quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Todas as lutas contam (313) - GRANDE LISBOA

Governo prepara privatização da CP


Utentes «enlatados»

Na Área Metropolitana de Lisboa, os utentes da CP estão a ser transportados como «sardinhas em lata», face aos atrasos e supressão de horários. Estas perturbações estão relacionadas com o plano do Governo de privatizar as linhas de Sintra, Cascais e Sado.

«Esta é uma prática inaceitável, quer nas horas de ponta, quer fora delas», afirma a Comissão de Utentes da Linha de Cascais (CULC), considerando «inaceitável» que a administração da CP «faça passar a ideia de que as perturbações permanentes se devem à greve dos trabalhadores».

Também a Comissão de Utentes da Linha de Sintra (CULS) contesta os atrasos e a supressão de horários, que agrava e desestabiliza a vida dos utentes, criando-lhes, inclusivamente, problemas laborais. «Esta é uma situação que, para além de ser extremamente incómoda, não pode deixar de gerar consequências muito sérias, como seja provocar nas pessoas um grande desgaste e um enorme cansaço», salienta a CULS, que, em nota de imprensa, acha «inadmissível» o atraso, que já vai para 16 meses, na conclusão da modernização da Linha de Sintra, «não se sabendo ainda, com rigor, para quando a finalização destas obras». Na nota enviada aos jornalistas, a Comissão de Utentes, que solicitou entretanto uma reunião ao Ministério da Tutela e à CP, contesta ainda o facto «da quadruplicação da linha já estar concluída e não terem ainda sido concretizados horários que contemplassem comboios directos e semi-directos».

Já a Comissão de Utentes da Linha do Sado frisou que é tempo de a CP deixar de «atirar areia para os olhos» dos utentes ao anunciar, sistematicamente, que os atrasos e supressões se devem à luta dos trabalhadores ferroviários, quando as «anomalias» se devem «à má gestão dos recursos humanos e técnicos», uma vez que a empresa «não soube ou não quis» calendarizar no devido tempo as férias dos trabalhadores. «A CP, como transportadora nacional ferroviária e a receber indemnizações compensatórias do Estado para prestar o serviço público de transporte de passageiros, tem a obrigação de cumprir com os horários em vigor e aprovados pela Secretaria do Estado dos Transportes», defende a Comissão.



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