Os programas de rastreio do cancro do colo do útero e do colo rectal deverão arrancar este ano em Lisboa e Vale do Tejo, a região do país com menos rastreios implementados, segundo o coordenador nacional das doenças oncológicas. No Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, Manuel António Silva lembrou a importância dos rastreios para prevenir o cancro, assim como a prevenção primária através de uma vida activa, uma boa alimentação, exercício físico e o não consumo de tabaco.
Há já três rastreios aprovados: do cancro do colo do útero (citologia nas mulheres entre os 25 e os 60 anos), cancro da mama (mamografia a cada dois anos nas mulheres dos 50 aos 69) e colo rectal (procura de sangue oculto nas fezes de homens e mulheres dos 50 aos 74).
“Através destas medidas nós conseguimos, de certeza absoluta, melhores resultados do que depois de termos contraído um cancro e fazermos tratamentos que são sempre traumatizantes e com resultados que nunca serão tão bons como os que se conseguem através do rastreio”, salientou.
A região que tem menos rastreios implementados é a de Lisboa e Vale do Tejo, a maior Administração Regional de Saúde (ARS) do país. Isto deve-se a “uma questão organizacional”, justificou Manuel António Silva, afirmando que, enquanto coordenador das doenças oncológicas, está “completamente virado” para esta região, tentando procurar “incentivar os responsáveis da ARS a implementar os rastreios”.
Manuel António Silva está convicto de que este ano a região de Lisboa e Vale do Tejo vai começar com o programa de rastreio do colo do útero e do colo retal. “Já temos algumas áreas planeadas para começar”, frisou.
Para Manuel António Silva, um dos “grandes desafios” que se colocam nesta luta é o envelhecimento da população: “O índice de subida de incidência do cancro a partir dos 64 e 65 anos é tremendo”.
“Um homem com mais de 64 ou 65 anos tem 50 vezes mais probabilidades de sofrer um cancro nos cinco anos seguintes do que um com 25 anos. É uma diferença brutal”, assinalou.
Em 2010, o cancro matou cerca de 30 mil pessoas em Portugal, um aumento de 20 por cento relativamente a 2009, e deverá “dentro de cinco a seis anos” tornar-se na principal causa de morte, ultrapassando as doenças cardiovasculares.
(in Mirante)
Sem comentários:
Enviar um comentário