para 2024, onde o MURPI coloca sete medidas consideradas prioritárias no âmbito da discussão do Orçamento do Estado e da acção do Governo, encabeçadas pela reposição do poder de compra e a valorização das reformas e das pensões.
No concreto, os pensionistas, que já manifestaram recusa em ter de optar entre comprar alimentos ou aviar receitas na farmácia, reclamam um aumento de 7,5%, no mínimo de 70 euros, já a partir de 1 de Janeiro de 2024. No documento intitulado «Só o Portugal de Abril respeitará o Outono da vida», o MURPI salienta que as exigências «assumem carácter de urgência» de modo a responder aos problemas e carências com que a maioria dos mais velhos se confronta no seu dia-a-dia, e para que o direito «a envelhecer com qualidade de vida, segurança alegria e tranquilidade» se concretize.
Associações de reformados, pensionistas e idosos e grupos de cantares estão convidados para as acções da próxima sexta-feira, 27 de Outubro, mas também «todos os que se queiram associar», realça a Confederação. Em Lisboa, o desfile parte às 14h30 do Saldanha em direcção ao jardim do Campo Pequeno. Meia hora mais tarde, no Porto, os manifestantes vão desfilar da Praça da Batalha até à Rua de Santa Catarina. O direito à habitação, com o fim da especulação imobiliária e da espiral de aumentos das taxas de juro dos empréstimos à habitação, a par de um aumento máximo das rendas de 0,43% em 2024, é outra das exigências dos reformados e pensionistas, que lutam por uma rede de equipamentos e serviços de apoio à terceira idade, nomeadamente com a criação de uma rede pública, «construída e gerida pela Segurança Social».
O reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), público, universal e gratuito, e o reforço da mobilidade, para combater o isolamento dos reformados, integram o leque de exigências do MURPI, que defende ainda a fruição cultural e desportiva, através da garantia de apoios financeiros à actividade das associações, e o fortalecimento do movimento associativo.
Por este Portugal fora... (136) - Setúbal
https://www.abrilabril.pt/local/camaras-de-setubal-palmela-e-sesimbra-agendam-vigilia-pelo-sns
Câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra agendam vigília pelo SNS
A acção foi convocada através do Fórum Intermunicipal da Saúde de Setúbal, Palmela e Sesimbra para 17 de Novembro, junto ao Hospital de São Bernardo, para exigir a resolução dos problemas que afectam o SNS.
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«O Fórum Intermunicipal da Saúde convida a população e os agentes sociais de Palmela, Sesimbra e Setúbal, a realizar junto ao Hospital de São Bernardo uma vigília pelo reforço das urgências e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), entre as 19h00 e as 24h00 do dia 17 de Novembro, acompanhando os profissionais que prestam serviço de urgência no turno nocturno», lê-se no documento aprovado, esta terça-feira, no encontro realizado na Câmara Municipal de Setúbal.
Convocada pelos presidentes das três autarquias, a iniciativa teve como propósito analisar o actual estado da saúde nestes concelhos, que, de acordo com os autarcas, vive «numa instabilidade e precariedade sem precedentes».
No final da reunião, em que participaram comissões de utentes, o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, o director de Infecciologia do Hospital de São Bernardo e representantes de entidades como a Ordem dos Médicos, União dos Sindicatos de Setúbal, Sindicato dos Médicos da Zona Sul e Associação Nacional de Farmácias, foi aprovado um documento onde se denuncia o que o Governo anunciou há cerca de um ano como conjuntural, mas que «começa a ser admitido como definitivo». Um dos exemplos é o encerramento programado e temporário de maternidades e urgências de pediatria e obstetrícia.
«A incerteza gerada por uma situação em que se regista cada vez menor capacidade de resposta leva a uma situação de insegurança que se vai acentuando e generalizando. A cativação pelo Governo de verbas que estavam destinadas à saúde é um exemplo que comprova a sua falta de vontade política para garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde», lê-se no documento.
Os eleitos mostram-se «muito preocupados» com o «processo de degradação progressiva» dos cuidados de saúde, designadamente com a situação das urgências do Hospital de São Bernardo, devido ao défice de profissionais de saúde e à incapacidade de os centros de saúde darem uma primeira resposta aos utentes, e defendem medidas que possam reverter a situação. Ao mesmo tempo, manifestam o seu apoio à luta dos profissionais de saúde por melhores condições de trabalho e remuneratórias, e «de cujo êxito depende a disponibilidade e motivação daqueles sem os quais os serviços de saúde não funcionam».
Dados de Setembro revelam que 62 329 utentes dos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra não têm médico de família e um número superior a 5000 doentes já viu ultrapassado o prazo clinicamente recomendado para submissão a cirurgia prescrita em 11 especialidades.
A falta de profissionais de saúde reflecte-se ainda na permanência dos utentes no Serviço de Urgência do Hospital de São Bernardo, que, entre 17 de Outubro de 2022 e 17 de Outubro de 2023, teve um «tempo médio de 8 horas e 27 minutos», sendo que, de entre os 123 135 episódios de urgência registados durante este período, 12 730 referem-se a utentes que se ausentam sem que se tivesse completado a avaliação clínica do seu caso.
André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, vincou que a situação nas urgências do Centro Hospitalar de Setúbal «chegou ao limite». E, apesar de as três autarquias sempre terem privilegiado o caminho do diálogo com o ministro da Saúde, outras formas de luta poderão vir a ser decididas, advertiu.
