Os bombeiros poderão vir a devolver as ambulâncias de emergência ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) caso não sejam actualizados os valores pagos por cada socorro prestado. Uma proposta nesse sentido foi já feita pelos bombeiros do Algarve, mas a intenção poderá vir a estender-se a outras zonas do País.
Por:Ana Palma (C Manhã)
Isso mesmo foi ontem admitido ao CM pelo vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rodeia Machado, que na véspera participou, em Faro, num fórum sobre o futuro dos ‘soldados da paz’ algarvios, onde frisou que o INEM "paga apenas entre 30 a 40% das despesas que os bombeiros têm com a emergência".
"Trata-se de uma proposta da Federação dos Bombeiros do Algarve, sobre a qual a Liga já se debruçou, mas ainda não tomou qualquer decisão", salientou Rodeia Machado. O responsável considerou, contudo, ser a situação "muito preocupante", pelo que o Conselho Executivo da Liga irá "propor, com urgência, alterações com vista à sua resolução, nomeadamente a actualização de preços".
Caso tal não aconteça, não é de excluir que a posição algarvia possa vira a ter eco mais a norte. "Trata-se de um problema que ameaça tornar-se insustentável a nível nacional", admitiu o vice-presidente da Liga, que esclareceu serem 229 as ambulâncias entregues pelo INEM aos corpos de bombeiros nacionais. "Essas ambulâncias custam ao INEM oito milhões de euros, mas a verba não é suficiente para as associações de bombeiros conseguirem pagar às equipas, que trabalham 24 sobre 24 horas", disse.
Rodeia Machado revelou ainda que, no Algarve, "devido à situação económica, muito complicada, se não houver alterações significativas terá de haver despedimento de pessoal em várias associações".
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