Ana Jorge vai mexer
na administração de 20 hospitais e espera poupar 1,5 milhões
É mais uma medida para ‘apertar o cinto’ ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Até junho, 20 hospitais vão ser agregados administrativamente em seis novos centros hospitalares, permitindo dispensar 23 dos 53 gestores agora em exercício. Só com esta medida o Ministério da Saúde (MS) espera gastar menos €1,5 milhões por ano.
A nova rede — já aprovada em decreto-lei e cuja publicação é agora aguardada — vai contemplar apenas unidades no norte e no centro do país. Serão constituídos os centros hospitalares de São João; do Porto (já existente mas que terá alterações); Universitário de Coimbra; Baixo Vouga; Tondela-Viseu; e Leiria-Pombal.
A tutela garante que o plano “constitui um projeto modernizador e ambicioso que materializa uma colaboração e cooperação que já existia na prática”.
Ainda assim, as fusões levantam dúvidas. “Há redundâncias que têm de ser resolvidas, mas não me parece que existam estudos que permitam dizer qual é o melhor caminho”, alerta o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes. E o gestor recorda que “a política do ministro antecessor de concentrar Urgências e maternidades com o objetivo de aumentar a sua qualificação foi feita a partir de estudos com grande conteúdo e que estiveram em discussão pública, o que não se verifica agora em relação aos hospitais”.
A definição dos perfis das várias unidades em cada centro hospitalar, o encerramento de serviços (como a Urgência) em duplicado e as áreas onde a concentração trará mais ganhos são algumas das análises necessárias, na ótica dos administradores hospitalares. “É certo que a criação dos centros hospitalares permite poupar, mas então e o resto? Os doentes vão continuar a ser os mesmos e precisam de ser atendidos”, diz Pedro Lopes.
A equipa da ministra Ana Jorge está convicta de que o atendimento será um dos sectores onde se esperam grandes ganhos. “Pretende-se fazer convergir a melhoria da prestação de cuidados de saúde, a universalidade do acesso e o aumento da eficiência dos serviços”, explica o MS. “Para o efeito, entre outras consequências, reduz-se a estrutura orgânica, administrativa e funcional das unidades envolvidas e introduzem-se mecanismos para uma organização integrada e conjunta que tornam a gestão mais eficiente”.
Recursos humanos, equipamentos, medicamentos e serviços médicos disponíveis são algumas das valências onde o MS prevê progressos significativos e que deverão ajudar os administradores hospitalares a aproximarem-se dos cortes de 15% exigidos nos orçamentos para que o SNS gaste menos 500 milhões de euros em 2011.
“Vai ser um ano muito difícil devido aos constrangimentos, mas nenhum hospital vai cortar 15%, porque isso não é possível sem afetar a qualidade. Os hospitais fizeram cortes dolorosos e difíceis, mas com grande sensatez e que, pelo que sei, redundaram seguramente em valores muito inferiores aos que foram exigidos”, resume Pedro Lopes. E aponta o dedo à ministra: “Nunca mais se ouviu falar da muito apregoada reorganização (interna) dos hospitais e do grupo de trabalho com hospitais-piloto” criado para o efeito.
Semanário Expresso 08.01.11
na administração de 20 hospitais e espera poupar 1,5 milhões
É mais uma medida para ‘apertar o cinto’ ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Até junho, 20 hospitais vão ser agregados administrativamente em seis novos centros hospitalares, permitindo dispensar 23 dos 53 gestores agora em exercício. Só com esta medida o Ministério da Saúde (MS) espera gastar menos €1,5 milhões por ano.
A nova rede — já aprovada em decreto-lei e cuja publicação é agora aguardada — vai contemplar apenas unidades no norte e no centro do país. Serão constituídos os centros hospitalares de São João; do Porto (já existente mas que terá alterações); Universitário de Coimbra; Baixo Vouga; Tondela-Viseu; e Leiria-Pombal.
A tutela garante que o plano “constitui um projeto modernizador e ambicioso que materializa uma colaboração e cooperação que já existia na prática”.
Ainda assim, as fusões levantam dúvidas. “Há redundâncias que têm de ser resolvidas, mas não me parece que existam estudos que permitam dizer qual é o melhor caminho”, alerta o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Pedro Lopes. E o gestor recorda que “a política do ministro antecessor de concentrar Urgências e maternidades com o objetivo de aumentar a sua qualificação foi feita a partir de estudos com grande conteúdo e que estiveram em discussão pública, o que não se verifica agora em relação aos hospitais”.
A definição dos perfis das várias unidades em cada centro hospitalar, o encerramento de serviços (como a Urgência) em duplicado e as áreas onde a concentração trará mais ganhos são algumas das análises necessárias, na ótica dos administradores hospitalares. “É certo que a criação dos centros hospitalares permite poupar, mas então e o resto? Os doentes vão continuar a ser os mesmos e precisam de ser atendidos”, diz Pedro Lopes.
A equipa da ministra Ana Jorge está convicta de que o atendimento será um dos sectores onde se esperam grandes ganhos. “Pretende-se fazer convergir a melhoria da prestação de cuidados de saúde, a universalidade do acesso e o aumento da eficiência dos serviços”, explica o MS. “Para o efeito, entre outras consequências, reduz-se a estrutura orgânica, administrativa e funcional das unidades envolvidas e introduzem-se mecanismos para uma organização integrada e conjunta que tornam a gestão mais eficiente”.
Recursos humanos, equipamentos, medicamentos e serviços médicos disponíveis são algumas das valências onde o MS prevê progressos significativos e que deverão ajudar os administradores hospitalares a aproximarem-se dos cortes de 15% exigidos nos orçamentos para que o SNS gaste menos 500 milhões de euros em 2011.
“Vai ser um ano muito difícil devido aos constrangimentos, mas nenhum hospital vai cortar 15%, porque isso não é possível sem afetar a qualidade. Os hospitais fizeram cortes dolorosos e difíceis, mas com grande sensatez e que, pelo que sei, redundaram seguramente em valores muito inferiores aos que foram exigidos”, resume Pedro Lopes. E aponta o dedo à ministra: “Nunca mais se ouviu falar da muito apregoada reorganização (interna) dos hospitais e do grupo de trabalho com hospitais-piloto” criado para o efeito.
Semanário Expresso 08.01.11
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