Pneumonia
Diagnóstico tardio leva internamento a subir 12%
por DIANA MENDES Hoje no DN
Observatório das Doenças Respiratórias alerta para aumento de quase cinco mil internamentos por esta doença em 2009 e defende medidas para limitar o seu crescimento.
Em 2008 e 2009, o número de internamentos devido a pneumonia subiu 12,1%. Segundo dados do relatório anual do Observatório Nacional para as Doenças Respiratórias, que será divulgado na terça-feira, neste período houve quase mais cinco mil internamentos, para um total de 43 065. Para isso contribuem o diagnóstico tardio, em parte devido à desvalorização dos sintomas, mas também a falta de meios e recursos humanos ou o envelhecimento da população.
Nos últimos quatro anos (desde 2005), internamentos por pneumonia subiram quase 19%, sendo a principal doença a contribuir para o aumento de 20% nos internamentos por problemas respiratórios em geral, que atingiram 83 163 em 2009.
Artur Teles Araújo, o coordenador do observatório, disse que "os casos de gripe, associada à pneumonia, e o envelhecimento da população não podem ser vistos como únicas causas do crescimento de pneumonias, que provocam mais de cinco mil óbitos anuais".
Uma das razões que invoca também é a disparidade regional em termos de oferta de cuidados: Há mais internamentos e mortalidade em zonas com menor capacidade hospitalar, como acontece no Algarve ou Alentejo", exemplifica. Analisando os dados de 2008 do relatório de recursos e produção da Direcção-Geral da Saúde, verifica-se que há apenas 23 pneumologistas nos centros de saúde, a que se juntam os 329 de todos os hospitais.
Tendo em conta que as doenças respiratórias são a segunda causa de morte e são 20% dos casos de doença, "parece-nos insuficiente que o número de consultas oscile entre 3,2% e 7,9% do total nos hospitais", refere o relatório, a que o DN acedeu. Só no Centro e região de Lisboa o número de pneumologistas é considerado suficiente.
"Esta falta de cuidados leva os doentes a recorrer mais tarde aos serviços, quando já vêm em piores condições. Esta doença é muito complicada e vem agravar outras que os doentes tenham", sublinha Teles Araújo.
A verdade é que além dos casos em que a pneumonia é a causa principal de internamento, ainda houve mais 17 815 casos em que a doença era identificada no utente. Para a combater, o observatório faz algumas recomendações, tanto a doentes como a médicos e decisores políticos.
As doenças respiratórias têm aumento dos internamentos, em contraciclo com o número geral (925 753), que caiu 2% em quatro anos. Os internamentos das mesmas quase duplicaram em 10 anos e custam agora cerca de 600 milhões de euros anuais, 240 dos quais associados só à doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). A isto junta-se a perda de quatro milhões de dias de trabalho e 40 mortes/dia por estas causas.
O relatório enuncia questões a não esquecer na prevenção. Além do tabaco, cujo consumo deve continuar a ser minimizado, Teles Araújo alerta que "o poder político tem de tomar medidas a nível do ambiente interior, que é onde passamos a maior parte do tempo", diz.
Um plano para as doenças e uma rede de referenciação são outras sugestões que avança.
Diagnóstico tardio leva internamento a subir 12%
por DIANA MENDES Hoje no DN
Observatório das Doenças Respiratórias alerta para aumento de quase cinco mil internamentos por esta doença em 2009 e defende medidas para limitar o seu crescimento.
Em 2008 e 2009, o número de internamentos devido a pneumonia subiu 12,1%. Segundo dados do relatório anual do Observatório Nacional para as Doenças Respiratórias, que será divulgado na terça-feira, neste período houve quase mais cinco mil internamentos, para um total de 43 065. Para isso contribuem o diagnóstico tardio, em parte devido à desvalorização dos sintomas, mas também a falta de meios e recursos humanos ou o envelhecimento da população.
Nos últimos quatro anos (desde 2005), internamentos por pneumonia subiram quase 19%, sendo a principal doença a contribuir para o aumento de 20% nos internamentos por problemas respiratórios em geral, que atingiram 83 163 em 2009.
Artur Teles Araújo, o coordenador do observatório, disse que "os casos de gripe, associada à pneumonia, e o envelhecimento da população não podem ser vistos como únicas causas do crescimento de pneumonias, que provocam mais de cinco mil óbitos anuais".
Uma das razões que invoca também é a disparidade regional em termos de oferta de cuidados: Há mais internamentos e mortalidade em zonas com menor capacidade hospitalar, como acontece no Algarve ou Alentejo", exemplifica. Analisando os dados de 2008 do relatório de recursos e produção da Direcção-Geral da Saúde, verifica-se que há apenas 23 pneumologistas nos centros de saúde, a que se juntam os 329 de todos os hospitais.
Tendo em conta que as doenças respiratórias são a segunda causa de morte e são 20% dos casos de doença, "parece-nos insuficiente que o número de consultas oscile entre 3,2% e 7,9% do total nos hospitais", refere o relatório, a que o DN acedeu. Só no Centro e região de Lisboa o número de pneumologistas é considerado suficiente.
"Esta falta de cuidados leva os doentes a recorrer mais tarde aos serviços, quando já vêm em piores condições. Esta doença é muito complicada e vem agravar outras que os doentes tenham", sublinha Teles Araújo.
A verdade é que além dos casos em que a pneumonia é a causa principal de internamento, ainda houve mais 17 815 casos em que a doença era identificada no utente. Para a combater, o observatório faz algumas recomendações, tanto a doentes como a médicos e decisores políticos.
As doenças respiratórias têm aumento dos internamentos, em contraciclo com o número geral (925 753), que caiu 2% em quatro anos. Os internamentos das mesmas quase duplicaram em 10 anos e custam agora cerca de 600 milhões de euros anuais, 240 dos quais associados só à doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC). A isto junta-se a perda de quatro milhões de dias de trabalho e 40 mortes/dia por estas causas.
O relatório enuncia questões a não esquecer na prevenção. Além do tabaco, cujo consumo deve continuar a ser minimizado, Teles Araújo alerta que "o poder político tem de tomar medidas a nível do ambiente interior, que é onde passamos a maior parte do tempo", diz.
Um plano para as doenças e uma rede de referenciação são outras sugestões que avança.
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