Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Médio Tejo juntou mais de 13 mil assinaturas a favor da abolição das portagens na A13 e A23. Fotografia: mediotejo.net

Utentes do Médio Tejo pedem mais empenho das autarquias para abolição das portagens na A13 e A23 (c/áudio)

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Médio Tejo reivindica maior empenho das autarquias na luta pela abolição das portagens nas autoestradas 13 (A13 – Autoestrada do Pinhal Interior) e 23 (A23 – Autoestrada da Beira Interior). Em Torres Novas, a Comissão apresentou as mais de 13 mil assinaturas recolhidas a favor da abolição dos pórticos na região. O abaixo-assinado será entregue ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas no início de março.

Odesenvolvimento sustentável da região do Médio Tejo está a ser comprometido pela aplicação de portagens nas autoestradas 13 (A13 – Autoestrada do Pinhal Interior) e 23 (A23 – Autoestrada da Beira Interior). Quem o afirma é a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Médio Tejo (CUSPMT), que garante “lutar até ao fim” pela abolição dos pórticos na região. Situação que condiciona a mobilidade das populações e o desenvolvimento do tecido económico no Médio Tejo. Com a agravante desta região ser servida por três hospitais que trabalham em complementaridade, o que obriga os utentes e profissionais a deslocações constantes entre os municípios de Torres Novas, Tomar e Abrantes.

Nesse sentido, a Comissão pede o apoio das autarquias e da Comunidade Intermunicipal (CIMT) para, numa união de forças, fazerem pressão junto do Governo Central, para que seja decretada a abolição das portagens na A13 e na A23. Os argumentos, adiantam, estão explanados num plano publicado pela própria CIMT que data de 2012.

ÁUDIO| Manuel Soares, porta-voz da Comissão de Utentes

“Ninguém tem dúvidas de que esta luta faz sentido”, afirmou o porta-voz da Comissão, Manuel Soares, ao mediotejo.net, à margem da concentração popular pela abolição das portagens, que aconteceu na sexta-feira, 17 de fevereiro, junto ao terminal da Rodoviária de Torres Novas, onde foram invocadas mais uma vez, as razões desta reivindicação.

O momento serviu ainda para apresentar o resultado de vários meses de trabalho, “uma pilha de folhas com mais de 13 mil assinaturas”, contra as portagens na A13 e na A23, recolhidas nos 13 municípios da região do Médio Tejo. Uma ação da Comissão, que segundo Manuel Soares adensou a discussão pública sobre o assunto e contribuiu para que os municípios de Tomar e Abrantes tivessem tomado posição a favor da abolição das portagens. Coisa que a Comissão gostava de ver acontecer em todos os municípios da região.

ÁUDIO| Manuel Soares, porta-voz da Comissão de Utentes

“É fundamental que as estruturas de utentes andem de Câmara em Câmara, de Assembleia Municipal em Assembleia Municipal, na CIMT, nas organizações empresarias e outras que se servem das autoestradas, para as sensibilizar a tomarem posições relativamente a este processo. Até agora, registámos as posições tomadas nas assembleias municipais de Abrantes e Tomar. O nosso objetivo é que em cada reunião que haja de Assembleia Municipal, alguém proponha uma moção a favor da abolição das portagens”, invocou Manuel Soares.

As assinaturas recolhidas pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Médio Tejo serão entregues ao ministro do Planeamento e das Infraestruturas no dia 3 de março, segundo informou Manuel Soares ao mediotejo.net.

Antes disso, na sexta-feira, dia 24 de fevereiro, a Comissão pretende estar na Assembleia da República para assistir à votação dos Projetos de Lei do PCP (a favor da abolição das portagens) e previa estar no dia seguinte na “Embaixada do Interior”, na manifestação promovida pela “Plataforma pela reposição das SCUT”, entretanto desconvocada devido ao agendamento de uma reunião com o ministro da tutela.

Utentes dos serviços públicos insistem na abolição de portagens na A13 e na A23. Foto: mediotejo.net

Utentes da A23 e A25 cancelam protesto em Lisboa após Governo agendar reunião

A Plataforma P’la Reposição das Scut A23 e A25 cancelou hoje a realização da Embaixada da Beira Interior a Lisboa prevista para sábado, depois de receber uma convocatória do Governo para uma reunião na sexta-feira.

“A Plataforma, dando mais uma oportunidade ao diálogo a que nunca faltou, decidiu suspender a realização da Embaixada da Beira Interior a Lisboa, que teria lugar no dia 25, podendo vir a reagendá-la para nova data”, disse Luís Garra, da Plataforma P’la Reposição das SCUT na A23 e A25.

Esta decisão foi anunciada no final de uma reunião dos membros da plataforma realizada hoje na Covilhã, distrito de Castelo Branco, após o Ministério das Infraestruturas ter agendado um encontro para sexta-feira, às 16:00.

A Plataforma P’la Reposição das Scut A23 e A25 tinha, recentemente, acusado o Governo de não cumprir compromissos públicos assumidos face a uma tomada de posição relativamente às portagens no interior e à marcação de nova reunião.

Recordaram ainda que “houve uma única reunião, realizada ‘online’, no dia 27 de janeiro e, na sequência da reunião, a Plataforma procedeu ao envio de um documento de reflexão sobre a implementação do processo de reposição das SCUT na A23, A24 e A25, tendo o Governo ficado de marcar nova reunião no prazo de 48 horas, o que não aconteceu”.

Entretanto, no mesmo dia em que acusaram o Governo de incumprimento dos compromissos assumidos, receberam um email do gabinete do secretário de Estado das Infraestruturas a convocá-los para uma reunião em Lisboa.

“A Plataforma assinala que a convocação desta reunião vem confirmar que, depois da reunião de 27 de janeiro, não houve qualquer negociação, sendo de assinalar que só depois da nossa tomada de posição esta reunião foi agendada”, sublinham.

Neste âmbito, decidiu participar na reunião proposta pelo Ministério das Infraestruturas, na expectativa de que o ministro da tutela, João Galamba, “detenha as condições políticas para o Governo concretizar o nosso objetivo de reposição das SCUT na A23, A24 e A25”.

A plataforma esclarece ainda que, na reunião com o Ministério das Infraestruturas, irá manter a sua posição de princípio que passa pela reposição das SCUT na A23, A24 e A25 no mais curto espaço de tempo.

“Será a resposta a esta posição que determinará a decisão de haver ou não haver reagendamento da Embaixada”, sustentam.

Decidiram também convocar uma reunião do seu conselho geral para o dia 27 de fevereiro, pelas 17:00, na Covilhã, onde vai dar a conhecer os resultados da reunião com o Governo, na sexta-feira, para definir o que fazer nos tempos imediatos.

A Plataforma P’la Reposição das Scut nas autoestradas A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda – a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.

c/LUSA