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FNAM apela à «unidade» na acção de todos os sindicatos e organizações médicas
O Governo PS mostrou «abertura para recuar nas suas intenções» mas a Federação Nacional dos Médicos mantém greve de 17 e 18 de Outubro, apelando à participação de todas as organizações de médicos na manifestação a 17.
A poucos minutos do início da reunião de Manuel Pizarro, ministro da Saúde, com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, presidente da estrutura sindical que engloba três sindicatos médicos regionais (Norte, Sul e Centro), mantinha as «expectativas baixas». Passou, afinal de contas, mais de um ano e meio desde o início das negociações, com dezenas de reuniões, sem que o Governo PS demonstrasse qualquer intenção de resolver o problema.
No entanto, parece que a situação grave em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a significativa mobilização dos médicos (que em dezenas de unidades têm assinado escusas, recusando-se a cumprir mais do que as 150 horas extras obrigatórias) forçaram a mão do Governo PS. À saída da reunião, a FNAM constata que o «Ministério da Saúde mostrou abertura para recuar nas suas intenções».
«Falta agora avançar numa proposta que incorpore as reivindicações dos médicos no SNS», refere a nota da federação, enviada ao AbrilAbril. «Assinalamos o aparente aproximar de posições, mas não nos deslumbramos sem que haja garantia de igualdade para todas e todos os médicos, em termos salariais e de condições de trabalho, sem perda de direitos e sem colocar em risco a segurança de médicos e utentes».
A FNAM parte para a próxima reunião, agendada pelo Ministério da Saúde para a próxima quinta-feira, dia 19, às 15h30, com a «expectativa de poder celebrar um acordo histórico, à altura de salvar a carreira médica e o SNS». Por enquanto, a greve agendada para os dias 17 e 18 de Outubro mantém-se, para garantir que este processo não fica pela metade.
«De forma a garantir que as promessas, desta feita, se cumprem, e não ficam pelas intenções apresentadas em slides e previamente divulgadas à comunicação social, convidamos para a manifestação de dia 17 [15h30 no Ministério] o Sindicato Independente dos Médicos, os Médicos em Luta e a Ordem dos Médicos, para que, em unidade», a classe médica possa exigir um programa capaz de concretizar, de uma vez por todas, a fixação de médicos no SNS.
«Sabemos que não há SNS sem médicos, que somos os médicos de toda a população, pelo que continuaremos a lutar por um SNS universal, acessível e de qualidade». Estes avanços, defende a FNAM, têm de se traduzir «numa proposta concreta e transversal para todos os médicos», de outra forma, os médicos vão persistir na luta contra as actuais opções políticas de desvalorização do SNS.
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