Há
problemas na Urgência de Abrantes
Chegaram à
Comissão de Utentes informações de que nos últimos dias se repetiram
dificuldades e problemas na urgência Médico-Cirúrgica do CHMT, que está
instalada na Unidade Hospitalar de Abrantes.
Os relatos que
nos foram feitos por utentes, familiares e profissionais (com diversas funções),
todos eles são coincidentes. Alguns utentes, devido à escassez de meios, não
têm sido tratados com dignidade e qualidade.
Em matéria de
prestação de cuidados de saúde, mesmo que sucedesse apenas um episódio negativo
(o que não é o caso, pois até os responsáveis têm admitido a existência de
problemas), em milhares de episódios de urgência, já é motivo para alarme.
Como tem sucedido
noutras estruturas hospitalares por todo o País, em que concentraram urgências
e se reduziram o número de camas, em Abrantes passam-se situações que preocupam
os profissionais e aumentam o sofrimento dos utentes e familiares.
No CHMT tem sido
posta em prática uma “reorganização” feita por episódios, quase sempre
coincidentes com os “exames da troika”, de que tem resultado a prestação de
menos cuidados de saúde, que estão mais caros, mais longe e, em alguns casos,
de pior qualidade.
Foi prejudicial
para os utentes a decisão de concentrar as urgências. Os factos provam que as
populações das zonas de Tomar e Torres Novas ficaram com um serviço de urgência
mutilado, enquanto que Abrantes (ou qualquer das unidades) não tem condições
para abarcar todas as necessidades de cuidados de saúde urgentes.
Cabe às entidades
competentes averiguar os problemas existentes na prestação de cuidados hospitalares
no CHMT, para evitar a sua repetição no futuro.
Com a recente
divulgação do “estudo do FMI/Governo”, ficamos a saber da intenção de tornar ainda
mais difícil o acesso a cuidados de saúde. Dificuldades, que advêm do anúncio
da redução e encerramento de serviços, do aumento das taxas moderadoras e a
definição de um reduzido pacote de cuidados essenciais.
No CHMT, atendendo a que
não é conhecido o Plano de Actividade e Orçamento para 2013, volta-se a temer
que seja apresentada mais uma fase da “reorganização”, de que resulte a concentração
de mais serviços, com claros prejuízos para os utentes e trabalhadores como tem
sucedido até agora.
Continuamos a defender a saúde e o bem-estar
das populações do Médio Tejo. Por isso, defendendo a articulação entre os
diversos níveis de prestação de cuidados de saúde, somos contra o encerramento
de serviços hospitalares, de Extensões de Saúde e farmácias nas zonas rurais.
Reclamamos que os serviços de Urgência, medicina interna, pediatria e cirurgia
do ambulatório devem existir nas três unidades do CHMT (Abrantes, Tomar e T.
Novas). Estas propostas foram subscritas por 26 mil utentes, em abaixo-assinado
enviado ao Ministério da Saúde.
A Comissão de Utentes da Saúde do
Médio Tejo
Médio Tejo, 12 de
Janeiro de 2013.
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