quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

im Correio da Manhã

"As pessoas já fazem contas nas farmácias”
Carlos Braga, dirigente do Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos, sobre o aumento das taxas moderadoras
Por:Cristina Serra
Correio da Manhã - As taxas moderadoras nos hospitais aumentaram ontem. Cuidados mais caros afastam doentes dos hospitais?
Carlos Braga - Em 2012 já houve uma redução grande de utentes nos centros de saúde e nos hospitais. Esse afastamento dos doentes tem que ver com as dificuldades económicas por que os portugueses estão a passar, e não com a moderação do acesso aos cuidados de saúde, como o Ministério da Saúde tem vindo a dizer.
- O afastamento aos cuidados de saúde vai aumentar?
- É óbvio que sim, porque as pessoas sabem que vão ter de pagar os cuidados de saúde mas não sabem quanto vão pagar.
- O encarecimento dos cuidados pode ter consequências na saúde das pessoas?
- As pessoas já fazem contas na farmácia e só compram os remédios essenciais, não aviam todos os que o médico prescreve. As pessoas não têm dinheiro, porque além de pagarem os medicamentos, têm de suportar os aumentos do gás, eletricidade, renda da casa, transportes, e os salários são cada vez mais pequenos.
- A saúde tende a agravar-se?
- Se as pessoas não têm dinheiro para medicamentos e cortam nos alimentos, vão ver agravadas as condições de saúde.
- Que perspetivas tem?
- Há probabilidade de haver mais pessoas a adoecerem, faltarem mais ao trabalho e isso tem consequências na produtividade das empresas e nos encargos para o Estado.
- As condições de vida não melhoram em 2013?
- A austeridade imposta pela troika e pelo Governo vai contribuir para haver mais pobres, os portugueses vão ver a sua situação económica agravada, e mais empresas terão de fechar portas.

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