quinta-feira, 16 de agosto de 2012

FACTURA VIRTUAL
Uma medida com objectivos pouco claros
e que agrava as despesas das Unidades Hospitalares

SÓ NO MÉDIO TEJO
SERÃO GASTAS 2250 RESMAS DE PAPEL / ANO

Praticamente nãohouve órgão da comunicação social que não referisse a elaboração e entrega aosutentes da FACTURA VIRTUAL, em experiência piloto no Hospital de S. José, emLisboa. De imediato foi também anunciada a intenção de estender a entrega da FACTURAVIRTUAL, a oitenta por cento dos hospitais até final do ano (ao que parece osoutros não têm sistema informático compatível).          

Alegam osdefensores da ideia que a entrega de uma factura discriminativa do valor médiodos serviços prestados servirá para moderar a procura de cuidados hospitalares.Mas, tal medida já é aplicada nos medicamentos e a realidade prova que nãohouve qualquer quebra no consumo, tendo mesmo os utentes (segundo recentesdados do INFARMED)  visto aumentar osvalores a pagar.

Tal medidaaplicada a todo o território nacional nas unidades hospitalares vai implicarcustos acrescidos em papel, consumíveis informáticos e em trabalhoadministrativo. Por exemplo, no Centro Hospitalar do Médio Tejo estaremos afalar de um consumo de 2250 resmas de papel por ano.

Quanto vai custarao SNS a entrega da FACTURA VIRTUAL? E alguém consegue quantificar os possíveisganhos? E porque não entregar facturas virtuais sobre os custos reais deinaugurações, visitas de estado, apresentação de projectos, sessões dehomenagem, comemorações de aniversários oficiais..?

Mais uma vezparece que é apenas mais uma despesa sem qualquer contrapartida. Mas temos umacerteza, há a intenção clara de pressionar psicologicamente os utentes que têmnecessidade de recorrer a cuidados hospitalares para que o não façam, como se aida a hospitais fosse um divertimento. E mais, desconfiamos que, depois detodos saberem os custos reais dos cuidados hospitalares aparecerá uma bemplaneada campanha de marketing de prestadores privados afirmando que fazem maisbarato e que devem ser eles a “mandar” no sector da saúde, com evidentes econfirmados prejuízos para os utentes e as finanças do Serviço Nacional deSaúde.

Em conclusão, a FACTURA VIRTUAL é uma medida com objectivos pouco claros e que vai aumentar asdespesas do SNS. O Ministério da Saúde ainda está a tempo de desistir!


A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo

Médio Tejo, 15.8.2012

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