Portagens Utentes preparam buzinão para pedir demissão do Governo
A Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) anunciou, esta segunda-feira, que vai pedir a demissão do Governo num buzinão de protesto contra as portagens agendada para 27 de Abril, na Estrada Nacional 125 (EN125), entre Faro e Olhão.
O dirigente da Comissão de Utentes João Vasconcelos disse à agência Lusa que "urge mais que nunca" exigir a demissão do Governo, para que possa ser empossado outro executivo que "tenha coragem para acabar com as portagens".
"Este governo não tem coragem, e à partida não irá ter, para suspender e acabar com as portagens, tendo em conta o desastre e a catástrofe económica que está instalada na região", afirmou João Vasconcelos.
O dirigente da estrutura que representa os utentes da antiga auto-estrada Scut (Sem custos para o utilizador), que o Governo decidiu portajar a 8 de Dezembro de 2011, disse acreditar que um novo Governo terá como "uma das primeiras medidas a implementar a abolição das portagens".
"Por isso, exigimos a demissão do Governo e que dê lugar a outro para serem criadas as condições para acabar com as portagens na Via do Infante", defendeu.
João Vasconcelos explicou que a decisão de realizar a marcha lenta e buzinão entre Faro e Olhão a 27 de Abril "já tinha sido tomada anteriormente" pela Comissão de Utentes, mas faltava anunciar a data.
"A Comissão de Utentes não se vai render, vai continuar a lutar, porque está provado que as portagens representam uma catástrofe social e económica para o Algarve, como nós dissemos há 15 meses. E aí estão as evidências todas, com 80 mil desempregados, muitas falências de empresas e muitas mortes na EN125 e nas estradas conexas", considerou.
Vasconcelos justificou a escolha do local do protesto com o muito trânsito que se faz sentir na EN125 entre Faro e Olhão depois da introdução de portagens, por muitos automobilistas utilizarem esta estrada para evitar pagar portagens na Via do Infante, e também com a paragem das obras de requalificação na estrada nacional há mais de um ano devido a problemas económicos do consórcio construtor.
"Entre Faro e Olhão porque é uma via 'sui generis', muito condicionada, com as obras de requalificação da EN125 paradas logo à saída de Faro. E também não vai ser construída a variante a Olhão, onde as viaturas passam por dentro da cidade, com prejuízos para cidadãos", disse.
João Vasconcelos referia-se à decisão do Governo de suspender um conjunto de variantes que estavam previstas no projecto inicial de requalificação da EN125, de forma a conter custos e evitar gastos para o Estado em tempos de austeridade e contenção económica motivada pela crise.
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