CUCA – Comissão
de Utentes de Concelho de Almeirim
COMUNICADO
Sobre o estado
da Saúde no Concelho de Almeirim
Depois de ter
marcado presença na Ação de Protesto em frente ao Hospital Distrital de
Santarém, no passado dia 27 de junho, a CUCA não pode deixar de manifestar a
sua apreensão em relação ao estado da prestação do serviço de saúde no Concelho
de Almeirim, tendo mais presente que este é o direito constitucionalmente
garantido, e para o qual os cidadãos descontam todos meses. Assim, as nossas
preocupações centram-se essencialmente nos seguintes aspetos:
1. No início deste
ano foi noticiada a passagem à reforma de três clínicos que prestam serviço em
Almeirim, até ao final de 2014. Tendo presente que antes desta saída já existem
cerca de 6 000 utentes do concelho sem médico de família atribuído, e que com a
saída destes este número ascenderá os 10 600.
2. Em março passado,
a senhora diretora do ACES Lezíria (a que Almeirim pertence), através da
comunicação social, referiu que necessitava de 26 clínicos para resolver as
carências médicas existentes na região sob a sua direção.
3. No concurso aberto
para colocação de médicos, foram atribuídas apenas oito vagas ao ACES Lezíria,
o que, face às declarações da Sra. Diretora e à própria constatação de quem usa
os serviços ou acompanha a situação, é manifestamente insuficiente.
4. As questões como
a reorganização hospitalar (regida através das portarias 82/2014 e 123A-2014), abre
a porta a grandes mexidas à organização existente no distrito de Santarém, no
sentido de retirar especialidades e encerrar serviços.
Serão
os utentes, sobretudo os mais carenciados e mais idosos, os principais
prejudicados, com esta política de cortes cegos, num bem essencial que é a
saúde. No nosso concelho, os idosos em Marianos terão de percorrer uma
distância de 18 Kms até à sede de concelho (onde têm médico) e 26 Kms até
Santarém (onde têm hospital distrital), em transportes públicos com horários constrangidos
e a preços exorbitantes para as magras reformas que auferem, correndo o sério
risco de não ter consulta. É nesta localidade a situação especialmente agravada
pelo encerramento da extensão de saúde.
A
CUCA vem assim manifestar o seu total desacordo e repúdio pelas variadas
políticas que este governo tem tomado no que diz respeito à saúde, que lesam os
interesses dos cidadãos, e lançando-os muitas vezes para as mãos de privados,
que mais que a saúde, têm objetivos meramente económicos.
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