Antes de usar a casa de banho, os alunos que frequentam a escola EB 2,3 Prof. João Fernandes Pratas, em Samora Correia, são obrigados a passar pela fila da papelaria e da reprografia, onde o papel higiénico é distribuído de uma forma racionada pelas funcionárias.
O estabelecimento de ensino deixou de colocar papel, sabonete ou toalhas nos WC's, e nem sequer nos lavabos do refeitório é possível fazer algo tão simples como lavar as mãos.
A situação, que já vem de anos letivos anteriores, está a provocar indignação junto de vários pais, entre os quais Nelson Silva Lopes, que relatou o caso ao Ministério da Educação.
Segundo o queixoso, além do papel ser dado em pequenas quantidades, o facto de serem obrigados a ir para uma fila "é humilhante" para os miúdos e "motivo de gozo" para os colegas.
Cerca de 800 crianças "são vítimas da falta de respeito de alguns adultos que violam os seus mais elementares direitos", escreve Nelson Lopes, que denuncia ainda que muitas das portas dos WC's não fecham e que a limpeza deste espaço só é feita uma vez por dia, ao final da tarde.
"Por contradição, nas salas de aula, os professores alertam para a necessidade de uma boa higiene das mãos. Como é possível, higienizar as mãos sem sabão e sem toalha?", ironiza ainda o queixoso na carta onde denuncia a situação.
Questionado pela Rede Regional, o presidente do agrupamento de escolas de Samora Correia, Carlos Amaro, explica que esta medida nada tem a ver com contenção de custos, e que é uma atitude ponderada e deliberada por parte da escola.
Segundo o mesmo, está relacionada com o "contexto social muito complicado que envolve esta comunidade escolar" e os enormes desperdícios e estragos que os próprios alunos provocam nas casas de banho.
"Podemos fazer um teste: colocar papel em todas as casas de banho às 9h30 e passar lá novamente às 10h30 para ver o estado em que se encontrariam", desafia o responsável, sublinhando que "nunca faltou nada a ninguém. Simplesmente, quem precisa tem que pedir, para evitar estas situações".
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