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Atrasos e falta de limpeza motivam queixas dos utentes da Ribatejana
Aumentaram as reclamações dos utilizadores da Ribatejana no concelho de Benavente. Alteração de horários, atraso nas carreiras e falta de limpeza são algumas das queixas mais reportadas. Empresa de camionagem admite dificuldades na contratação de motoristas mas garante que a oferta aumentou.
O serviço prestado pela transportadora Ribatejana no concelho de Benavente voltou a ser alvo de criticas e insatisfação por parte dos utilizadores. As alterações aos horários melhoraram a oferta ao final da tarde mas causaram mais transtorno às primeiras horas da manhã. Segundo Luís Marta, que apanha o autocarro em Samora Correia, a alteração da carreira das 07h05 para as 07h15 faz com que as pessoas cheguem ao Campo Grande, em Lisboa, mais de uma hora e 20 minutos depois em vez de demorarem 50 minutos. Ou seja, chegam tarde ao trabalho porque o autocarro apanha trânsito e não chega à hora prevista. Luís Marta reportou o seu desagrado junto da transportadora mas sem resposta até à data. O descontentamento foi também manifestado à Câmara Municipal de Benavente através do vereador com o pelouro da Mobilidade, Joseph Azevedo.
O vereador já tinha reunido com a empresa e disse que a oferta de transporte não correspondia à realidade e não acompanhava o crescimento demográfico, nomeadamente na freguesia de Samora Correia. Após a reunião, a oferta de carreiras aumentou mas com transtornos da parte da manhã. Joseph Azevedo vai pedir nova reunião porque tem recebido queixas de atrasos constantes e de incumprimento dos horários.
Além disso, queixam-se os utilizadores, os autocarros têm falta de limpeza, não têm ar condicionado e alguns têm mesmo as portas avariadas. Outro dos problemas, que não é novo, é a falta de intermodalidade entre a Ribatejana e a CP, o que leva a que as pessoas fiquem muito tempo à espera de comboio e/ou autocarro. O vereador diz que reencaminha as queixas para a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) até porque as reclamações são semelhantes noutros municípios também servidos pela transportadora.
A empresa disse ao autarca que a falta de limpeza dos autocarros se deve a dificuldade nos recursos humanos. Outro dos problemas é a redução significativa da oferta fora do período escolar.
Em resposta a O MIRANTE, o administrador da Ribatejana, Filipe Covas, explica que no início do período escolar a empresa aumentou a oferta no corredor Salvaterra de Magos – Lisboa. Aumentaram de 27 para 32 as chegadas a Vila Franca de Xira e de 13 para 15 as chegadas a Lisboa. Já as partidas de Vila Franca de Xira aumentaram de 24 para 27 e as partidas de Lisboa de 13 para 15. Os horários das freguesias foram mantidos e em alguns casos até reforçados, como é o caso do reforço entre Porto Alto e Benavente.
Falta de motoristas
Filipe Covas justifica as alterações da oferta no corredor Salvaterra de Magos – Lisboa de modo a equilibrar a procura em cada um dos horários. “Vamo-nos debatendo com um enorme fluxo de trânsito dentro da cidade de Lisboa, o que representa atrasos incontornáveis. Ainda assim, apresentámos uma solução de efectuar alguns horários directos ao Campo Grande, no lugar de efectuar uma circulação dentro de Lisboa que em muito prejudica os tempos de percurso. O terminal do Campo Grande tem conexão com todos os sistemas de transportes e seria uma alternativa mais eficaz”, diz.
A Ribatejana refere que não foram suprimidas carreiras e que os atrasos se deveram a situações esporádicas como as festas do Colete Encarnado, em Vila Franca de Xira, sem alternativas à circulação; as obras de estradas com cortes de vias e as provas de ciclismo em que o trânsito é cortado. “Além destes factores diários, aos quais somos alheios, no início de cada ano escolar temos sempre dificuldade de ajustar a oferta à procura, devido às novas necessidades dos estudantes”, explica o responsável.
Filipe Covas confirma a falta de motoristas e por isso vai recrutar mão-de-obra fora do país. As reclamações dos utentes não são novidade para o administrador da Ribatejana, que diz aumentarem sempre que começa um novo ano lectivo. “Todas as reclamações necessitam de uma análise cuidada, para não corrermos o risco de ao resolver o problema de um passageiro, estarmos a criar um problema a todos os outros”, remata.
Recorde-se que a CIMLT está a estudar em conjunto com os municípios da Lezíria do Tejo a criação de uma empresa de transporte intermunicipal.
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