Almerinda Nogueira, utente da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo), residente em Abrantes, já fez parte destas estatísticas. Aos 54 anos e com 105kg, o seu testemunho ilustra a importância do acompanhamento médico personalizado. Foi a sua médica de família identificou a necessidade de intervenção especializada. Este foi o ponto de partida para uma jornada de transformação, onde a equipa multidisciplinar do Serviço de Diabetes e Obesidade da ULS Médio Tejo desempenhou um papel crucial.
“A minha jornada de perda de peso começou há dois anos, em fevereiro, e continua até hoje. Perdi 40 quilos alterando apenas os meus hábitos alimentares e estilo de vida, sem recurso a medicação ou outro tratamento invasivo.
Foi a minha médica de família que percebeu que precisava de ajuda e encaminhou-me para a consulta de obesidade. Confesso que nunca tinha encarado a situação com a seriedade que ela exigia.
Essa primeira consulta mudou a minha vida. Na avaliação, apontaram para um quadro com os vários patamares de excesso de peso e obesidade, e perguntaram-me se eu sabia em que grau me encontrava. A minha resposta foi um choque, pois percebi que estava no grau mais elevado, o da obesidade mórbida, algo que nunca tinha admitido. Acreditava que era sempre “mais magra que alguém”, uma ilusão que se desfez naquele momento.
No período de dois anos passei de uma mulher de meia-idade com obesidade mórbida para um peso normal. Mas nada no meu processo foi radical: como hoje as mesmas coisas que comia antes. O problema é que no passado comia demasiado.
A atividade física tornou-se parte integrante da minha rotina e duas vezes por semana faço hidroginástica. Quando comecei, quase que nem me conseguia mexer. Hoje é muito diferente: tenho mais energia e estou em forma.
Aprendi que a perda de peso e o tratamento da obesidade não é apenas sobre números na balança. Claro que é muito recompensador passar de um tamanho 3XL, ou 4XL, como eu usava há dois anos, para um S. E eu, que usava sempre roupas muito largas, para me esconder, agora não prescindo da roupa ajustada. Não quero voltar à pessoa que já fui.
Quero continuar a ser a pessoa que sou hoje, e inspirar outros a fazerem o mesmo. Se alguma mensagem posso deixar no Dia Mundial do Combate à Obesidade é que nunca é tarde demais para começar. É só preciso coragem para dar o primeiro passo e ter apoio
para não desistir. Encontrei-o nos profissionais de saúde da consulta de Obesidade da ULS Médio Tejo, na minha médica de família e na minha família.”
Sem comentários:
Enviar um comentário