O DOCUMENTO APROVADO
POR SERVIÇOS PÚBLICOS DE PROXIMIDADE E DE QUALIDADE!
MOBILIZAR AS POPULAÇÕES
ORGANIZAR OS UTENTES
Há um ano, quando da realização do 1º. Encontro,
insurgíamo-nos com o facto de os serviços de saúde não estarem a corresponder
às necessidades de importantes faixas da população, nos Cuidados Primários e
Hospitalares e também nos Cuidados Continuados e Paliativos. Protestávamos
contra o aumento do preço dos transportes e contra a introdução de portagens.
Salientávamos os altos custos da energia e das comunicações, algumas com
evidente falta de qualidade, como foi e é o caso da TDT e da privatização dos
CTT. Recusávamos a privatização/concessão da água, pois que traria grandes
aumentos de preço a serem suportados pelos consumidores. Protestávamos contra
as taxas, os juros e a organização da banca. Alertávamos para uma organização
de tribunais que dificultaria o acesso à justiça.
Defendíamos serviços públicos de proximidade e
qualidade. Passou um ano e constatamos que não houve um único serviço que no
conjunto tivesse ficado mais acessível ou mais barato. Antes pelo contrário, os
serviços públicos têm sido afectados pelas políticas governamentais que,
também, têm reduzido os rendimentos das famílias.
A organização dos utentes embora tivesse melhorado, apenas
em conjunto com as populações e com alguns dos seus representantes na AR, nas
autarquias e noutras organizações sociais, tem conseguido resolver casos
pontuais e retardar a aplicação de medidas penalizadoras das condições de vida
das populações. Mas foi um ano de afirmação e de resistência. Muitas acções e
protestos das populações contaram com a iniciativa, a presença e opinião do
MUSP Santarém. São cada vez mais os órgãos consultivos de serviços públicos que
têm a presença conhecedora combativa dos representantes dos utentes.
O 2º. Encontro Distrital de Comissões e Utentes dos
Serviços Públicos de Santarém, tem como objectivo reforçar a luta POR SERVIÇOS PÚBLICOS DE PROXIMIDADE E DE
QUALIDADE!, mobilizando as populações e organizando os utentes.
O
bom funcionamento dos serviços públicos significa poupança e melhoria da
qualidade de vida das populações. A proximidade e a qualidade devem ser a
matriz a que deve obedecer a organização dos serviços públicos, e com esta
lógica:
·
Defendemos
a articulação entre os diversos níveis de prestação de cuidados de saúde e o
investimento em unidades de cuidados continuados. São necessários mais
profissionais nas unidades de saúde.
·
Defendemos
a baixa dos preços das energias como condição essencial à qualidade de vida das
populações e ao desenvolvimento socioeconómico.
·
Defendemos
o reforço das redes de comunicações móveis, da TDT – nas áreas onde o sinal não
chega ou chega em condições deficientes – e a adopção medidas de segurança para
evitar o roubo das linhas fixas.
·
Defendemos
que a produção e a distribuição de água deverá ter gestão pública, devendo ser
renegociados os contractos existentes de concessão a privados.
·
Defendemos
o reforço de acção de proximidade das forças de segurança.
·
Defendemos
o aproveitamento e manutenção das vias rodoviárias (sem portagens) como forma
de combater a sinistralidade rodoviária e promover a mobilidade das populações.
Também com preços acessíveis deve ser reforçado o transporte público,
rodoviário e ferroviário para a melhoria das condições ambientais.
·
Defendemos
os CTT públicos e ao serviço das populações recuperando a sua matriz original
de prestação de um serviço público fiável, de grande qualidade e eficiência.
·
Defendemos
a Escola Pública gratuita, de acesso universal, de qualidade, para todos os
níveis académicos.
·
Defendemos
o Poder Autárquico Democrático com a matriz constitucional, mantendo as Juntas
de Freguesia como o Órgão de Poder mais próximo das populações e respeitando a
vontade destas.
·
Defendemos
que o Governo deve construir e gerir um conjunto de lares que permitam garantir
aos idosos uma velhice Digna e Tranquila, a par de uma maior fiscalização às
condições de funcionamento dos lares existentes de modo a eliminar os casos de
incumprimento que coloca em perigo mesmo a sobrevivência dos utentes ali
internados.
·
Defendemos
uma Justiça de proximidade, eficiente, dotada de meios materiais e humanos de
modo a cumprir a sua missão como determina a Constituição da República
Portuguesa.
Sendo a ORGANIZAÇÃO
DOS UTENTES fundamental para a informação e mobilização das populações e a
coordenação com outras organizações sociais:
O Secretariado do MUSP SANTARÉM dentro
das suas capacidades deverá ter elementos de proveniência geográfica mais
alargada cobrindo todos os concelhos. Só assim se poderá dar resposta mais
eficaz às solicitações que a situação política e social exige e poderão ser
constituídos grupos de trabalho regionais e sectoriais.
A actividade de todas as estruturas
de utentes será tanto mais eficaz quanto maior for a ligação às populações e suas
realidades sociais. Na base do trabalho colectivo, de que a informação e a
comunicação devem ser determinantes, deverá ser dinamizado o trabalho das
estruturas existentes e a constituição de outras.
Deverá haver uma intervenção mais regular
e incisiva junto da comunicação social para que cheguem às populações, aos
órgãos de poder e aos responsáveis dos prestadores de serviços públicos, as
propostas, as análises, os protestos e as acções das diversas estruturas de
utentes.
Mais do que nunca, exige-se também
ao movimento de utentes a procura de pontes de coordenação e acção com outras
organizações institucionais e sociais de que destacamos os órgãos de soberania,
o poder local, o movimento sindical e o movimento associativo.
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