Durante o encontro, os autarcas de Palmela, Sesimbra e Palmela destacaram ainda o investimento realizado pelos municípios em parcerias para a construção de centros de saúde, no âmbito das quais «cedem o terreno, fazem o projecto, lançam os concursos, acompanham as obras e fazem os arranjos exteriores», enquanto o Governo disponibiliza fundos comunitários, temendo que depois os equipamentos fiquem fechados por falta de profissionais de saúde. A Unidade de Saúde Familiar de Azeitão, com obra concluída e pronta para ser entregue à Câmara Municipal de Setúbal e ao Ministério da Saúde, é um desses casos.
Criado há dois anos pelos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, o Fórum Intermunicipal da Saúde é um movimento destinado a debater as questões da saúde e exigir respostas para os problemas nesta área, com destaque para o Centro Hospitalar de Setúbal.
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
SAUDAÇÃO AOS TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PELA GREVE NACIONAL DE 27 DE OUTUBRO
SAUDAÇÃO AOS
TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PELA GREVE NACIONAL DE 27 DE OUTUBRO
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos/Distrito de Santarém, saúda os trabalhadores da Administração Pública que, no próximo dia 27 de Outubro, estarão em greve, por aumentos salariais dignos, melhores condições de trabalho e em defesa dos serviços públicos.
A luta dos trabalhadores da Administração Pública afigura-se da maior importância no quadro que se verifica de degradação do seu poder de compra, face ao aumento dos preços dos bens essenciais, dos combustíveis, das rendas e dos juros do crédito à habitação, deixando muitos deles numa situação de inviabilidade para o sustento das suas famílias.
A par, verifica-se uma evidente degradação na qualidade dos serviços prestados pela Administração Pública, nomeadamente da que garante as funções sociais do Estado, constitucionalmente previstas, como são o caso do SNS e da Escola Pública.
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos/Distrito de Santarém, ciente da importância desta Greve e da necessidade de prosseguir a luta conjunta em defesa dos Serviços Públicos de qualidade, manifesta a sua solidariedade às estruturas sindicais e aos trabalhadores por elas representados.
Santarém, 26 de Outubro de 2023
O MUSP/DISTRITO DE SANTARÉM
Médicos/Ministério da Saúde: proposta sindical conjunta
Proposta sindical conjunta para salvar a carreira médica e o SNS
Reunidos na tarde de 26 de outubro, na véspera de mais uma reunião negocial no Ministério da Saúde, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), acordaram em apresentar uma proposta conjunta com três pontos centrais:
1 -Reposição do horário semanal de 35h para todos os médicos que assim o desejem;
2 -Reposição do poder de compra perdido na última década, com um aumento transversal de 30% para todos os médicos;
3 -Reposição das 12 horas semanais de trabalho no Serviço de Urgência.
Acreditamos que com estas medidas é possível salvar a carreira médica e o Serviço Nacional de Saúde.
Utentes com doenças crónicas não precisam de renovar a receita no centro de saúde
Utentes com doenças crónicas não precisam de renovar a receita no centro de saúde
Utentes com doenças crónicas não precisam de renovar a receita no centro de saúde
A partir de hoje, os utentes com doenças crónicas, após avaliação médica, não precisam de renovar a receita no centro de saúde durante um ano, bastando dirigir-se diretamente à farmácia comunitária para levantar a sua medicação. Deixa também de haver limite do número de embalagens a prescrever para medicamentos destinados ao tratamento de doenças crónicas. Nestes casos de tratamentos prolongados bastará que o médico assinale essa opção na receita, indicando a posologia e a duração do tratamento.
Haverá assim uma maior articulação entre o médico de família e o farmacêutico, que passam a poder consultar o histórico de prescrições e dispensas ao utente, e a comunicar através de um canal digital, aumentando a segurança do processo. O farmacêutico passa também a poder dispensar o número de embalagens de medicamentos necessário para cada dois meses de tratamento, em vez de duas embalagens por mês, e o processo repete-se sucessivamente durante um ano.
Esta medida vai permitir a melhoria do acesso ao medicamento em tempo útil, com maior conforto para o doente, através da redução do número de deslocações do doente ao médico com o intuito exclusivo de renovar o receituário para a terapêutica habitual. Verifica-se também uma otimização dos recursos, com uma alocação mais eficiente dos tempos de consulta.
A iniciativa foi possível com o envolvimento e colaboração de várias entidades institucionais, desde logo a Direção Executiva do SNS, a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Farmacêuticos, o INFARMED, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, a DGS, a Associação Nacional das Farmácias e a Associação de Farmácias de Portugal.
“Esta medida simplifica muito a vida dos doentes com patologias crónicas, que passam a poder aviar os medicamentos sem repetir vezes sem conta o ato de pedir uma nova receita. Ao mesmo tempo liberta os médicos de família para se concentrarem num maior esforço de acompanhamento clínico dos seus utentes”, afirma o Ministro da Saúde, Dr. Manuel Pizarro.
“Esta emblemática medida permite a facilitação da vida dos utentes, a redução da carga administrativa dos médicos de família, o aumento da adesão dos utentes e o incremento da qualidade e segurança de todo o processo”, explica o Diretor Executivo do SNS, Fernando Araújo.
A presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, saúda também esta medida: “a simplificação da jornada de saúde vem melhorar o dia a dia de milhares de pessoas que vivem com doença crónica, permitindo poupanças de tempo e recursos, e ganhos significativos para a sua qualidade de vida, pela comodidade, confiança e proximidade da farmácia comunitária. Através do acesso ao histórico de prescrições e dispensas dos utentes e do envio de notas terapêuticas entre os farmacêuticos e os médicos, será possível melhorar a intervenção e acompanhamento profissional do farmacêutico, promovendo a adesão à terapêutica e os resultados em saúde. Este é mais um passo na consolidação do caminho de cooperação entre as farmácias e o SNS em prol da saúde pública”.
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