Famalicão: Quase 3000 utentes sem médico
Através do seu delegado concelhio, a ARS Norte comprometeu-se a nomear um médico mas o prazo passou e cerca de três mil pessoas residentes em Gondifelos, Cavalões e Outiz estão sem médico, numa lacuna que pode prolongar-se até Setembro.
A denúncia foi feita ontem ao ‘Correio do Minho’ por representantes da Comissão de Utentes que já esgotaram um livro de reclamações da Extensão de Saúde de Gondifelos para pro-testar contra esta situação. Esta é a primeira forma de luta e se a situação não for alterada, a Comissão de Utentes, com apoio da Junta de Freguesia, vai reunir para desencadear novas formas de protesto.
Também o presidente da Junta de Freguesia, Manuel Santos, está preocupado com o “adiar de uma solução” especialmente por causa dos idosos e das crianças dada a dificuldade de transportes”.
Manuel Santos confirma a promessa do director do Centro de Saúde de Famalicão, quanto à colocação de um médico “três dias por semana e se comprometeu com todos os esforços para minimizar este problema”.
De acordo com Firmino Costa e José Rocha Silva, membros da Comissão de Utentes, a única médica ao serviço da Extensão de Saúde de Gondifelos entrou de atestado em 16 de Fevereiro e um mês depois não foi encontrado quem a substitua.
Em reunião com o Director do Centro de Saúde, Paulo Oliveira, este prometeu à Comissão de Utentes e à Junta de Freguesia, liderada por Manuel Santos, uma solução até à passada sexta-feira, “o que não aconteceu” — sustenta Firmino Costa.
“O director do Centro de Saúde deu-nos quase a garantia de receber três médicos e um vinha três dias por semana para a extensão de Gondifelos mas terminou o prazo e não apareceu nenhum médico” — acrescenta José Rocha da Silva.
A Extensão de Saúde de Gondifelos serve 2.700 utentes desta e das freguesias de Cavalões e de Outiz.
Acresce que, no ano passado, havia “mil e duzentas pessoas sem médico” embora agora os livros apenas mencionem “800 pessoas sem médico de família porque muitos idosos ficaram de fora”.
Em Gondifelos, recorda José Rocha da Silva, existiam há cinco ou seis anos dois médicos que aderiram à criação de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) e “a partir de então, só temos um médico”.
Face a esta ausência de médico, os serviços de receitas têm sido assegurados pelo director do Centro, Paulo Oliveira, duas vezes por semana, enquanto a população protesta “escrevendo no livro de reclamações” que já está “cheio. O que havia está esgotado”.
“Se demorar a solução, vamos ter de avançar com outros meios de protesto e exigir um médico” — assegura a Comissão de Utentes que “não quer perder esta Extensão de Saúde que existe há 60 anos”.
(in Correio Minho)
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