domingo, 17 de agosto de 2014

Opinião

Diário de Notícias

Um governo de destruição maciça

é bom começarmos a estar mais acordados porque já pouco resta para servir o bem comum

 
Isabel Cardoso Professora
                          
 
 
 
 
Pois cá estamos nós, mais uma vez, a viver um Verão absurdo que anuncia mais daquela imoral e inútil austeridade que nos corrói o dia-a-dia. Porque nada como o Verão para dar andamento à agenda política.
É que dar cabo das funções sociais do Estado para termos uma Saúde e uma Educação do “salve-se quem puder”, perder o dinheiro da Segurança Social nos casinos da banca, retornar à servidão, vender a “preço de amigo” o património de todos, continuar a arranjar “empregos para a vida” para os filhos (os “filhos d’algo” de outras eras!) e convencer todo um povo de que não há alternativas e de que os que protestam são um bando de irresponsáveis, não é nada fácil!
 Por isso, o Verão vem mesmo a calhar. O calor dá aquela sensação de que temos o direito de andar distraídos, como se fosse o único direito que temos de defender com “unhas e dentes”.
E dos muitos Verões que me lembro, este tem sido exemplar: um banco foi à falência arrastando a desastres incontáveis, o governador do Banco de Portugal fez de conta que era governante e falou à nação, o primeiro-ministro mantém-se a banhos mas deixou sobre a mesa os cortes que se seguem, o Tribunal Constitucional sentenciou para o futuro que agora não dá jeito, o presidente da República continua escondido, passeiam-se egos inchados pela Europa dita “União” e fazem-se, evidentemente, os já tradicionais e imperdíveis arraiais profanos que isto de muito circo e pouco pão sempre é notícia e entretém o povo.
Não quero perturbar o direito ao descanso a ninguém, até porque só chegaram a esta linha aqueles a quem devo agradecer a paciência de lerem estas reflexões domésticas, mas se quisermos garantir este direito, também ele inalienável, a gozar o Verão e o sossego em família, é bom que comecemos a estar mais acordados porque já pouco resta para servir o bem comum, o cenário é do mais trágico desastre. Tudo está devastado pelas armas destruidoras dos “partidos do arco da governação” que se têm servido da subserviência do “bom povo” para arrecadar gordos proveitos e garantir o seu “direito ao descanso”. E mais não digo porque está calor!

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