sábado, 19 de abril de 2014

Que nome se deve chamar a estes governantes?

As estatísticas dos hospitais estão erradas! E as outras??!!

Nota da CUSMT:
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo há muito que vem denunciando falta de transparência nas informações que vinham sendo dadas e publicadas. Por exemplo, no Conselho Consultivo do CHMT (que não reúne desde 13 de Mai...o de 2013), levantámos a questão da ausência de dados relativos ao mês de Dezembro de 2012. A resposta foi evasiva...
Mais recentemente denunciámos que os últimos dados publicados dizem respeito a Agosto de 2013, como se pode comprovar no site do CHMT.
Estas denúncias vêm pôr em causa a qualidade do trabalho realizado pelas empresas privadas contratadas para fazer tarefas de serviços públicos e levanta UMA PERGUNTA: Será que podemos acreditar nos dados que o Governo nos vai dando para justificar "os êxitos" das suas políticas?
Entretanto, o Ministério da Saúde continua a sua política de tornar ainda mais caro e mais longe o acesso a cuidados de saúde.
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Bronca nas contas dos hospitais
Números do site oficial estavam errados. Ministério acusa empresa

    Dados de Dezembro de 2013 foram retirados do site depois  de o i  ter confrontado o ministério com várias discrepâncias
    A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) retirou ontem do seu site as contas dos 39 hospitais EPE relativas a Dezembro de 2013. A decisão foi tomada depois de o  i ter confrontado o organismo que gere os dinheiros da saúde com as discrepâncias dos números divulgados.
    Em causa estava o facto do valor da soma das parcelas (de cada hospital) em vários indicadores não bater certo com os totais apresentados na página inicial com os dados nacionais globais. A começar pelos custos operacionais. Na página inicial, podia ler-se que o valor global de todas as unidades era de 4795 milhões de euros, o que representaria um decréscimo de 50 milhões (-1%) em relação aos 4845 milhões registados em 2012. Mas de acordo com a soma dos custos apresentados nas fichas individuais de cada hospital, este indicador já totalizava 4920 milhões, ou seja, mais 125 milhões do que o o valor apresentado na tabela inicial. E sendo assim, este montante já traduziria um acréscimo de 75 milhões (+1,5%) em relação a 2012.
    Confrontados com estas e outras discrepâncias, a porta-voz da ACSS respondeu: "Os dados que foram colocados no microsite resultam de uma falha informática da responsabilidade da empresa gestora e não correspondem aos dados reais das instituições. A ACSS lamenta o erro e apurará responsabilidades por este inaceitável lapso."
    Nos resultados operacionais, os números também não batiam certo, apesar de a diferença não ser tão acentuada. Na tabela global, o número divulgado era de 324,6 milhões de euros negativos, o que significaria uma melhoria de 48,5 milhões (13%) relativamente aos resultados operacionais alcançados em 2012. A soma dos valores de cada hospital dá, porém, 326 milhões, isto é, menos 47,2 milhões do que em 2012 (12,6%).
    No caso das dívidas vencidas a fornecedores externos, o montante inscrito na tabela global apontava para 837,4 milhões de euros, mas a soma de cada um dos hospitais já dava um total de 875,9 milhões, ou seja, mais 38,5 milhões. No quadro inicial a ACSS referia ainda que o montante da dívida vencida não tinha registado nenhuma variação em relação a 2012. Um dado, no mínimo, surpreendente, tendo em conta que em Janeiro de 2013 o valor da dívida vencida era de 1018 milhões de euros.
    i chegou a questionar ainda a ACSS com o facto de o montante das dívidas vencidas em Dezembro representar um decréscimo de apenas 445,6 milhões em relação ao montante registado em Outubro - mês em que o valor da dívida vencida atingiu o pico de 1321 milhões -, apesar de terem sido injectados quase dois mil milhões nos hospitais nos últimos meses do ano passado.
    Outra das discrepâncias detectadas pelo  i tinha a ver com o EBITDA (cash-flow ou margem operacional). A tabela global indicava que os hospitais tinham fechado o ano com um EBIDTA negativo de 157,1 milhões. Já a soma dos valores de cada unidade hospitalar totalizava -155 milhões de euros.
    Dados de 2012 por divulgar  Outra das falhas detectadas pelo i prende-se com o facto de a ACSS nunca ter divulgado os dados da monitorização mensal relativos a Dezembro de 2012. O  pediu-os há várias semanas para poder fazer as comparações homólogas, mas até ontem não recebeu qualquer informação.
    Em relação aos dados divulgados, o  constatou ainda que na lista dos hospitais com estatuto empresarial não constam os relativos ao Centro Hospitalar do Oeste. Questionada sobre esta situação, a porta-voz da ACSS limitou-se a reafirmar que "houve um problema técnico" que estão a tentar apurar. O  i constatou, entretanto, que desde Agosto que a ACSS não divulga os dados desta unidade hospitalar.
    A história repete-se Esta não é a primeira vez que este tipo de erros ocorrem no âmbito do organismo que gere os dinheiros do Ministério da Saúde. Desde os governos de António Guterres que os números apresentados pelos responsáveis da ACSS (na altura chamava-se IGIFS - Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde) suscitavam polémica no parlamento, aquando das discussões das propostas de Orçamento do Estado para o ano seguinte. Foram várias as vezes que o então deputado do PCP, Octávio Teixeira, confrontou os secretários de Estado Manuela Arcanjo, primeiro, e Francisco Ramos, depois, com o facto da soma das parcelas de algumas rubricas não bater certo com o total dos indicadores apresentados no mesmo quadro. No caso da ex-secretária de Estado de António Sousa Franco, o mal estar causado pelos comentários do deputado comunista eram evidentes. Convém lembrar ainda que, entre 1999 e 2002, o presidente do IGIFS era Manuel Teixeira, actual secretário de Estado da Saúde de Paulo Macedo.
    Apesar de contar com 206 efectivos (dados do relatório de actividades de 2011, o mais recente que foi divulgado), a ACSS sempre pautou a sua actividade pelo recurso frequente a outsourcing. Em 2010, a ACSS perdeu as competências das tecnologias de informação para uma nova entidade -a SPMS - Serviços Partilhados da Saúde - mas a contratação de empresas externas continuou a ser uma prática corrente.
    publicado por usmt às 16:50

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