sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Atrasados, mas ainda é tempo para fazer reverter as más decisões que afectam as populações

TOMAR - Câmara Municipal exige respostas do Governo no processo portagens


A Câmara Municipal de Tomar decidiu avançar para uma posição de força relativamente à colocação de portagens no antigo troço da IC3, hoje A13, uma vez que processo decorreu sem que tivesse sido dado a conhecer ao poder local. Perante aquilo que já foi considerado como uma «falta de respeito», o executivo, impulsionado pela vontade de Partido Socialista e Independentes, exige explicações ao Governo bem como a introdução de isenções para residentes e empresas com sede no concelho. Carlos Carrão, vice-presidente da Câmara Municipal de Tomar, deu voz a esta deliberação:

«Face ao início da cobrança de portagens no troço da A13, a Câmara manifesta o seu repúdio por não ter sido informada. Para além disso, delibera-se solicitar explicações ao Governo quanto aos preços praticados. Para além disso, exigimos a introdução de isenções que possam fazer face a prejuízos. Queremos que seja introduzida, desde já, a isenção para residentes e empresas com Sede no concelho». Mas não foi fácil chegar a este parecer... E prova disso é que este assunto se arrastou por praticamente toda a manhã desta quinta-feira. De um lado, PS e Independentes a exigir, desde já, a suspensão imediata de todo o processo, enquanto o elenco do PSD (concretamente Corvelo de Sousa e Carlos Carrão) defendeu o princípio de utilizador pagador. Mas num ponto todos estavam de acordo: a Câmara Municipal deveria ter sido informada. O vereador Pedro Marques, por exemplo, não deixou de questionar os preços que são impostos às populações e estabeleceu comparações que suportaram o seu repúdio: «Na A1, quando chegamos à portagem de Torres Novas, num total de 89 quilómetros, pagamos 5,65 euros. Sai a 56, 57 cêntimos por cada dez quilómetros. Aqui pagamos a 80! Para além disso, o traçado não condiz com auto-estrada. Andaram a embelezar aquilo para poder cobrar. Mas isso não chega». Por sua vez, Luís Ferreira, vereador do Partido Socialista, chamou a atenção para o contrato de concessão com a empresa Ascendi, que previa isenção de pagamentos para os residentes nos concelhos afectados: «O contrato elaborado com a Ascendi previa a isenção de pagamento dos cidadãos dos concelhos da Barquinha e de Tomar. A Estradas de Portugal esclareceu que a passagem num único pórtico não daria lugar a pagamento. O Município não foi informado se será mesmo assim ou, então, se houve alguma alteração ao contrato de concessão. A Câmara deve solicitar a imediata suspensão do pagamento de portagens. A concessionária devia negociar com a autarquia essas condições de isenção». Corvelo de Sousa, presidente da Câmara Municipal, assumiu uma posição contrária à bancada dos Independentes e dos Socialistas, vincando que, no caso de Tomar, há alternativas para as vias que agora são portajadas: «No caso do troço onde foram colocados os pórticos, há registo para a requalificação da Nacional 110, que funciona, assim, como alternativa. Já no que diz respeito ao restante traçado do IC3, não existe uma alternativa como esta que referi... Para além disso, acho ridículo estar já a tarifar estes seis ou sete quilómetros». Graça Costa não gostou destas palavras de Corvelo de Sousa e mostrou-se revoltada pela subserviência que se regista em alguns pontos do país... consoante a côr política. A vereadora dos Independentes foi mais longe e utilizou a expressão «democracia encapotada» para definir o actual estado da nossa sociedade: «Estamos a assistir, de Norte a Sul do País, a uma subserviência total... Em que raio de democracia vivemos? Isto é uma democracia encapotada! As populações, depois, amocham um pouco consoante a cor política que está no poder... Este troço nunca foi pensado para ser auto-estrada. A nossa Câmara não pode ficar calada!». Registo, ainda, para a reacção enérgica de Rosário Simões. A vereadora do PSD assumiu uma posição de ataque neste processo, um pouco ao contrário do que aconteceu com presidente e vice. Rosário Simões mostrou-se totalmente a favor de uma posição de força por parte da Câmara Municipal de Tomar, não só por não ter sido avisada, como também pelos preços absurdos que estão a ser praticados: «A administração central tinha que ouvir a autarquia. Não podemos deixar de reagir. E já o podíamos ter feito. Para além disso, não se percebe os preços que estão estipulados naquela "coisinha". Aquilo nem é uma auto-estrada».

2011-11-03 19:12:11 (Rádio Hertz)

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