domingo, 9 de março de 2014

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Comissão de utentes diz que eventual redução das portagens na A23 “é propaganda”
 
O diretor-geral da Scutvias, concessionária da A23, revelou na quinta-feira que a empresa está a negociar com o Estado a mudança do regime de concessão da A23 de modo a permitir a redução do valor das portagens
A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A23 e A24 considerou hoje que o anúncio da eventual redução das portagens na A23 é "uma grande operação de propaganda", disse à agência Lusa Francisco Almeida, porta-voz do movimento.
"Nos últimos tempos têm surgido várias notícias a falar na redução do valor das portagens, mas ninguém vê a concretização. O que estamos a assistir é a uma grande operação de propaganda em torno desta matéria", afirmou.
Francisco Almeida recordou que há eleições em maio e que algumas das notícias "até têm essa coincidência temporal, como seja o relatório das infraestruturas de elevado valor acrescentado que vem dizer que a proposta para a redução das portagens deve ser aplicada já em maio", fundamentou.
Este responsável acrescentou ainda que também "os deputados da maioria" têm dado declarações no mesmo sentido, assim como os autarcas de Viseu, Guarda e Aveiro ou até o secretário de Estado dos Transportes.
"Ora nós somos tudo menos parvos. Isto é mais uma das estratégias que têm como objetivo ganhar as eleições para o parlamento europeu, disso não temos dúvida nenhuma", reiterou.
O diretor-geral da Scutvias, concessionária da A23, revelou na quinta-feira que a empresa está a negociar com o Estado a mudança do regime de concessão da A23 de modo a permitir a redução do valor das portagens.
Atualmente, no país há dois regimes de concessão: um que é o disponibilidade, em que a empresa recebe consoante a disponibilidade da infraestrutura e independente do tráfego que circula, e outro em que os custos operacionais ficam a cargo e risco da concessionária.
A Scutvias pretende optar pela última hipótese e promete baixar o valor das portagens, o que "depende sempre da aprovação do Estado português" e o que é encarado com muita desconfiança pelo porta-voz dos utentes.
Francisco Almeida não acredita que a aplicação do novo modelo de negócios permita eventuais poupanças.
"Isto tem de ser lido em simultâneo com a declaração do secretário de Estado dos Transportes que, recentemente, defendeu que era preciso acabar com os pequenos troços que são gratuitos. Ou seja, dão por um lado, tiram por outro. Na verdade, estão a tratar de enganar as pessoas porque dizem que baixam cinco cêntimos aqui e acolá, mas simultaneamente colocam pórticos em todo o lado. Ora, a relevância que isso pode vir a ter é a de pagar mais", disse.
Para a comissão de utentes, as portagens "só serviram para agravar o empobrecimento das pessoas e para desgraçar muitas empresas", pelo que mantém a "reivindicação de acabar com as portagens de vez" e em todas as vias que não têm alternativa.
"Tudo o que seja menos que isso não é nada. Para nós, uma boa notícia seria a de que o Governo ganhou juízo e que decidiu acabar com as portagens nas autoestradas que não têm alternativa, que são as da nossa região", sublinhou.

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