sábado, 16 de novembro de 2019

Opinião: O bom, o mau e o assustador nos serviços de saúde em Portugal

O bom, o mau e o assustador nos serviços de saúde em Portugal

"Há, com certeza, casos de má gestão ou incapacidade de organização dos serviços públicos de saúde em Portugal. Mas a principal conclusão que se retira dos dados da OCDE é outra: o SNS está subfinanciado. As necessidades acrescidas que decorrem da estrutura demográfica e das enormes desigualdades sociais em Portugal aconselhariam um esforço maior do que a média no financiamento da saúde. Não é isso que acontece, pelo contrário. A despesa pública em saúde por habitante em Portugal (em paridades de poder de compra) é menos de dois terços da que se verifica na média da OCDE. Tirando o caso da Grécia, Portugal é o único país da UE cujas despesas públicas em saúde em 2017 eram inferiores aos valores de 2010. Foi também um dos poucos países onde os salários dos médicos caíram neste período.

O subinvestimento no SNS não se reflecte apenas na saúde dos cidadãos no imediato. A incapacidade de resposta e a degradação das condições de trabalho dos profissionais abrem espaço à expansão da oferta privada. O sistema público vai-se tornando um pobre serviço para pobres, enquanto os privados oferecem serviços em função da capacidade de pagamento. Se nada de relevante for feito para inverter a situação, acabaremos todos a pagar mais por um sistema cujos resultados serão medíocres - como o relatório da OCDE mostra para o caso dos EUA. O interesse objectivo que o poderoso lobby privado da saúde tem na degradação do SNS é o lado mais assustador desta história. Resta saber se quem defende outro destino para a saúde em Portugal - dentro e fora do governo - vai ter força para resistir à pressão dos interesses." (Victor Paes Mamede, in DN)

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MUSP NACIONAL: sobre as contas dos CTT

22,9 Milhões de euros 
são dos utentes dos CTT

Face à degradação do serviço postal, ao encerramento de postos e estações de correios e à extinção da distribuição diária, os utentes reclamam os 22,9 Milhões de euros de lucros dos CTT para o investimento na empresa e na prestação do serviço público postal.

O montante de 22,9 Milhões de euros que foi anunciado como o lucro dos CTT, obtido até setembro, é bem demostrativo do que é a gestão privada de um serviço público, pois esta mais não fez que reduzir os custos na prestação do serviço, que continua com indicadores bastante negativos na qualidade do serviço postal, para maximizar os lucros a distribuir aos detentores do capital.

O anúncio deste montante é ofensivo para as populações que ficaram sem a sua Estação de Correios e para todos aqueles que tinham distribuição diária ou três vezes por semana e ficaram com uma distribuição semanal, quando muitas vezes nem essa se verifica.
Este montante é insultuoso para todos aqueles que vêm a sua correspondência a ser tratada na papelaria ou no café sem a mínima garantia de sigilo.

Não se pode fazer alarde dos resultados de 22,9 Milhões de euros às custas da destruição de um serviço público que até à privatização já era lucrativo e tinha níveis de qualidade de referência mundial.
Os utentes reclamam os 22,9 Milhões de euros para si porque os CTT foram construídos com o contributo dos utentes ao longo de anos e porque esta empresa presta um serviço público essencial que tem vindo a ser paulatinamente destruído para obter estes estes mesmo lucros. Os utentes reclamam que se coloque este dinheiro na empresa, se reabram as Estações encerradas e se contratem os trabalhadores em falta!

Bem podem os administradores dos CTT aumentarem as suas remunerações, que ao que as notícias vindas a público indicam, já ultrapassam os dois milhões de euros anuais, bem pode a bolsa de Lisboa disparar com os resultados desta empresa, os utentes e as empresas nacionais bem sabem a falta de qualidade que os correios apresentam e a necessidade de investimento em recursos humanos.

Face a este quadro impõe-se o retorno dos CTT à esfera das empresas públicas, de onde nunca devia ter saído, com a garantia da efetiva prestação de serviço público, com o investimento dos resultados operacionais na própria empresa, na sua modernização e na melhoria da prestação dos serviços.

O Movimento dos Utentes de Serviços Públicos apela a todas as Comissões de Utentes que defendam as suas Estações de Correios, aquelas que estão em funcionamento e as que fazem falta, pois não é por falta de dinheiro que elas não reabrem, mas pela ganância dos gestores da empresa e pela cúmplice inação do governo.

CHMT: funcionamento da consulta aberta


MÉDIO TEJO: reunião da Comissão de Utentes


BENAVENTE: caminhada contra a diabetes