INTERVENÇÃO:
Obrigado a todos pela vossa presença, nesta Vigília para defender o Serviço Nacional de Saúde que a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Santarém está a promover.
Não podíamos ficar parados perante a situação que se vive, presentemente, no Hospital Distrital de Santarém, com as graves perturbações existentes no funcionamento das urgências, que obrigam à deslocação de doentes para outras unidades hospitalares.
O Governo e os seus representantes no Ministério da Saúde e nos conselhos de administração dos hospitais, procuram fazer crer que tudo se resolve com a rotatividade das urgências, em que numa semana é aqui e noutra é acolá. E já tentam transformar isto na normalidade, como se estivéssemos a falar e a tratar da escala de serviço das farmácias da nossa cidade, aos fins de semana.
Não
bastava já o que está a acontecer com a ginecologia e a obstetricia que de duas
em duas semanas, aos fins de semana, terá as urgências encerradas, pelo menos
até meados de Janeiro, com as utentes a serem encaminhadas para Abrantes, como
agora calha às outras urgências e aos
utentes que delas precisam.
Em pleno século XXI, este Hospital, criado com o 25 de Abril, fruto do Serviço Nacional de Saúde, é obrigado a atirar com doentes urgentes para as urgências de outros hospitais, a dezenas e dezenas de quilómetros de distância.
E não venham dizer que não há problema nenhum. Há! As pessoas ficam mais longe do direito à Saúde e do acesso aos serviços de saúde.
E há, quando os serviços estando encerrados, ficam sub-aproveitados. Não foi para isto que foram construídos.
E, há, também, porque por cada serviço de urgência encerrado, nasce ao lado uma unidade de saúde privada, ainda por cima paga com o nosso dinheiro, em que o que vale é o negócio da doença e não a saúde.
Como
se isto não chegásse, continua a aumentar o número de utentes sem médico de
família. Entre o final de Agosto e o final de Setembro, só na área do
Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria, a que pertence o concelho de
Santarém, aquele número aumentou em mais de um milhar.
De 48200 passou-se para 49400. No distrito de Santarém há mais de 120 mil utentes sem médico de família.
Estamos cada vez mais longe do Serviço Nacional de Saúde, tal como o vimos nascer há 44 anos – universal, geral e gratuito.
É preciso travar este processo de destruição do SNS e para isso os utentes exigem medidas de melhor financiamento do SNS, de mais investimento em equipamentos e urgentes e adequadas medidas para dignificar o estatuto dos profissionais de saúde e as suas condições de trabalho, para que a permanência no SNS seja atractiva e com isto permitir a admissão de profissionais em quantidade suficiente para que os serviços de Saúde funcionem eficazmente.
A LUTA CONTINUA!
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