NOTAS DA INTERVENÇÃO feita pela CUSMT, na Reunião Conselho Consultivo do CHMT
(Nota: a única entidade que não esteve presente foi a CMTNovas)
NOTAS DA INTERVENÇÃO feita pela CUSMT
Saudamos todos os presentes fazendo votos para que do nosso trabalho e do empenho contínuo de todos e das instituições que representamos resultem mais e melhores serviços hospitalares no Médio Tejo. O funcionamento regular dos órgãos institucionais das unidades de saúde, nomeadamente este Conselho Consultivo, é essencial para o envolvimento da comunidade (unidades de saúde, autarquias, escolas, utentes, IPSS, profissionais) no acompanhamento e na definição de metas a atingir.
A prestação de cuidados de saúde no Médio Tejo, como em todo o País e no mundo, viveu situações de extrema exigência. Embora com percalços tem de se reconhecer que os serviços públicos de saúde e os seus profissionais (e outras entidades) estiveram à altura para minimizar e/ou debelar muito do sofrimento imposto pela pandemia COVID-19. O plano desconfinamento está a decorrer com avanços e recuos. Por isso para além da vacinação que tem de ser acelerada e dos indispensáveis cuidados de prevenção em relação à COVID-19, a comunidade em geral tem de assumir o retomar de toda a sua actividade social, económica e, também, na prevenção e na prestação de cuidados a toda a população.
Na nossa intervenção junto das populações e das instituições por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.
Por isso, não queremos deixar passar esta oportunidade para reafirmar metas e objectivos que queremos ver concretizados no âmbito do CHMT:
As urgências hospitalares são o fim da linha para muitos problemas de saúde e até sociais. No Médio Tejo defendemos a integração e divisão equilibrada, no CHMT, dos diversos serviços espalhados pelas 3 unidades hospitalares (Abrantes, Tomar e Torres Novas): A Urgência médico-cirúrgica deve ser atribuída ao CHMT e a administração ter a possibilidade de a gerir conforme os meios e as necessidades; A porta de entrada, deve ser a porta de saída; Extensão da Urgência Pediátrica às unidades de Abrantes e Tomar; Implantação de uma Urgência Básica em Ourém; Devem ser concretizadas, o mais depressa possível, as obras de requalificação da Urgência de Abrantes; A instalação da Ressonância Magnética em Abrantes/CHMT e da TAC em Torres Novas têm de ocorrer dentro dos prazos previstos e estarem em funcionamento até final do Verão; Implantação de uma unidade de hemodinâmica; Apoio à actividade da hospitalização domiciliária; Aquisição e manutenção de equipamentos e instalações (p.e. meios poupança energia, pintura de instalações,…); Reforço da idoneidade formativa; Recuperação das listas de espera de consulta e cirurgia; Apoio ao internamento em Medicina Física e Reabilitação e à criação de uma equipa multidisciplinar para atender às sequelas da Covid-19; Esforço contínuo de Humanização dos cuidados de saúde e de comunicação/articulação entre os profissionais de saúde, e de estes com os utentes e familiares.
O reforço dos Recursos Humanos, sempre poucos para as necessidades, só pode ser atingido com vários meios: reforço do internato médico e da idoneidade formativa; criação de condições para atrair mais profissionais (valorização profissional e salarial, POR EXEMPLO não compreendemos os valores pagos a trabalhadores indispensáveis como os assistentes operacionais; melhorias de equipamentos e instalações; telemedicina e digitalização; objectivos de gestão coerentes com a valorização das carreiras; incentivos à fixação; “habilidade” das administrações das unidades de saúde;…). No conjunto dos gastos do SNS, os referentes aos recursos humanos representam quase 50%, pelo que a eficácia e a eficiência do SNS exigem maior produtividade que só pode ser conseguida com mais capacitação dos profissionais, mais organização, digitalização dos procedimentos e dados, evitar redundâncias e mais e melhores instalações e equipamentos
Muito do êxito futuro do SNS vai depender do aprofundamento do trabalho em rede (saúde pública; centros saúde/cuidados primários; hospitais; cuidados continuados – que têm grande défice de camas; entidades sociais; serviços de transporte de doentes e sinistrados; autarquias; instituições sociais). Apelo às entidades presentes para, de forma pedagógica, divulgarem a organização e serviços do CHMT. Temos de combater a iliteracia de muitos cidadãos em relação à organização e prestação de cuidados.
Por fim dizer, festejaremos todos e cada um dos avanços mas continuaremos a dirigir os nossos esforços para a informação, organização e mobilização das populações (a sua intervenção é FUNDAMENTAL para a concretização dos objectivos atrás expostos), para o contacto com as entidades responsáveis pela definição das políticas e prestação de cuidados e para a apresentação de propostas e reivindicação de cuidados de saúde de proximidade e de qualidade no Médio Tejo, na perspectiva do reforço do SNS para debelar ou reduzir o sofrimento humano.
7.7.2021
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