domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sobre a actividade do movimento de utentes (003) - Câmaras de Almada e Seixal juntam-se a protestos pela saúde

As Câmaras de Almada e Seixal juntaram-se ontem à tarde ao protesto organizado por utentes de saúde da Margem Sul contra a política do Governo para o sector.

O protesto juntou, no Largo Fernão Mendes Pinto, no Pragal, Almada, as Comissões de Utentes de Saúde dos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra.
A falar por todas as Comissões de Utentes, José Luís Sales sublinhou que “não é aceitável que nos três concelhos existam 120 mil utentes sem médico de família”.
Para as Comissões, este “grave problema” só pode encontrar solução “na construção de mais centros de saúde, que tenham horários compatíveis com os das populações que trabalham, com mais médicos de família e enfermeiros”.
José Luís Sales argumentou que este quadro “faz com que as populações exerçam uma grande pressão sobre o Hospital Garcia de Orta (HGO)”, em Almada: “Este hospital foi construído para servir 180 mil habitantes e hoje tem que dar resposta às necessidades de 500 mil”.
As Comissões defendem, neste sentido, que o novo Hospital do Seixal - que deverá estar construído em 2012 - é parte da solução do problema.
No entanto, “é imperioso que o Ministério cumpra aquilo que está estabelecido no acordo estratégico de colaboração, assinado entre o município do Seixal, em representação das três autarquias, e o Estado português, a 26 de Agosto de 2009”.
“Queremos um hospital em pleno funcionamento, que permita às populações de Almada, Seixal e Sesimbra um acesso à saúde com dignidade”, acrescentou.
Em declarações à agência Lusa, a vereadora da Câmara Municipal do Seixal para a Saúde, Corélia Loureiro, afirmou que a autarquia subscreve todas as reivindicações das Comissões de Utentes, acrescentando que o seu município é um dos “concelhos do país onde o rácio de médicos e enfermeiros por habitante é menor”.
Em representação da Câmara Municipal de Almada, o vereador para a Acção Social, António Matos, sublinhou que, no que respeita às respostas na área da Saúde, “talvez a metáfora do deserto se aplique a esta região da margem Sul do Tejo”.
“A falta de médicos de família em Almada tem números expressivos e é preciso que o novo Hospital do Seixal venha dar uma resposta adequada às necessidades da população, bastante para além do serviço de ambulatório”, disse.
Durante a concentração, a Comissão de Utentes pretende discutir e aprovar uma moção, que tenciona levar ao Ministério da Saúde e entregar em mão à ministra Ana Jorge, em data ainda a definir.
De acordo com o porta-voz, a acompanhar a moção seguirá um documento com reivindicações respeitantes à Saúde nos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, “para que o Governo assuma as responsabilidades que tem vindo a ignorar”.
 

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