terça-feira, 27 de junho de 2023

MÉDIO TEJO: DOCUMENTO CONFERÊNCIAS IMPRENSA (descentralizadas) 26 junho 2023, T Novas, Tomar, Abrantes

DOCUMENTO CONFERÊNCIAS IMPRENSA (descentralizadas) 26 junho 2023, T Novas, Tomar, Abrantes

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DOCUMENTO

CONFERÊNCIAS IMPRENSA (descentralizadas)

26 junho 2023, T Novas, Tomar, Abrantes

 

O SNS é o serviço público com mais impacto social e humano na população da Região do Médio Tejo. Contribui para debelar ou reduzir o sofrimento humano, há sempre várias portas abertas para as emergências, é grande empregador de mais de 3000 trabalhadores qualificados, quer nas unidades públicas quer em entidades que lhes prestam serviços… Três unidades hospitalares, mais de 100 unidades de saúde nos cuidados primários  espalhadas por todas as freguesias que deviam ser a base da prestação de cuidados de saúde de proximidade... O SNS que no Médio Tejo, por exemplo, faz mais de 2000 consultas diárias, 40 cirurgias por dia útil, internamento de mais de 1500 utentes por mês, 440 episódios de urgência diária, milhares de tratamentos por dia, muitos deles domiciliários… É UM SERVIÇO PÚBLICO ÚNICO E INDISPENSÁVEL, MAS HÁ PROBLEMAS QUE É PRECISO RESOLVER.


Com o aumento da esperança de vida, cada vez há mais idosos a precisarem de mais e diferenciados cuidados de saúde. Vão ser precisas mais instalações e equipamentos, também na área social, vão ser precisos mais profissionais, vai ser preciso mais investimento.

 

AVANÇOS E RECUOS DO SNS NA REGIÃO DO MÉDIO TEJO

Registamos alguns aspectos positivos:

Regresso do internamento da especialidade Medicina Interna a todos os hospitais; Maternidade volta a funcionar 24/7 e ter sido assumido publicamente que não vai encerrar; serviços de excelência hospitalar: Nefrologia, Medicina Intensiva, Anatomia patológica que foram essenciais no combate à COVID-19, hospitalização domiciliária; Mais equipamentos de imagiologia; Todos os centros de saúde (12) já têm instalados os Gabinetes de Saúde Oral; As unidades de cuidados à comunidade; a participação de autarquias e demais entidades no combate à pandemia COVID19 e suas consequências, valorizando a trabalho articulado com a equipa de saúde pública; a linha SNS24; as baixas de 3 dias, sem consulta no C Saúde; o esforço dos trabalhadores que “vestem” a camisola do SNS…

E o que não correu (ou não está) a correr bem… em alguns casos, mesmo MAL:

Obras urgência; Intermitências na maternidade; Intermitências nas urgências básicas; Intermitências na Urgência Pediátrica; Formação e gestão de recursos humanos; Encerramento e/ou inactividade das Extensões de Saúde (nos concelhos de Ourém, Alcanena, Torres Novas, V N Barquinha, Tomar, Abrantes, Sardoal, Mação...); Dificuldades de recursos humanos (enfermeiros, médicos, assistentes técnicos...); "Urbanização" dos cuidados de saúde primários; Não há profissionais de saúde oral em todos os gabinetes concelhios; …

PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS

Médicos de família para todos; facilitar o acesso a cuidados de saúde; apoio aos mais idosos; redução das listas de espera; Obras na Urgência de Abrantes; manutenção e construção de instalações dos cuidados primários; coesão territorial e valorização das comunidades rurais; … O reforço do SNS e, afinal, ….

 

O QUE É PRECISO FAZER PARA HAVER CUIDADOS DE SAÚDE

DE QUALIDADE E PROXIMIDADE

A Criação da ULS do Médio Tejo tem que proporcionar aos utentes do Médio Tejo uma melhoria significativa no acesso aos cuidados de saúde. A não ser assim para quê mudar a estrutura da organização dos serviços?

Para que este objectivo maior seja alcançado há que:

  1. Evitar que as pessoas adoeçam. Dar prioridade aos cuidados de saúde pública (prevenção da doença) com acções claras e monitorizadas e com resultados mensuráveis. e aos cuidados de saúde primários, Centros e suas Extensões de Saúde;
  2. Facilitar o acesso aos cuidados de saúde, com especial enfase aos cuidados de saúde primários, por estarem mais próximos do utente, reabrindo progressivamente as Extensões de saúde encerradas ou sem funcionamento, podendo para tal serem constituídas equipas profissionais móveis com esse objectivo. Com os cuidados de saúde primários adequados às necessidades dos utentes, evitam-se idas aos hospitais, aliviando os cuidados hospitalares;
  3. Organizar os cuidados hospitalares para que a grande maioria dos doentes possa ser tratada sem ter necessidade de sair da ULS.

Para executar este trabalho é necessário:

  1. Dotar os serviços (todos) com os recursos humanos necessários, definindo uma política de recursos humanos baseada no reforço da idoneidade formativa, na justa e equiparada remuneração salarial, na uniformização das condições de trabalho, na formação permanente, criar incentivos para as zonas e especialidades carenciadas, desburocratizar as contratações de profissionais;
  2. Dotar a ULS com os equipamentos e instalações que respondam em tempo útil às necessidades dos utentes e dos profissionais, como: aquisição de veículos próprios para transporte de doentes; obras de requalificação da Urgência de Abrantes; manutenção e construção de unidades de cuidados primários;
  3. Dotar a ULS com uma organização que integre adequadamente todos os serviços e que o doente seja o centro do sistema, com: urgência médico-cirúrgica no CHMT/ULS; serviço de pediatria nas três unidades hospitalares; funcionamento do serviço de medicina física e de reabilitação; aplicar o princípio “porta de entrada é porta de saída”; funcionamento permanente da maternidade; deslocação de especialistas hospitalares aos centros de saúde; simplificar a passagem de baixas e altas médicas; recolhas nos centros de saúde para tratamento laboratorial nos serviços hospitalares; facilitar entrega de medicamentos gratuitos aos doentes em ambulatório; funcionamento do serviço de saúde oral em todos os concelhos; humanizar a comunicação (eficiente e eficaz) das unidades de saúde com os utentes e vice-versa, com especial atenção às telecomunicações; reforçar o serviço de hospitalização domiciliária e aumentar a actividade e criar novas Unidades de Cuidados à Comunidade; aumentar o número de camas de cuidados continuados; diminuição progressiva das listas de espera de consultas e cirurgia; ...
  4. Dotar a ULS com os meios financeiros necessários à sua sustentabilidade.

 

MEDIDAS IMEDIATAS: Um esforço da parte do CA do CHMT para encontrar uma solução para reverter a intermitência da Urgência Pediátrica CHMT/Torres Novas; Reforçar as urgências básicas e médico-cirúrgicas; a contratação de mais profissionais; reforço dos cuidados de proximidade… reduzir DRÁSTICAMENTE o tempo que vai do anúncio de medidas ou acções (necessárias e justas) e a sua concretização ao serviço das populações e profissionais. Acabar de vez com “o governar por anúncio”!!!

EM CONCLUSÃO: Defendemos o reforço de acções mensuráveis de prevenção e cuidados de saúde qualidade e proximidade. Os cuidados de saúde devem ser prestados onde estão as populações! Mais fácil deslocar profissionais às zonas rurais que "obrigar" centenas a deslocarem-se às zonas urbanas.

 

_____26.6.2023__________________________________________________________________________

Membro do MUSP NACIONAL e do MUSP SANTARÉM

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publicado por usmt 

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