segunda-feira, 4 de novembro de 2019

MUSP NACIONAL: sobre as contas dos CTT

22,9 Milhões de euros 
são dos utentes dos CTT

Face à degradação do serviço postal, ao encerramento de postos e estações de correios e à extinção da distribuição diária, os utentes reclamam os 22,9 Milhões de euros de lucros dos CTT para o investimento na empresa e na prestação do serviço público postal.

O montante de 22,9 Milhões de euros que foi anunciado como o lucro dos CTT, obtido até setembro, é bem demostrativo do que é a gestão privada de um serviço público, pois esta mais não fez que reduzir os custos na prestação do serviço, que continua com indicadores bastante negativos na qualidade do serviço postal, para maximizar os lucros a distribuir aos detentores do capital.

O anúncio deste montante é ofensivo para as populações que ficaram sem a sua Estação de Correios e para todos aqueles que tinham distribuição diária ou três vezes por semana e ficaram com uma distribuição semanal, quando muitas vezes nem essa se verifica.
Este montante é insultuoso para todos aqueles que vêm a sua correspondência a ser tratada na papelaria ou no café sem a mínima garantia de sigilo.

Não se pode fazer alarde dos resultados de 22,9 Milhões de euros às custas da destruição de um serviço público que até à privatização já era lucrativo e tinha níveis de qualidade de referência mundial.
Os utentes reclamam os 22,9 Milhões de euros para si porque os CTT foram construídos com o contributo dos utentes ao longo de anos e porque esta empresa presta um serviço público essencial que tem vindo a ser paulatinamente destruído para obter estes estes mesmo lucros. Os utentes reclamam que se coloque este dinheiro na empresa, se reabram as Estações encerradas e se contratem os trabalhadores em falta!

Bem podem os administradores dos CTT aumentarem as suas remunerações, que ao que as notícias vindas a público indicam, já ultrapassam os dois milhões de euros anuais, bem pode a bolsa de Lisboa disparar com os resultados desta empresa, os utentes e as empresas nacionais bem sabem a falta de qualidade que os correios apresentam e a necessidade de investimento em recursos humanos.

Face a este quadro impõe-se o retorno dos CTT à esfera das empresas públicas, de onde nunca devia ter saído, com a garantia da efetiva prestação de serviço público, com o investimento dos resultados operacionais na própria empresa, na sua modernização e na melhoria da prestação dos serviços.

O Movimento dos Utentes de Serviços Públicos apela a todas as Comissões de Utentes que defendam as suas Estações de Correios, aquelas que estão em funcionamento e as que fazem falta, pois não é por falta de dinheiro que elas não reabrem, mas pela ganância dos gestores da empresa e pela cúmplice inação do governo.

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