segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Da externalização de serviços públicos podem suceder casos em que o serviço deixa de ser prestado...

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Fundação José Relvas vai encerrar equipamento que dá apoio a crianças e jovens em Alpiarça


O Centro de Acolhimento Temporário da Fundação José Relvas, em Alpiarça, vai ser encerrado por alegadamente estar a dar prejuízo à instituição. O equipamento social dá apoio a cerca de meia dúzia de crianças e jovens que vão obrigatoriamente ser encaminhadas para outras instituições. Ainda não se sabe o que vai acontecer aos cerca de oito funcionários.

A Fundação José Relvas, em Alpiarça, prepara-se para mandar encerrar o Centro de Acolhimento Temporário, um equipamento social que dá apoio a cerca de meia dúzia de crianças e jovens dos 12 aos 18 anos, todas do sexo masculino, embora possa, sempre que a situação o justifique, acolher jovens com idades inferiores. De acordo com informações a que O MIRANTE teve acesso, junto de fonte próxima da instituição, o presidente do conselho de Administração da Fundação, Joaquim Rosa do Céu, que já foi presidente da Câmara de Alpiarça, tem reunido individualmente com os cerca de oito funcionários para anunciar o fecho da valência.
Segundo a mesma fonte, as razões dadas pelo também ex-presidente da Turismo de Lisboa e Vale do Tejo prendem-se com o facto da valência estar a gerar prejuízos à fundação. “O José Relvas quando deixou esta fundação não foi para ser dirigida com o foco no lucro, mas sim no seu serviço social. Esta forma de gestão vai contra os estatutos da instituição”, refere a mesma fonte ao nosso jornal, acrescentando que a informação do encerramento do equipamento já é assunto na vila, embora ainda não tenha sido tornado público pela direcção da Fundação.
Neste momento ainda não se sabe o que vai acontecer aos cerca de oito funcionários que estão afectos ao Centro de Acolhimento Temporário, embora o mais certo é serem encaminhados para outras valências da instituição. “No entanto, há quem já tenha sido convidado a sair”, adianta a nossa fonte, pedindo o anonimato com receio de sofrer represálias. “As informações que tenho é que o presidente já deu ordem para funcionários não virem a partir de Setembro”, sublinha.
Segundo o site da Fundação José Relvas, o CAT assegura a prestação de serviços como alimentação, cuidados de higiene e imagem, cuidados de saúde, apoio educativo e terapêutico, apoio psicossocial, actividades socioculturais, apoio nas actividades da vida diária, entre outros. “Vai ser uma perda muito grande para os miúdos. Sei que um dos miúdos que está há dois anos na instituição, e que chegou completamente desintegrado e cheio de vícios, é hoje um excelente aluno e com um futuro risonho pela frente. Tenho muito receio por ele e que todo o trabalho seja deitado ao lixo”, lamenta.
Para além do CAT, a Fundação José Relvas tem ainda disponíveis as seguintes valências: Estrutura Residencial para Idosos (ERPI), Centro de Dia, Serviço de Apoio ao Domicílio, Centro Infantil, e um programa de Intervenção Precoce na Infância (IPI).
O MIRANTE solicitou esclarecimentos, através de e-mail, ao presidente do conselho de administração da Fundação José Relvas. No fecho da edição respondeu que a decisão foi “devidamente ponderada pela administração, que se viu obrigada a assumir tal decisão, perante a verificação de permanentes défices operacionais de exploração que, a não serem combatidos, poderiam a prazo afectar negativamente toda a estrutura funcional da Fundação José Relvas”. Acrescentou ainda que “os funcionários vão ser colocados noutras respostas sociais”.

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