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Comboios já mataram seis pessoas este ano na região
Desde o início do ano três pessoas perderam a vida em estações que atravessam o concelho de Vila Franca de Xira, uma outra em Azambuja e duas no Cartaxo e Santarém. Agravamento das condições de vida pode ajudar a explicar crescimento dos números.
A Linha do Norte entre os concelhos de Vila Franca de Xira e Santarém já foi palco este ano da morte de seis pessoas, valor que já ultrapassou os números do ano passado, onde nesse troço perderam a vida cinco pessoas.
A estatística aumentou com o atropelamento mortal de um homem na casa dos 50 anos na estação de Vila Franca de Xira na manhã de 15 de Setembro, que obrigou a interromper a circulação na Linha do Norte durante mais de duas horas enquanto se procedia à retirada do corpo. Devido ao facto do corpo ter ficado irreconhecível não foi possível determinar a sua identidade ao fecho desta edição. Segundo apurou O MIRANTE junto de fonte dos bombeiros, não houve nada que o maquinista pudesse fazer, com a vítima a cair inesperadamente na via onde passava o comboio a alta velocidade e quando este estava na estação com outros passageiros. O acidente aconteceu pouco antes das 09h30.
Nos últimos nove meses seis pessoas já perderam a vida no troço da Linha do Norte entre Póvoa de Santa Iria e Santarém. Todas as mortes aconteceram nas estações. Em Março um homem com 70 anos também caiu à linha na estação de Alverca pouco depois das 21h30 e não sobreviveu. A 6 de Abril duas pessoas que iam de mota morreram num atropelamento ferroviário de um Alfa Pendular na zona de Santana/Cartaxo, pelas 16h58.
Em Junho uma mulher de 30 anos foi colhida no apeadeiro de Vila Nova da Rainha depois de ter ido a uma entrevista de emprego num dos armazéns da Plataforma Logística de Azambuja, como O MIRANTE noticiou, devido à falta de segurança do apeadeiro e do acesso aos armazéns logísticos.
A 1 de Julho a circulação de comboios na Linha do Norte voltou a estar interrompida, pelas 10h00, quando uma pessoa caiu inesperadamente à linha na estação da Póvoa de Santa Iria quando passava o Alfa Pendular e perdeu a vida. Antes, a 26 de Dezembro do ano passado, na estação da Vala do Carregado, um homem com 30 anos também caiu à linha e perdeu a vida.
Não ter vergonha de pedir ajuda
Segundo o portal de estatísticas PorData, em 2021 o ano terminou com 33 acidentes ferroviários no país, dos quais resultaram oito feridos graves e 18 mortos. O pico de mortes nas linhas de comboio em Portugal foi alcançado entre 2006 e 2009 com 185 pessoas a perder a vida nesse período.
Em Setembro de 2021 o psiquiatra e piscoterapeuta Vítor Cotovio, em entrevista a O MIRANTE, lembrava que é preciso não ter vergonha de pedir ajuda quando alguém não se sente bem, triste, deprimido ou com pensamentos suicidas. O grito de ajuda sai muitas vezes em silêncio e continua a ser preciso falar dele. O tabu, os sinais ignorados e a falta de respostas persistem.
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