«Vamos continuar a luta contra as portagens, em defesa do interior»
Promessa da Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A23 e A24
A Comissão de Utentes Contra as Portagens na A25, A23 e A24 prometeu hoje continuar a defender o interior, insistindo na luta contra o pagamento de um imposto que está a ser cobrado há cerca de um ano.«Não aceitamos o tal princípio do utilizador/pagador que, paulatinamente aplicado, visa reduzir o Estado a coisa nenhuma», defendeu Francisco Almeida, porta voz da comissão de utentes.
Durante o «Fórum Defender o Interior/Pôr Fim às Portagens», que decorreu durante a tarde de hoje na Escola Viriato, em Viseu, Francisco Almeida sustentou que o princípio do utilizador/pagador que o Governo invoca deve ser «firmemente combatido», a não ser que alguém queira aplicá-lo a toda a vida nacional.
«Eliminam-se as despesas de pessoal com as polícias e entrega-se a segurança dos nossos bairros a empresas de segurança privada, passando todos os vizinhos a pagar uma quota. Acaba-se com as despesas dos tribunais e fazemos justiça por mão própria», ironizou.
Na sua opinião, o Estado passaria apenas a servir para ter ministros, secretários de estado, assessores, presidentes de câmara, deputados e «trataria de distribuir pelos amigos uns tantos negócios».
Francisco Almeida criticou ainda o fim das isenções para cidadãos e empresas da região, depois da «malfeitoria que foi a introdução das portagens».
Recordou que a A25, A24 e A23 servem regiões que ficam muito aquém da média nacional no que respeita o poder de compra, também no que toca ao PIB por habitante, para além de possuírem «traçados que ficam muito longe do padrão que permite classificá-los de auto estradas».
No Fórum marcou presença Pedro Polónio, da administração da Patinter, que explicou que a introdução de portagens nas ex-SCUT colocou a sua empresa numa «situação grave».
«Se em 2010 a Patinter gastava cerca de 220 mil euros em portagens por ano, no território nacional, em 2012 gastou 750 mil euros», revelou.
Pedro Polónio admitiu que a Patinter assume com parte do prejuízo, mas a situação atinge também os seus clientes, nomeadamente a Peugeot Citroen de Mangualde, que é um dos seus melhores clientes.
Já Vítor Pereira, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) defendeu que é preciso exigir políticas onde os portugueses estejam em primeiro lugar.
«Isto já lá não vai com melhoral, tem de ser com antibiótico! Ou este Governo sai rapidamente ou estamos feitos», alegou.
Durante o «Fórum Defender o Interior/Pôr Fim às Portagens» foi aprovada por unanimidade uma proposta de proclamação, em que se apela a um esforço de convergência, no plano nacional, para que com outras comissões de utentes prossigam a luta contra o pagamento de portagens nas ex-SCUT.
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