O presidente da Águas do Ribatejo assegura que a empresa, constituída exclusivamente por capitais dos municípios aderentes, pratica “o tarifário mais baixo dos sistemas” que gerem o abastecimento de água e saneamento às populações.
Respondendo a críticas surgidas nalguns dos municípios abrangidos pela empresa, que sentiram em Dezembro o efeito da uniformização do tarifário, sobretudo nos concelhos em que os preços eram praticamente “simbólicos”, José Sousa Gomes assegura que o sistema está a ser aperfeiçoado e que estão a ser rectificadas “anomalias” decorrentes do arranque do processo, reafirmando que este é o tarifário mais baixo que conhece.
Segundo dados da Águas do Ribatejo (AR), em comparação com outros sistemas da região, o tarifário desta empresa é, no mínimo, inferior em 30 por cento, havendo casos, como o da Águas de Alenquer, detida pela Aquapor, em que o tarifário é superior em 153 por cento para um consumo de 15 metros cúbicos/mês (referência para um agregado familiar de quatro pessoas).
Numa análise comparativa, a AR conclui que o seu tarifário é inferior em 33,21 por cento (15 metros cúbicos) ao praticado pela Águas de Santarém, empresa constituída pelo município escalabitano com participação de um privado (49 por cento) depois desta autarquia ter decidido abandonar o projecto intermunicipal.
Também na comparação com os serviços municipalizados de Tomar e Abrantes, a AR conclui que o seu tarifário é inferior em 86,57 por cento e 101,7 por cento, respectivamente, tendo por referência o consumo de 15 metros cúbicos.
A empresa realça ainda o facto de praticar um tarifário bonificado para os agregados mais carenciados, dando como exemplo o consumo mensal de 5 metros cúbicos (correspondente ao perfil de muitos idosos), em que o preço (1,75 euros) é, no mínimo, três vezes inferior ao de qualquer um dos outros sistemas.
António José Ganhão, vice-presidente da AR, considera que a constituição desta empresa, com capitais exclusivamente públicos, foi “uma pedrada no charco”, porque provou que não era preciso o recurso a privados para ter acesso ao Fundo de Coesão, um exemplo que só foi seguido por um outro grupo de municípios do distrito de Viseu.
“Sempre dissemos que (o sistema intermunicipal) cabia nas candidaturas ao Fundo de Coesão, como o próprio Governo português veio a reconhecer”, disse, sublinhando que também na relação com a banca, para assegurar a componente não financiada por fundos comunitários, se verificou “toda a abertura e até spreads e taxas mais baixas”.
A AR integra os municípios de Almeirim (PS), Alpiarça (CDU), Benavente (CDU), Chamusca (CDU), Coruche (PS) e Salvaterra de Magos (BE), estando Torres Novas (PS) em processo de adesão.
“Este grupo de autarcas acreditou num projecto que é pertença exclusiva dos municípios, que é gerido por um conselho de administração com três responsáveis políticos que ganham zero”, afirmou.
O também presidente da Câmara Municipal de Benavente acredita que este é um projecto “com pernas para andar” e que vai chegar ao fim dos 40 anos previstos “com uma tarifa muito mais baixa do que a que será praticada em qualquer sistema do país, porque não tem previsto o lucro mas o serviço às populações”.
in O Ribatejo
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