terça-feira, 22 de março de 2011

Hospital de Santarém prepara-se para reabrir serviço de sangue encerrado há dois anos


A administração do Hospital de Santarém prevê reabrir o serviço de recolhas de sangue durante o mês de Maio, ao fim de mais de dois anos de encerramento por razões de segurança e porque as instalações não cumpriam as normas europeias. O director clínico do hospital, José Marouço, diz que só agora foi possível avançar com uma solução que tem andado a ser negociada durante este tempo com o Instituto Português do Sangue.

Uma das exigências que eram feitas para que o serviço estivesse aberto era a da separação de dadores de sangue dos doentes. Mas o hospital não tem tido condições para promover essa separação através de alterações nas instalações e neste momento a hipótese mais viável é criar dois períodos durante o dia para que uns e outros não estejam misturados. O que está previsto é que os dadores possam fazer a sua dádiva de manhã e à tarde possam ser atendidos os doentes que tenham que recorrer ao serviço.

Esta situação aliada a dificuldades de reposição das reservas de sangue, por parte do Instituto Português de Sangue (IPS), chegaram a obrigar o hospital a cancelar algumas cirurgias durante o mês de Fevereiro de 2010. Na altura o presidente do conselho de administração, José Josué, dizia com o encerramento do serviço a unidade de saúde ficou totalmente dependente do IPS, o que, admitiu, tem gerado algumas dificuldades. E classificou a situação como “muito desagradável”.

O serviço de sangue do hospital é o único num raio de mais de 30 quilómetros, o que fez com que os dadores tivessem que se deslocar ou aproveitassem as recolhas feitas por grupos de dadores aos fins-de-semana. Mas nos últimos tempos numa parceria com o Grupo de Dadores de Sangue de Pernes, concelho de Santarém, foi possível algumas vezes colocar uma unidade móvel do IPS no parque do hospital para receber as dádivas da população.

Recorde-se que o serviço de recolhas de sangue (hemoterapia) do hospital foi suspenso porque o serviço não cumpria as normas europeias. Um dos problemas tinha a ver com o facto de a consulta de triagem dos dadores funcionar no mesmo espaço em que é feita a recolha, quando a legislação obriga a que se efectuem em locais separados, além do espaço ser demasiado pequeno.
in O Mirante

Sem comentários:

Enviar um comentário