domingo, 6 de novembro de 2011

Todas as lutas contam (5) - Aveiro

Cidadãos que querem serviço de urgência básico marcam manifestação em Aveiro dia 12


A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Vale de Cambra quer um serviço de urgência no concelho, onde há freguesias a 70 minutos do hospital mais próximo, e vai reivindicá-lo numa manifestação marcada para dia 12, em Aveiro.
Cidadãos que querem serviço de urgência básico marcam manifestação em Aveiro dia 12
0 twitterA medida foi hoje anunciada pelo porta-voz da comissão, José Gaspar, que, num encontro com utentes ligados à estrutura, revelou que a manifestação irá envolver mais 12 estruturas representativas de grupos de cidadãos empenhados em iniciativas semelhantes, não só na área da saúde, mas também dos transportes, estruturas viárias e outras.

"Vamos ser 13 comissões e movimentos de utentes, cada uma terá uma intervenção sobre as suas reivindicações e nós vamos insistir que Vale de Cambra precisa de um serviço de urgência básico", adianta José Gaspar. "É inadmissível não existir um serviço desses numa terra em que tantas freguesias estão a 45 minutos de distância do centro do concelho e depois ainda têm que fazer mais 25 ou 30 minutos até ao hospital mais próximo".

José Gaspar recorda que esta é uma reivindicação da população local desde 2007, quando foi anunciado o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Vale de Cambra, o que se concretizou em junho de 2010.

Entretanto, funciona no município uma consulta aberta que, para o porta-voz da comissão, "não substitui de forma nenhuma um serviço de urgência vocacionado para doença súbita ou emergência", pelo que "a situação está cada vez pior, às vezes com pessoas ensanguentadas que ficam horas à espera para serem atendidas fora do centro de saúde".

"Quando uma criança fica com febre de repente, um trabalhador se corta ou alguém cai de uma bicicleta e fica cheio de dores", refere José Gaspar como exemplo, "o médico de saúde diz que essas coisas não são com ele e manda as pessoas para o Serviço de Urgência Básica de Oliveira de Azeméis, que já está sobrelotado com a população de lá".

"Se for preciso ir para o hospital, chamam-se os bombeiros, mas eles também avisam que, se o caso não for considerado urgente, as pessoas têm que pagar a ambulância", continua. "E isto não tem jeito nenhum, porque o facto é que, urgente ou não, as pessoas precisam de um médico para estas coisas e aqui, fora de horas, não há nenhum!".

Realçando que Vale de Cambra tem também uma indústria metalomecânica forte, onde a qualquer altura podem dar-se acidentes de trabalho graves", o porta-voz da comissão de utentes informa que a petição que vem circulando no concelho a reivindicar um serviço de urgência reúne já mais de 5000 assinaturas, que a 18 novembro serão entregues na Assembleia da República, para que o tema possa ser discutido pelos deputados.

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