terça-feira, 12 de setembro de 2023

Utentes da saúde do Médio Tejo em vigília reclamam em Atalaia por cuidados de proximidade

 

Utentes da saúde do Médio Tejo em vigília reclamam em Atalaia por cuidados de proximidade

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Utentes da saúde do Médio Tejo em vigília reclamam em Atalaia por cuidados de proximidade

Utentes do Médio Tejo em vigília reclamam em Atalaia por cuidados de saúde de proximidade. Foto CUSMT

A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) realizou esta segunda-feira uma vigília em Atalaia, Vila Nova da Barquinha, exigindo o reforço dos cuidados de saúde de proximidade e a reabertura das extensões de saúde de Atalaia, Limeira e Praia do Ribatejo, que, “desde que começou a pandemia, não têm cuidados médicos”.

“Em muitos casos, não ter médico de família é não ter qualquer outro médico para prestar cuidados”, realçou Manuel José Soares, da CUSMT, que exige a reabertura das unidades de saúde de proximidade em Atalaia, Praia e Limeiras, os três polos da Unidade de Saúde Familiar de Vila Nova da Barquinha que estão fechados, situação que obriga à deslocação à sede “para diligências tão simples como pedir uma receita”.

A CUSMT vai realizar esta semana uma série de ações em “defesa dos cuidados de saúde de proximidade”, incluindo duas vigílias, para reivindicar melhores cuidados de proximidade e reabertura de extensões de saúde, nomeadamente no concelho de Vila Nova da Barquinha. A semana em “defesa dos cuidados de saúde de proximidade” arrancou esta segunda-feira, com uma vigília que decorreu entre as 19:00 e as 21:00, pela colocação de médico em Atalaia, uma das três freguesias rurais de Vila Nova da Barquinha.

Esta vigília foi a primeira de uma série de ações que vão ser desenvolvidas ao longo da semana, integradas nos 44 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e que incluem reuniões institucionais com as autoridades de saúde locais.

“Vai ser uma semana comprida e que começou hoje às 14h30, com uma reunião com a administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), e às 19h00 com a vigília em Atalaia, e que só vai terminar no sábado, em Santarém, pelo reforço do SNS”, disse ao mediotejo.net Manuel José Soares.

ÁUDIO | MANUEL SOARES, UTENTES DA SAÚDE DO MÉDIO TEJO:

Segundo Manuel José Soares, porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde, das cerca de uma centena de extensões de saúde existentes na região, “umas têm pura e simplesmente encerrado, outras têm ficado sem cuidados médicos, levando milhares de pessoas com dificuldades de mobilidade ou que não têm transportes públicos a ficarem, de alguma forma, desamparadas”.

Esta vigília em Atalaia foi a primeira de uma série de ações que vão ser desenvolvidas ao longo da semana, integradas nos 44 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e que incluem reuniões institucionais com as autoridades de saúde locais.

Uma segunda vigília terá lugar no dia 15, na freguesia de Paialvo, em frente à extensão de saúde de Carrazede, no concelho de Tomar, sendo antecedida de uma conferência de imprensa no dia 14, quinta-feira, junto ao centro de saúde de Alferrarede (Abrantes), localidade que perdeu cinco médicos em dois anos, por aposentação, e que apresenta seis mil utentes ao dia de hoje sem médico de família atribuído.

Também esta semana, na quarta-feira, dia 13 de setembro, às 10h00, a CUSMT promove uma conferência de imprensa junto ao Hospital de Tomar, do CHMT.

Em agosto, a Comissão realizou uma vigília, pelo mesmo motivo, na freguesia de Assentis, no concelho de Torres Novas.

Manuel José Soares realçou que não se trata apenas da falta de médicos de família, mas de “muitos profissionais” de saúde, nomeadamente assistentes técnicos.

Segundo dados do Agrupamento de Centros de Saúde da Região do Médio Tejo, de 31 de agosto, partilhados por Manuel José Soares, a região contabiliza 225.691 utentes, dos quais um terço não tem médico de família.

Esta situação, “que se vem aprofundando, põe em causa um dos princípios da prestação de cuidados de saúde, a proximidade”, denunciou.

“Somos uma zona muito envelhecida, em que a população cada vez precisa mais de cuidados médicos, muitas vezes umbilicalmente ligados a problemas sociais”, descreveu.

As ações culminarão no dia 16, em Santarém, na jornada nacional convocada pelos sindicatos em defesa do reforço do SNS.

Assinalando que é preciso combater a desertificação das aldeias, Manuel José Soares defendeu um maior investimento na saúde pública e na prevenção da doença, considerando que “o SNS é insubstituível”, mas precisa de “reforço de meios humanos”.

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