terça-feira, 18 de setembro de 2012

Conferência de Imprensa do MUSP Santarém


POR SERVIÇOS PÚBLICOS DE PROXIMIDADE

E DE QUALIDADE,

É URGENTE MUDAR DE POLÍTICA!

Na sequência de políticas que já vinham sendo postas em prática, este Governo tornou mais caro o acesso a serviços públicos e reduziu horários e/ou encerrou serviços. Com prejuízo evidente da esmagadora maioria da população, recentemente foram tornadas públicas medidas que, a serem concretizadas, reduzirão os rendimentos das famílias, os bens essenciais aumentarão de preço e os serviços públicos ficarão mais distantes e mais caros.
Se não forem criadas condições para a implementação de novas políticas, estaremos, a breve prazo, perante o agravamento dramático dos problemas sociais e económicos com sofrimento acrescido para os cidadãos e utentes, para além do desordenamento territorial, a desertificação e o despovoamento,
 
Recusamos a lógica da liberalização e privatização dos serviços públicos porque daí resulta sempre o aumento de custos para os utentes e contribuintes, e quase sempre menos e piores serviços. Ainda acresce que fica na mão de privados, e em alguns casos estrangeiros, a definição de políticas para sectores estratégicos em termos sociais e económicos, assim como recursos financeiros que poderiam e deveriam servir para melhorar os Serviços Públicos.
 
Na SAÚDE vivem-se casos dramáticos ao nível do sofrimento humano. Com a falta de contratação de profissionais, com o encerramento de extensões de saúde, com a redução e desqualificação de serviços hospitalares, com o encerramento de farmácias nas freguesias rurais, com o aumento e criação de novas taxas moderadoras e com a restrição no transporte de doentes, a prestação de cuidados de saúde ficou mais longe e mais cara. É isto que os dados da actividade do sector provam. O anunciado corte de quase 400 milhões de euros no orçamento do SNS, o mais que certo aumento das taxas, a aplicação dos mais variados “estudos de reorganização” e a redução de profissionais de saúde contratados a prazo só poderão agravar o cenário que se conhece e de que resultará mais sofrimento para os utentes.
Na EDUCAÇÃO fecharam escolas de proximidade, mas não há transportes garantidos e/ousão mais caros. Criaram os mega agrupamentos e aumentaram o número de alunos por turma, com a dispensa de milhares de professores. Os apoios aos alunos e o material didáctico falha em muitas escolas
 
No sector da ÁGUA e SANEAMENTO, as experiências de privatização não trouxeram melhorias de serviço, antes pelo contrário, mas agravaram (em alguns casos escandalosamente) os custos para os utentes. A intenção de privatização do grupo Águas de Portugal, apenas agravará este cenário.
Nos TRANSPORTES e VIAS DE COMUNICAÇÃO depois dos brutais aumentos de tarifários e da instalação arbitrária de portagens, o Estado continua a não assumir as suas responsabilidades na situação financeira das empresas públicas e prepara-se para privatizar e/ou concessionar este sector estratégico.
Nas TELECOMUNICAÇÕES continuam, em muitos casos agravaram-se, as más condições técnicas de recepção do sinal TDT. Também o acesso a linha telefónica fixa se deterioraram com os sucessivos roubos de cabo. Nas comunicações móveis, o território do Distrito de Santarém continua a ter zonas sem sinal de rede o que prejudica empresas e cidadãos.   
Na ENERGIA verificaram-se aumentos insuportáveis da electricidade e dos combustíveis em que apenas são beneficiadas as empresas prestadoras, entretanto totalmente privatizadas, e com graves consequências na actividade do tecido económico e na vida dos cidadãos.
Na JUSTIÇA a anunciada reorganização, com encerramentos de tribunais e centralização de juízos e o aumento das taxas judiciárias colocarão o direito à justiça mais distante, em alguns casos mais de uma centena de quilómetros.
No SERVIÇO POSTAL com a anunciada privatização dos CTT e com a nova legislação nacional e europeia, para além do encerramento de estações nos meios rurais, prevê-se que a distribuição postal deixe de ser diária, não domiciliária e outros serviços como o levantamento de prestações sociais fique cada vez mais longe e dispendiosa.
Na SEGURANÇA SOCIAL encerram-se serviços de proximidade, dificulta-se o acesso ou reduzem-se as prestações sociais e é anunciada nova forma de financiamento das empresas que em resumo é uma transferência/(roubo) permanente de milhares de milhões de euros dos trabalhadores para as empresas.   

 
REFORÇAR A ACÇÃO
Sempre disponíveis para dar o seu contributo para melhorar a prestação de serviços públicos, o MUSP Santarém e as diversas estruturas de utentes vão reforçar a sua actividade que se concretizará pela informação, esclarecimento e contacto com os utentes, por contactos com responsáveis políticos e dirigentes de prestadores de serviços, pela denúncia de más práticas e políticas, pela apresentação de propostas concretas para melhorar os serviços e pela organização e participação em iniciativas públicas. Assim:
Apoiamos, participaremos e mobilizaremos os utentes para participar de forma activa na Manifestação do Terreiro do Paço, no dia 29 de Setembro
No Médio Tejo, haverá distribuição de documentos no Entroncamento (dia 22.9), em Tomar (dia 28.9), em Torres Novas e Abrantes (em datas a anunciar), no âmbito da campanha de divulgação e reivindicação de nova organização para o sector da saúde.
Também no Médio Tejo foram pedidas, e outras serão solicitadas, reuniões com responsáveis do sector da saúde as quais aguardam agendamento.
A Comissão de Utentes do Concelho de Benavente lançou uma informação à população mobilizando para uma iniciativa de protesto a realizar na próxima semana.
No final de Outubro realizar-se-á uma reunião de Comissões e utentes dos serviços públicos para análise da situação decorrente da aplicação das medidas do Orçamento para 2013. Nessa iniciativa serão definidas, se assim for entendido, novas acções públicas.
Os utentes e a população do Distrito podem contar com o Movimento de Utentes e as suas estruturas locais ou sectoriais na defesa de serviços públicos de proximidade e qualidade, contribuindo assim para o desenvolvimento sócio económico e o bem-estar das populações.
                                                                       O Secretariado do MUSP Santarém      

Santarém, 18.9.2013

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