segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Ministério Saúde despreza acesso a cuidados médicos, em Barrancos
Câmara forçada a contratar médico espanhol
Teixeira Correia JN 3.1.2011
Sem médico há quase duas semanas, a Câmara Municipal de Barrancos viu-se forçada a contratar um clínico espanhol para garantir a assistência no Centro de Saúde da localidade nos últimos dias de 2010 e primeiros de 2011.
Esta contratação aconteceu após a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA) ter informado a autarquia que não tinha médicos disponíveis.
António Tereno, presidente da Câmara de Barrancos, confessa-se "revoltado" com uma situação que "é recorrente", e assegura que, "mais do que o dinheiro gasto, importa garantir a assistência médica à população". O autarca diz que a resposta da ARSA é a de que "não tem médicos".
Para viabilizar a prestação de melhores condições de saúde aos barranquenhos, a Câmara Municipal cedeu ao Estado, por 70 anos, o edifício da antiga Escola Primária, propriedade do município a fim de ser construído o novo Centro de Saúde, uma obra que custará mais de 635 mil euros.
O autarca mostra-se revoltado com o facto de "as novas instalações estarem quase prontas" e, ao mesmo tempo, a população "arriscar-se a ficar sem médico". O edil recorda que Barrancos "está muito longe de Beja e Évora", e, sublinha, "com a agravante de ter péssimos acessos".
Aquando da assinatura do protocolo entre a autarquia e o Estado, a presidente da ARS Alentejo, Rosa Valente Matos, justificou que o projecto pretendia "melhorar o aceso , a qualidade e a humanização dos cuidados de saúde", e acrescentou que o mesmo visava também "rentabilizar os recursos humanos".
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