Marcha lenta da Comissão de Utentes da Via do Infante atrasa trânsito na EN125
A marcha lenta e buzinão de protesto que a Comissão de Utentes da Via do Infante (A22) realizou hoje na Estrada Nacional (EN) 125, no Algarve, provocou longas filas de trânsito entre Vale Judeu e Boliqueime.
Cerca de 20 manifestantes, com uma dezena de veículos, iniciaram o percurso cerca das 18:00, hora em que a EN125 é muito utilizada pelos algarvios para o regresso a casa, evitando a A22 e o pagamento de portagens, que a Comissão de Utentes quer suspender há dois anos.
No caminho, os manifestantes pararam junto a um cruzamento na EN125 onde já se registaram vítimas mortais, numa ação simbólica em que colocaram no local uma coroa de flores e mostraram bonecos com as caras do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e do Presidente da República, Cavaco Silva, que responsabilizam pelas vítimas registadas nessa estrada depois da introdução de portagens, a 08 de dezembro de 2011.
Hélder Raimundo, da Comissão de Utentes da Via do Infante, disse aos jornalistas que o importante no protesto de hoje não foi o número de participantes, mas sim o assinalar simbólico do início do verão, período do ano que “irá ser caótico” na EN125 devido ao aumento do tráfego motivado pela subida do número de turistas que se deslocam ao Algarve.
“Já fizemos muitos protestos e queremos manter a chama viva. Não nos interessa ter muita gente, mas hoje, simbolicamente, porque é o início do verão, queremos mostrar que a EN125 continua sem ser requalificada e a ser um perigo, porque tem imensa sinistralidade”, afirmou, frisando que a estrada é “uma rua da morte”.
Hélder Raimundo afirmou ainda que a ideia da Comissão de Utentes é “marcar presença” até que os governantes percebam que as portagens na A22 “estão a criar problemas sociais e económicos” que lançam o Algarve para números de desemprego e de falências de empresas acima do que é normal.
“Vamos continuar até o Governo e o Presidente da República suspenderem as portagens na Via do Infante”, acrescentou, considerando que ainda há margem para isso poder acontecer.
Hélder Raimundo frisou que, até ao fim da atual legislatura, o parlamento ainda terá de discutir uma petição pela suspensão de portagens, que contou com 13 mil assinaturas e deverá ser debatida “em breve”.
“Esperamos que algum partido apresente um projeto de resolução para suspender as portagens e ser votado por ocasião da discussão da petição”, disse o dirigente.
A marcha terminou cerca de uma hora depois junto à rotunda de Fonte de Boliqueime, terra natal do Presidente da República, sempre sob o olhar atento da GNR, que acompanhou todo o percurso.
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