quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sobre as facturas virtuais (in CANTIGUEIRO)

Facturas virtuais na saúde – mais uma ideia merdosa!

 
Da cabeça de um, ou de um molho de génios deste governo, brotou esta ideia peregrina de passar a apresentar aos utentes do Serviço Nacional de Saúde “facturas virtuais” onde conste o valor “real” dos tratamentos em urgências e consultas externas que, muitas vezes e como se sabe, podem atingir valores muito elevados.
Pois podem! E depois?!!!
Será, talvez, para que os utentes fiquem muito agradecidos ao senhor ministro e ao governo... como se o dinheiro do SNS fosse do senhor ministro, ou do governo!
Será, talvez, para que os doentes acabem por “incubar” um sentimento de culpa tal, que deixem de recorrer ao SNS, para ajudar a resolver a crise... como se o dinheiro que financia o SNS não tivesse já antes saído dos bolsos dos cidadãos, cujas prioridades, quando pagaram os seus impostos, não eram exactamente a manutenção dos carros topo de gama do senhor ministro e do governo e demais mordomias dos seus inúmeros “boys”.
Mesmo sabendo que nem todos os epectadores de ópera são ricos, ainda assim, gostaria de ver esta medida aplicada aos bilhetes da ópera. Seria também muito educativo se soubéssemos quanto vale, realmente, um bilhete para uma dessas produções multimilionárias, que não se pagariam a si próprias nem que estivessem seis meses em cena - quanto mais dois dias! – e nem que algumas das “madames” deixassem na bilheteira os casacões de peles.
Claro que estou a brincar! Defendo que os produtos culturais que não têm a penetração comercial suficiente para se bastarem... e que, com qualidade, sirvam as minorias interessadas neles e contribuam para a formação de novos e mais numerosos públicos, devem ser apoiados pelo (infelizmente, miserável!) Orçamento de Estado para a cultura.
Agora a sério... deixem os doentes paz, porra! Já não lhes basta estarem doentes?!!!
Dizem os génios que é uma “ideia-piloto”. Não sei, não... tive um vizinho que tinha um cão que tinha o nome de “Piloto”... mas juro que o animal não tinha estas ideias merdosas!

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