No sábado sai-se outra vez à rua para que todos tenham casas para viver
A rua voltará a ser o palco para que milhares de vontades se juntem em torno da mesma causa. No próximo dia 28 de Setembro, o movimento Casa para Viver vai sair à rua para exigir mudanças nas políticas de habitação, denunciando que as actuais medidas governamentais não atendem às necessidades da população.
Esta é já a quarta ronda de manifestações organizadas e surge após uma redução das taxas de juro directora por parte do BCE, mas que na prática pouco ou nada eliminam o sufoco que milhões de famílias sofrem.
A par disto, os organizadores da manifestação criticam duramente o actual Governo, acusando-o de favorecer os interesses dos grandes proprietários e da banca em detrimento daqueles que precisam de uma «Casa para Viver». Segundo os mesmo, a actual política de habitação não rompe com a política de direita, antes acelera-a, já que além das forças que compõem o executivo. PSD e CDS-PP, contam ainda com o suporte da Iniciativa Liberal e do Chega, e com a cumplicidade do PS.
O resultado desta política levada a cabo pelo sucessivos governos está à vista com salários, reformas e pensões dos trabalhadores e reformados a não serem suficientes para cobrir as despesas das rendas e dos créditos à habitação.
«Enquanto nós lutamos para pagar a casa, os cinco maiores bancos do país lucram 14,5 milhões de euros por dia, apenas no primeiro semestre deste ano», pode ler-se num comunicado do movimento Casa para Viver. «Esse é o lucro que as nossas prestações da casa lhes rendem, e as nossas vidas ficam cada vez mais instáveis», reiteram.
A manifestação visa, assim, pressionar o Governo a adotar políticas que priorizem quem vive dos rendimentos do seu trabalho, colocando as pessoas à frente dos interesses dos especuladores. «Assim não pode ser» e «é urgente alterar as políticas de habitação para garantir dignidade e uma vida estável para todos», conclui o movimento.
As propostas apresentadas para resolver a grave crise habitacional é são simples: baixar e regular as rendas para valores compatíveis com os rendimentos do trabalho em Portugal; aumentar a duração dos contratos de arrendamento para um período mínimo de 10 anos; pôr fim aos despejos, às desocupações e às demolições que não tenham alternativa de habitação digna e que não preservem a unidade da família na sua área de residência; baixar as prestações bancárias; ou rever imediatamente todas as formas de licenças para a especulação turística.
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